Os setes tons De Jesus Em Mateus Onze. (Parte 1,1)
Quando estudamos o capítulo onze do Evangelho segundo Mateus, vemos que Jesus muda a entonação de sua voz em determinadas partes. E ao darmos conta disto vemos que isto acontece por sete vezes. E então se faz extremamente interessante repassar estes sete pontos da voz de Jesus. E as estudaremos em partes, com o intuito de compreendermos melhor a mensagem aqui ensinada por Jesus.
A primeira entonação se faz com a real afirmação da confiança, que acontece nos versículos do dois ao seis e culmina quando Jesus afirma: E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço. (Mat 11: 2-6) Aqui se faz a afirmação da confiança e Jesus mostra João Batista como exemplo disto. Ao longo das escrituras vemos muitos exemplos de confiança ou de fé que em suma é a mesma coisa, pois a palavra fé no Antigo Testamento vem do Hebraico: אמונה ’emuwnah; que significa firmeza, fidelidade, estabilidade.
E no novo Testamento ela vem do grego:πιστις pistis; que significa:convicção da verdade de algo, fé, de uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do ser humano para com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a ideia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela. Logo então entendemos que fé e confiança são o mesmo.
E este é o motivo de Jesus colocar João Batista como o exemplo da confiança, pois ele anunciou a verdade sem temer o que poderia acontecer com ele. Ele não tinha por habito suavizar a verdade, fosse quem fosse seu interlocutor; e não podia ver o mal sem condená-lo. João tinha falado de maneira muito direta e muito valente, e deixou de lado a sua segurança pessoal. Temos como exemplo o relato do ocorrido com Herodes Antipas, da Galileia: Este tinha visitado seu irmão em Roma. Durante essa visita tinha seduzido a esposa de seu irmão. De volta à Palestina, divorciou-se de sua esposa e se casou com sua cunhada, a quem tinha levado a abandonar seu marido.
De maneira pública e bem firme João condenou Herodes. E Herodes por vingança, lançou João nas masmorras da fortaleza Macaero, na região montanhosa que rodeia o Mar Morto. Para João este foi um castigo demasiadamente ruim, pois era um homem acostumado com a liberdade. Porque estava acostumado a viver nos espaços abertos, a céu descoberto, com o vento fresco batendo em seu rosto e a abóbada azul do céu como único teto sobre sua cabeça. Agora, estava confinado em um calabouço subterrâneo de reduzidas dimensões.
E aqui neste duro sofrimento que ele ouve falar de Jesus e, sabendo da morte que se avizinhava. Ele busca saber de Jesus enviando seus discípulos para fazer a seguinte pergunta: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? (Mat 11:3). Alguns teólogos têm outras interpretações para explicar a dúvida de João, mas eu prefiro ficar com esta porque ela nos ensina algo sobre a confiança (fé). Quando estudamos sobre João entendemos que sua confiança no messias era firme. E sendo assim esta pergunta não foi feita tanto porque João necessitava de uma resposta, mas sim pensando em seus discípulos.
É possível que enquanto João e seus discípulos conversavam sobre o assunto no cárcere, durante uma visita estes lhe perguntassem se Jesus realmente era o que esperavam. E a resposta de João foi esta: “Se vocês têm dúvidas, se não estão seguros de quem é Jesus, vão e vejam o que está fazendo, e o que pode fazer; e então não terão mais dúvidas.” E esta resposta parece fazer jus a personalidade dele, e aqui ele nos deixa um valioso ensinamento.
Se alguém discutir conosco sobre a pessoa de Jesus, se puser em tela de juízo sua supremacia, a melhor de todas as respostas não é contrapor nossos raciocínios aos seus, mas dizer-lhe: “Entregue a Ele sua vida, e verá o que Ele pode fazer por você.” O supremo raciocínio a favor de Cristo não é um debate intelectual, antes a experiência de seu poder transformador. Somente a presença de Jesus em nosso interior pode fazer com que enxerguemos quão grande é a sua glória.
E se este alguém for capaz de se entregar a este amor verá e entenderá quem é Jesus e o real alcance de sua obra. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).