Servos da luz que ilumina, do sal que dá sabor, servos do amor. (Parte 4).

Mas, Jesus, sabendo disto, afastou-se daquele lugar. Uma multidão o seguiu e a todos Ele curou. Contudo, os advertiu para que não divulgassem suas obras. (Mat 12:15-16). Estes versículos fazem parte da passagem que disserta sobre algumas características do verdadeiro servo.

E dando continuidade ao nosso estudo aqui trataremos sobre o que lemos no versículo a seguir: Não contenderá nem gritará; nem se ouvirá nas ruas a sua voz. (Mat 12:19). O autor aqui usa a palavra (εριζω erizo), que em tradução direta significa: disputar, envolver-se em uma contenda, mas quando se diz respeito a Jesus, descreve um temperamento calmo, em contraste com a veemência dos doutores ortodoxos da época discutindo a respeito de doutrinas e práticas, ou seja, sobre suas regras e leis, e de um cultuar que expressa uma santidade somente aparente, mas sem o vivo amor que o Pai teve e tem para com eles.

A palavra que se emprega para dizer gritará no grego é ( κραυγαζω kraugazo), num estudo mais profundo vemos que esta palavra denota um gritar grosseiramente, com desprezo, é a mesma que se usa para o latido de um cão, ou as exclamações de um bêbado, ou para as vaias descontente de uma peça no teatro. Ou seja, aqui se fala daqueles gritos esbravecidos, que não levam vida, mas sim destruição.

Quer dizer que Jesus não discutia com seus opositores. Todos conhecemos as brigas de dois bandos que discutem, onde cada um trata de gritar mais que o outro para vencê-lo, onde os espinhos são atirados sempre visando o ganho próprio, em detrimento do bem-estar geral. Ver os políticos fazerem isto se faz ruim, mas estes jamais souberam o que significa governar. Mas o que se faz mais triste, é que ainda hoje vemos o relampejar do ódio dos teólogos, (odium theologicum), sendo usado por aqueles que devem levar a viva boa nova do amor.

A mais dura das tragédias do cristianismo, é que a história nos mostra, pois vemos e conhecemos a oposição dos políticos e das ideologias. Mas em nosso Mestre e Senhor Jesus encontramos a serenidade calada, a silenciosa força da graciosa misericórdia, de alguém que trata de conquistar por meio do amor, e não pela luta de palavras. Então cabe a cada um de nós deixar de lado o si mesmo, deixar de lado a auto propaganda, e servir com amor e por amor, amando mais o próximo em todos os momentos. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 11/04/2020
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