O QUE É A "PLENITUDE DOS TEMPOS" QUE PAULO FALA EM GÁLATAS 4?
Paulo, o apóstolo, escreveu em Gálatas 4:4: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho...”. A referência é sobre o momento histórico do nascimento do Messias, que se deu durante o Império Romano. Para entender o que o apóstolo quer dizer com “plenitude dos tempos”, faz-se necessária uma análise pormenorizada do contexto histórico que construiu e arrazoou essa plenitude. A essa época, o grego era a língua universal, assim como o inglês é hoje, foi Alexandre, o Grande, o causador da integração cultural. O conquistador a tornou possível em uma época tão remota e em um mundo tão plural, ajudando a formar o cenário ideal para o advento do Messias na história humana, justamente quando ele partiu para o Oriente, derrotando os persas, sendo chamado de Faraó no Egito, reinando no trono de Nabucodonosor na Babilônia, chegando até as montanhas do atual Afeganistão. Com isso ele não só ocidentalizou o Oriente, mas, principalmente, orientalizou o Ocidente.
Outro fator preponderante foram as estradas. Os persas já haviam construído estradas que saíam da capital do Império Persa, cruzavam a Turquia e chegavam à Europa, e somando-se a isso a ascensão do Império Romano, o último grande império da Antiguidade profetizado por Daniel, a segurança nessas estradas imperiais assim como no Mediterrâneo foi garantida. Estavam sendo colocadas as pedras no pavimento da estrada que conduzia ao clímax dos planos de Deus.
A Filosofia grega já estava bem madura, Sócrates, Platão e Aristóteles já tinham legado à humanidade um conjunto coeso de conhecimentos nas mais diversas áreas, com metodologia e criteriosidade.
Os romanos, com sua notabilíssima política e sistema judiciário, adotaram uma postura diferente de outros impérios antigos que, como os assírios e os babilônicos, destruíam as terras conquistadas, deportavam seus moradores e espelhavam o terror. Ao invés disso, os romanos mantinham os povos conquistados em suas nações e preservavam suas culturas e religiões, assim como os persas e Alexandre haviam feito anteriormente. Os deuses cultuados pelos povos conquistados eram colocados no panteão romano e reconhecidos como mais uma divindade do Império, como mais uma religião válida. Exigia-se apenas o pagamento de impostos e o reconhecimento da soberania do Imperador de Roma, até que, cansados de tantas guerras, se instaurou no Império a “pax” romana.
OBSERVANDO-SE ESSE COMPORTAMENTO imperialista adotado pelos romanos, foi criada a tática da “terra arrasada”. Era sabido que qualquer conquistador busca os espólios da guerra. É preciso ter o que conquistar e sobre o que imperar. Foi por isso que os russos permitiram que Napoleão e seu exército de mais de seiscentos mil homens invadissem seu território enquanto recuavam para o interior sem batalhar, destruindo tudo que não pudessem levar, desde casas, plantações e até animais, deixando um monte de escombros e ruínas para serem conquistados. Depois de entrar centenas de quilômetros para dentro da Rússia, e de afastar-se sobremaneira de suas linhas de suprimento, Napoleão se deu conta de que o que conquistara até então não passava de areia e cinzas e que o simples retorno para casa, distante centenas de quilômetros, dizimaria tantos homens de sua tropa quanto uma batalha. Vendo-se sem abrigo e sem comida, o retorno para o ponto de partido foi caótico e desastroso para Napoleão, as tempestades de neve e os ataques oportunos dos russos pela retaguarda, consumiram qualquer moral que tinha restado em seus soldados. O próprio conquistador reconheceu a derrota para o que ele chamou de General Inverno.
Napoleão foi humilhado pela tática russa, voltando com apenas cento e vinte mil soldados, depois da maioria deles morrer, desertar, fugir para os confins da Rússia ou morrer congelada pelo gelo do inverno russo. A tática da terra arrasada, já conhecida pelo seu sucesso, seria usada mais uma vez pelos russos na segunda guerra mundial, quando o inimigo que se aproximava eram os nazistas pondo em ação a operação Barbarossa. Os russos permitiram que os alemães avançassem para dentro de suas terras deixando para eles pilhas de tijolos como recompensa pelos esforços de guerra, enquanto preparavam um contra-ataque fulminante no extremo oriente de seu território. Mais uma vez, a tática deu certo, o exército nazista de mais de trezentos mil soldados se viu isolado, ocupando uma área de mais de mil e quinhentos quilômetros quadrados, distante das fontes de abastecimento de suprimentos, combatido pelo frio extremo do inverno russo de trinta graus Celsius negativos. Acabou cercado e rendido.
Os nazistas que não morreram de fome (depois de terem comido todos os cavalos e até cachorros e gatos), ou pelos ferimentos, ou congelados, ou pelas balas russas, foram feitos prisioneiros. Foram contabilizados mais de noventa mil prisioneiros nazistas, incluindo dois mil e quinhentos oficiais e vinte e quatro generais. Deu-se início a uma marcha até Berlim. Pouco mais de cinco mil prisioneiros alemães sobreviveram à marcha. Quando o exército vermelho encontrou o exército aliado que vinha de sua campanha pelo oeste da Europa, o combinado foi de que Berlim seria um prato a ser devorado pelos russos. O exército vermelho logo se pôs a organizar o cerco a Berlim, cerco que se estendeu por semanas, enquanto os russos preparavam sua vingança, como um faminto espera com água na boca pela refeição que está sendo preparada. O banquete era preparado ao som dos “Órgãos de Stalin”, como eram chamados pelos alemães os foguetes russos Katyusha, que produziam um barulho estridente e foram ouvidos por toda a Berlim durante o cerco soviético. Não era só o barulho constante dos katyushas que trazia pavor aos habitantes de Berlim, mas também o fato de o foguete ser de curto alcance e de pouca precisão, sendo que pouco importava para os russos se os alvos atingidos fossem militares. Com uma gana de vingança que fazia espumar pela boca os soldados soviéticos, qualquer coisa que o foguete atingisse dentro de Berlim fazia o disparo valer a pena, pelo simples fato de atingir Berlim, capital do regime nazista. A terra a ser arrasada pelos russos agora não seria mais a sua própria, mas a capital da Alemanha.
MUTATIS MUTANDIS, Roma com toda sua violência e poderio militar não se empenhava em levar devastação e riscar nenhum território do mapa. Os povos conquistados eram respeitados em suas religiões e eram integrados ao império, colocados imediatamente sob o pálio do direito romano.
Durante um dos períodos mais gloriosos de Roma, especificamente no período da “pax” romana, em um cenário em que o grego era a língua universal, falada e entendida em praticamente toda a extensão do Império, em que o monoteísmo judaico se apresentava como uma religião sólida no intercâmbio entre os povos (depois de tanto o politeísmo grego herdado pelos romanos quanto o posterior culto ao Imperador terem deixado um vácuo espiritual e um rombo nas almas que nem o Olimpo nem o Imperador podiam preencher), em uma época na qual a Filosofia havia sistematizado o conhecimento humano, em que estradas cobriam todo o Império com os soldados das falanges romanas garantindo a segurança e o direito romano oferecia segurança jurídica e um senso de justiça e honra, justamente nesse cenário, nessa época, nesse momento oportuno, forjado e calculado, foi que o próprio Deus adentrou a história humana na pessoa de Jesus.
Paulo esclarece que o momento da entrada de Jesus na história não foi randômico, mas foi preparado progressivamente para atender aos desígnios e propósitos de Deus, de tal forma que toda a história anterior era a tecelagem do pano de fundo desse evento épico, passando por homens como Sargão, Nabucodonosor, Ciro e Alexandre, até que chegasse o momento de abrirem-se as cortinas do espetáculo “Deus conosco”; daí ser esse momento singular chamado pelo apóstolo Paulo de “plenitude dos tempos”.
Uma vez disparado o gatilho do destino, os acontecimentos se desenrolariam até sua consumação, em direção retilínea à morte de Jesus. Enquanto caminhava pela Galiléia, Jesus sempre soube qual destino lhe esperava, e mesmo assim, sabendo das noites sombrias que viriam e do pavor que o arrebataria, nunca esboçou qualquer inclinação no sentido de evitá-lo, mas até quando seus mais chegados tentaram protegê-lo de tão violento fim, ele mesmo se dispôs a defender a soberania do destino. Foi assim quando Pedro incentivou uma reação ao ouvir Jesus dizendo que deveria entrar em Jerusalém e lá ser mortalmente ferido. O fato de uma repreensão tão dura vinda de Jesus em direção ao seu discípulo, a ponto de dizer: “Pra trás de mim Satanás...” (Mateus 16:23), evidencia que se havia alguém que não queria Jesus morto, ou que não queria que Ele encontrasse seu destino, esse alguém era Satanás, pois o Príncipe das Trevas sabia que o desenrolar desse destino seria a sua maior derrota e decretaria a ruína de todas as suas aspirações (I João 3:8b).
Deveria ser um privilégio para um vivente conhecer qual o destino de sua existência, qual a razão de ter nascido, qual o sentido de sua vida, não fosse ele morrer de forma violenta, dolorosa e paulatina. Ora, não era difícil e nem haveria o porquê não aceitar destinos como os de Nabucodonosor, Ciro e Alexandre, que passavam por grandes conquistas militares e impérios que entraram para a eternidade. Mas o destino de Jesus não era derrotar Roma, não era somar fortunas, não era ser um imperador, nem fazer sucesso em sua pátria. Não. Era morrer agonizando. Mesmo assim, ele se entregou a esse destino voluntariamente. Ele mesmo se entregou, ninguém o matou, nem Satanás, que, aliás, não o queria morto (Mateus 16:22, 23), nem os judeus, que tentaram inutilmente tirar-lhe a vida (Lucas 4:29; João 8:59), nem os romanos, que não teriam poder algum se não fosse por Deus dado (João 19:10, 11; Lucas 13:31, 32). Mas foi ele mesmo que se entregou: “Por isso, o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma toma de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la.” (João 10:17, 18).
Qualquer outro homem diante da ciência de um destino tão negro à espreita desejaria nunca ter nascido, o que diferencia Jesus de qualquer outro homem que tenha pisado este chão. Quando chegou o momento de beber o cálice amargo do seu destino, ele o fez com um voluntarismo que intriga qualquer compreensão!
Outro fator preponderante foram as estradas. Os persas já haviam construído estradas que saíam da capital do Império Persa, cruzavam a Turquia e chegavam à Europa, e somando-se a isso a ascensão do Império Romano, o último grande império da Antiguidade profetizado por Daniel, a segurança nessas estradas imperiais assim como no Mediterrâneo foi garantida. Estavam sendo colocadas as pedras no pavimento da estrada que conduzia ao clímax dos planos de Deus.
A Filosofia grega já estava bem madura, Sócrates, Platão e Aristóteles já tinham legado à humanidade um conjunto coeso de conhecimentos nas mais diversas áreas, com metodologia e criteriosidade.
Os romanos, com sua notabilíssima política e sistema judiciário, adotaram uma postura diferente de outros impérios antigos que, como os assírios e os babilônicos, destruíam as terras conquistadas, deportavam seus moradores e espelhavam o terror. Ao invés disso, os romanos mantinham os povos conquistados em suas nações e preservavam suas culturas e religiões, assim como os persas e Alexandre haviam feito anteriormente. Os deuses cultuados pelos povos conquistados eram colocados no panteão romano e reconhecidos como mais uma divindade do Império, como mais uma religião válida. Exigia-se apenas o pagamento de impostos e o reconhecimento da soberania do Imperador de Roma, até que, cansados de tantas guerras, se instaurou no Império a “pax” romana.
OBSERVANDO-SE ESSE COMPORTAMENTO imperialista adotado pelos romanos, foi criada a tática da “terra arrasada”. Era sabido que qualquer conquistador busca os espólios da guerra. É preciso ter o que conquistar e sobre o que imperar. Foi por isso que os russos permitiram que Napoleão e seu exército de mais de seiscentos mil homens invadissem seu território enquanto recuavam para o interior sem batalhar, destruindo tudo que não pudessem levar, desde casas, plantações e até animais, deixando um monte de escombros e ruínas para serem conquistados. Depois de entrar centenas de quilômetros para dentro da Rússia, e de afastar-se sobremaneira de suas linhas de suprimento, Napoleão se deu conta de que o que conquistara até então não passava de areia e cinzas e que o simples retorno para casa, distante centenas de quilômetros, dizimaria tantos homens de sua tropa quanto uma batalha. Vendo-se sem abrigo e sem comida, o retorno para o ponto de partido foi caótico e desastroso para Napoleão, as tempestades de neve e os ataques oportunos dos russos pela retaguarda, consumiram qualquer moral que tinha restado em seus soldados. O próprio conquistador reconheceu a derrota para o que ele chamou de General Inverno.
Napoleão foi humilhado pela tática russa, voltando com apenas cento e vinte mil soldados, depois da maioria deles morrer, desertar, fugir para os confins da Rússia ou morrer congelada pelo gelo do inverno russo. A tática da terra arrasada, já conhecida pelo seu sucesso, seria usada mais uma vez pelos russos na segunda guerra mundial, quando o inimigo que se aproximava eram os nazistas pondo em ação a operação Barbarossa. Os russos permitiram que os alemães avançassem para dentro de suas terras deixando para eles pilhas de tijolos como recompensa pelos esforços de guerra, enquanto preparavam um contra-ataque fulminante no extremo oriente de seu território. Mais uma vez, a tática deu certo, o exército nazista de mais de trezentos mil soldados se viu isolado, ocupando uma área de mais de mil e quinhentos quilômetros quadrados, distante das fontes de abastecimento de suprimentos, combatido pelo frio extremo do inverno russo de trinta graus Celsius negativos. Acabou cercado e rendido.
Os nazistas que não morreram de fome (depois de terem comido todos os cavalos e até cachorros e gatos), ou pelos ferimentos, ou congelados, ou pelas balas russas, foram feitos prisioneiros. Foram contabilizados mais de noventa mil prisioneiros nazistas, incluindo dois mil e quinhentos oficiais e vinte e quatro generais. Deu-se início a uma marcha até Berlim. Pouco mais de cinco mil prisioneiros alemães sobreviveram à marcha. Quando o exército vermelho encontrou o exército aliado que vinha de sua campanha pelo oeste da Europa, o combinado foi de que Berlim seria um prato a ser devorado pelos russos. O exército vermelho logo se pôs a organizar o cerco a Berlim, cerco que se estendeu por semanas, enquanto os russos preparavam sua vingança, como um faminto espera com água na boca pela refeição que está sendo preparada. O banquete era preparado ao som dos “Órgãos de Stalin”, como eram chamados pelos alemães os foguetes russos Katyusha, que produziam um barulho estridente e foram ouvidos por toda a Berlim durante o cerco soviético. Não era só o barulho constante dos katyushas que trazia pavor aos habitantes de Berlim, mas também o fato de o foguete ser de curto alcance e de pouca precisão, sendo que pouco importava para os russos se os alvos atingidos fossem militares. Com uma gana de vingança que fazia espumar pela boca os soldados soviéticos, qualquer coisa que o foguete atingisse dentro de Berlim fazia o disparo valer a pena, pelo simples fato de atingir Berlim, capital do regime nazista. A terra a ser arrasada pelos russos agora não seria mais a sua própria, mas a capital da Alemanha.
MUTATIS MUTANDIS, Roma com toda sua violência e poderio militar não se empenhava em levar devastação e riscar nenhum território do mapa. Os povos conquistados eram respeitados em suas religiões e eram integrados ao império, colocados imediatamente sob o pálio do direito romano.
Durante um dos períodos mais gloriosos de Roma, especificamente no período da “pax” romana, em um cenário em que o grego era a língua universal, falada e entendida em praticamente toda a extensão do Império, em que o monoteísmo judaico se apresentava como uma religião sólida no intercâmbio entre os povos (depois de tanto o politeísmo grego herdado pelos romanos quanto o posterior culto ao Imperador terem deixado um vácuo espiritual e um rombo nas almas que nem o Olimpo nem o Imperador podiam preencher), em uma época na qual a Filosofia havia sistematizado o conhecimento humano, em que estradas cobriam todo o Império com os soldados das falanges romanas garantindo a segurança e o direito romano oferecia segurança jurídica e um senso de justiça e honra, justamente nesse cenário, nessa época, nesse momento oportuno, forjado e calculado, foi que o próprio Deus adentrou a história humana na pessoa de Jesus.
Paulo esclarece que o momento da entrada de Jesus na história não foi randômico, mas foi preparado progressivamente para atender aos desígnios e propósitos de Deus, de tal forma que toda a história anterior era a tecelagem do pano de fundo desse evento épico, passando por homens como Sargão, Nabucodonosor, Ciro e Alexandre, até que chegasse o momento de abrirem-se as cortinas do espetáculo “Deus conosco”; daí ser esse momento singular chamado pelo apóstolo Paulo de “plenitude dos tempos”.
Uma vez disparado o gatilho do destino, os acontecimentos se desenrolariam até sua consumação, em direção retilínea à morte de Jesus. Enquanto caminhava pela Galiléia, Jesus sempre soube qual destino lhe esperava, e mesmo assim, sabendo das noites sombrias que viriam e do pavor que o arrebataria, nunca esboçou qualquer inclinação no sentido de evitá-lo, mas até quando seus mais chegados tentaram protegê-lo de tão violento fim, ele mesmo se dispôs a defender a soberania do destino. Foi assim quando Pedro incentivou uma reação ao ouvir Jesus dizendo que deveria entrar em Jerusalém e lá ser mortalmente ferido. O fato de uma repreensão tão dura vinda de Jesus em direção ao seu discípulo, a ponto de dizer: “Pra trás de mim Satanás...” (Mateus 16:23), evidencia que se havia alguém que não queria Jesus morto, ou que não queria que Ele encontrasse seu destino, esse alguém era Satanás, pois o Príncipe das Trevas sabia que o desenrolar desse destino seria a sua maior derrota e decretaria a ruína de todas as suas aspirações (I João 3:8b).
Deveria ser um privilégio para um vivente conhecer qual o destino de sua existência, qual a razão de ter nascido, qual o sentido de sua vida, não fosse ele morrer de forma violenta, dolorosa e paulatina. Ora, não era difícil e nem haveria o porquê não aceitar destinos como os de Nabucodonosor, Ciro e Alexandre, que passavam por grandes conquistas militares e impérios que entraram para a eternidade. Mas o destino de Jesus não era derrotar Roma, não era somar fortunas, não era ser um imperador, nem fazer sucesso em sua pátria. Não. Era morrer agonizando. Mesmo assim, ele se entregou a esse destino voluntariamente. Ele mesmo se entregou, ninguém o matou, nem Satanás, que, aliás, não o queria morto (Mateus 16:22, 23), nem os judeus, que tentaram inutilmente tirar-lhe a vida (Lucas 4:29; João 8:59), nem os romanos, que não teriam poder algum se não fosse por Deus dado (João 19:10, 11; Lucas 13:31, 32). Mas foi ele mesmo que se entregou: “Por isso, o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma toma de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la.” (João 10:17, 18).
Qualquer outro homem diante da ciência de um destino tão negro à espreita desejaria nunca ter nascido, o que diferencia Jesus de qualquer outro homem que tenha pisado este chão. Quando chegou o momento de beber o cálice amargo do seu destino, ele o fez com um voluntarismo que intriga qualquer compreensão!