A lei do amor nos liberta para sermos o que deveríamos ser.
Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar. (Tgo 1:25). Este versículo faz parte da viva orientação que Tiago faz, no sentido de que o Cristão tem o dever de praticar o ensinamento de Cristo Jesus.
E deixando de lado as contendas teológicas nos ocuparemos aqui de entender de que tipo de lei Tiago está falando. No viver Cristão há uma viva demanda ética; há uma lei que todos os Cristãos têm que entender, aceitar e tratar de pôr em prática. Esta lei rege o primeiro mandamento dos dez Mandamentos, e, é a regra régia em todos os ensinos éticos de Jesus.
Tiago evidencia aqui dois aspectos desta lei:
1 – O primeiro ele a chama-a de a lei perfeita. E quando estudamos com afinco vemos que existem três razões que a torna perfeita. É a lei de Deus, dada e revelada por Deus, em seu amoroso agir desde o início dos tempos. Em Jesus vemo-la no estilo de vida que Jesus estabeleceu para seus seguidores. Ou seja, estilo de vida que concorda com a vontade de Deus.
Ela é perfeita porque não pode ser melhorada. A lei Cristã é a lei do amor, e a demanda do amor nunca pode ser satisfeita. Sabemos bem, quando amamos a alguém, ainda que lhe déssemos todo o mundo, e ainda que lhe servíssemos toda a vida, mesmo assim não poderíamos satisfazer ou merecer seu amor. A lei cristã é perfeita porque não pode haver lei superior à lei do amor.
Mas há ainda outro sentido no qual a lei cristã é perfeita. Teleios (τελειος teleios), é a palavra que em nossa versão foi traduzida como perfeita, entre seus significados ela descreve a perfeição para uma determinada finalidade. Ou seja, ela descreve a perfeição daquele que cumpre o seu propósito e o uso determinado.
Sendo assim, se a pessoa obedecer à lei de Cristo, ela cumprirá o propósito de sua condição de ser um ser humano; cumprirá o propósito pelo qual Deus a pôs no mundo, será a classe de pessoa que deve ser, e fará no mundo a contribuição que deve fazer. Será perfeito no sentido de que, obedecendo a lei de Deus, cumprirá o propósito para o qual foi enviado a este mundo, para zelar, amar e servir.
2 – Ele também a chama de a lei da liberdade (ελευθερια eleutheria), que entre seus significados tem o de: A verdadeira liberdade que consiste em viver como devemos, não como queremos. Ou seja, deixar que o amor guie os nossos corações, e jamais se deixar envenenar pela maus influencias do mundo. Quando obedecemos ao amoroso guiar de Deus nos tornamos livres.
Filo expressou: "Todos aqueles que estão sob a tirania do ódio, do desejo ou de qualquer outra paixão são totalmente escravos; mas todos os que vivem como a expressão do amor são livres." Na medida em que deixamos de obedecer, as paixões, as baixas emoções e os desejos egoístas deixamos de viver na escravidão.
Quando aceitamos a vontade de Deus e entendemos que ela é o amor e respeito ao próximo, e que o dever de amar e dar cabe a nós mesmos e não ao próximo é quando nos tornamos realmente livres, porque então ficamos livres para ser bom, livres para sermos o que devemos ser, servindo em amor e verdade a Deus e ao próximo. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).