(parte 2) CONHECER... PARA CRITICAR !
(parte 2) CONHECER... PARA CRITICAR !
V I I I - A MAÇONARIA NO BRASIL
Datam de 1786 os mais antigos registros de Lojas Maçônicas no Brasil, na Bahia. Já em 1801, encontramos a Maçonaria definitivamente estabelecida no Norte, principalmente em Pernambuco. Funda-se no Rio, em 1822, o Grande Oriente do Brasil. (...) Hoje, o Grande Oriente do Brasil e as Grandes Lojas estaduais controlam nada menos que 1200 Lojas, somando 80.000 maçons. (OBS: dados de 1977/78) (pag. 57)
I X - A MAÇONARIA NA HISTÓRIA DO BRASIL
Ao apreciarmos a ação dos maçons no processo da nossa emancipação política, devemos mencionar, antes, os primeiros movimentos nativistas, embora deles a Maçonaria não tivesse participado, pois ali estão as primeiras manifestações de independência de um povo, cuja consciência nacional se ía pouco a pouco cristalizando. (...) Nessa época o Brasil se dividia em Capitanias, administradas por governadores praticamente autônomos, com poderes absolutos, na sua maioria cruéis e corruptos, dispondo inclusive do poder sobre a vida de qualquer um, podendo mandar enforcar sob qualquer pretexto, ou sem pretexto algum, o que não raramente ocorria.
Tratados como escravos, não tinham os nacionais direito sequer à instrução. Ordens severas se repetiam no sentido de não afrouxar aquele tratamento. Tudo era válido para que os nacionais permanecessem em estado de ignorância e penúria, significando uma garantia à perpetuação do absolutismo. Quanto à Justiça, afirma Oliveira Martins, em História de Portugal -- "Para o Brasil, a bem dizer, o que havia, em vez de leis, eram sentenças. Irregular e falha era a Justiça e seus distribuidores, com raras exceções, arbitrários, ignorantes ou venais".
O governo português, para explorar ao máximo a sua grande propriedade na América, impunha impiedosamente o seu domínio e conservava os nacionais ignorantes e alheios inteiramente ao mundo exterior, tomando para tanto medidas radicais e absurdas. Os brasileiros reagiram e se organizaram em grêmios culturais e literários, que foram os primeiros núcleos maçônicos fundados com o propósito de promover a independência, orientados por maçons iniciados em Coimbra ou Montpelier, fortes centros maçônicos.
Tiradentes ingressou na Maçonaria na Bahia e foi portador das instruções dos maçons bahianos para os patriotas de Minas. O malogro da tentativa de 1789, com a execução de Tiradentes e o degredo dos demais inconfidentes, todos maçons, não arrefeceu o ardor libertário dos nacionais e ressurgem, na Bahia, apesar da severa vigilância, novos núcleos maçônicos. Os conjurados baianos de 1799, idealistas autênticos, seguiam um programa claramente maçônico, pois lutavam pela liberdade e a instalação de um regime democrático, baseado na igualdade geral de direitos.
A revolução pernambucana de 1817 foi eminentemente maçônica. Encimava a bandeira revolucionária a Estrela de Cinco Pontas, um símbolo maçônico dos mais significativos. Dominava a revolução, presos e executados os responsáveis, tudo acontecendo com requintes de crueldade, perseguidos os maçons, nem por isso se viu afastada das cogitações a idéia de independência e a revolução prossegue, em segredo, nas Lojas Maçônicas, preparando os espíritos para o 7 de Setembro de 1822. Mas era a República as intenções maçônicas, e eclode em 1824 o movimento que passou para a história com o título de Confederação do Equador. (pag. 59)
Derrotados os revolucionários, seguiu-se à execução dos seus principais, valendo uma advertência àqueles que sonhavam ainda com a República. O período das Regências foi todo ele marcado por agitações que incluía a Guerra dos Farrapos, na Província do Rio Grande do Sul, com extensão a de Santa Catarina, um movimento idealizado e posto em execução pela Maçonaria. A libertação do escravos, em 1888, foi iniciativa de maçons, um empreendimento maçônico, portanto.
A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, não poderia deixar de se empenhar pela emancipação dos escravos. (...) Proclamada a República, onde é inconteste a participação da Maçonaria, como inteligência orientadora do movimento, talvez pareça realizada toda a obra maçônica, o que entretanto assim não é,porquanto não há nem pode haver limitação e a Maçonaria prossegue no seu maravilhoso destino, buscando a emancipação progressiva e pacífica da Humanidade. (pag. 60)
X - MAÇONS ILUSTRES BRASILEIROS
(Nesse capítulo são citados freis, padres, poetas como Castro Alves e Casimiro de Abreu, escritores, jornalistas, militares como Caxias e Deodoro, diplomatas e advogados, os Inconfidentes todos, juízes, o Barão do Rio Branco e até o imperador Dom Pedro I, NUM TOTAL DE 39 NOMES, todos maçons dos primeiros tempos do Brasil. Em outro volume o Autor lamenta a pressa com que sagraram Dom Pedro I Grão-Mestre, "atropelando" Regras e tradição... como sempre se fez e se faz nesse país, há séculos.)
X I I - CULTO Á BANDEIRA
Na Maçonaria, nas sessões magnas que realiza, sejam litúrgicas ou cívicas, é feita uma saudação à Bandeira Nacional, como último ato dos trabalhos e lida pelo Orador da Loja, estando todos os presentes de pé. (pag. 62)
X I I I - CONCLUSÕES
1 - A Maçonaria não é uma seita. É um sistema e uma escola, não só de MORAL como de filosofia social e espiritual.
2 - A Maçonaria não pretende substituir-se à Religião de cada um.
3 - A Maçonaria deixa livre a cada um de seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição.
4 - A Maçonaria condena o fanatismo, combate a intolerância.
5 - Na Maçonaria os homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizar-se e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias, em busca do aperfeiçoamento moral da Humanidade.
6 - A Maçonaria é a única associação que reúne sob suas abóbadas os adeptos de todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS.
7 - A Maçonaria exige e considera essencial e indispensável, as finalidades da Caridade, Benevolência e Educação.
8 - Na Maçonaria erguem-se Templos à Virtude e cavam-se masmorras ao Vício. ISSO É A MAÇONARIA !
(assina:) MANOEL GOMES
Past-Grão Mestre da Grande Loja de Sta. Catarina
************
Aqui termina a bela palestra de M. GOMES mas o rígido autor, Demósthenes N. V. de Aguiar, continua suas críticas até a página final, com o alerta que a MAÇONARIA... "exige amor, respeito e amparo á Família, devotamento à Pátria, obediência á Lei. Tem por divisa: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE e inspira-se nos princípios da Verdade, Trabalho, Direito e Justiça". E vai além... há alguns "cuja preocupação principal visa a conquista de altos cargos, tanto administrativos como filosóficos, dominados pela vaidade de se apresentar "paramentados" com as insígnias dos determinados Graus, sendo esquecidas as qualidades que os homens de bons costumes devem ter e apresentar ao mundo profano, como credenciais do BOM MAÇOM. (...) Não é á custa dos minguados cruzeiros dos modestos Obreiros que (...) se faz Maçonaria. Paremos por aqui, porque muito teríamos a dizer se prosseguirmos nesse tom". (pags 77/76)
A Internet virou o "paraíso" dos que NADA SABEM mas julgam entender DE TUDO. Entretanto, para não não passar por "burro falante" das fábulas infantis é preciso TER CONHECIMENTO de cada assunto a ser comentado ou criticado. (NATOAZEVEDO)
"NATO" AZEVEDO (em 19/21/fev. 2020)