A Mentira que Parece Verdade!

É lastimável e decepcionante quando a falta de conhecimento da realidade social leva as pessoas a acharem um culpado pelo que está acontecendo de ruim. Falta da parte de quem governa e de quem é nomeado seja como ministro ou assessor, uma leitura minuciosa da realidade para não distorcer com discursos incoerentes a verdadeira situação. Falo isso devido ao discurso no Fórum Mundial Econômico que aconteceu no inicio deste ano em Davos na Suíça quando o Ministro da Economia refere- se ao desmatamento da Amazônia como sendo uma consequência da pobreza, que “os pobres desmatam porque tem fome”, que imensa balbúrdia!

Sabemos que a maior parte da Amazônia se encontra em solo brasileiro, a cobiça dos poderosos do mundo quer tirar seu proveito da mata, e não estão preocupados com as consequências, e para isso desmatam invadem terras indígenas em nome do capitalismo selvagem que é o centro de suas vidas. Será que pobre tem máquinas pesadas para desmatar? Será que há pobres pecuaristas com inúmeras cabeças de gado invadindo áreas preservadas? Então, a culpa do desmatamento é dos pobres? É muito fácil dizer uma mentira dessas para camuflar a incompetência, que não governa para o todo, mas para alguns, defendendo interesses de uma minoria. É fazer da mentira uma verdade. Sabemos quem é o pai da mentira, aquele que engana todo momento. Fazer politica com base em mentiras é deturpar a verdadeira politica, é politicagem.

“Deus acima de todos”! Será? Não é o que vemos. O Deus de Jesus Cristo é o Deus dos pobres que ouve seus gritos e clamores, e desce para libertá-los de todo tipo de injustiças, desigualdades, explorações (Êxodo 3, 7ss). Deus se revela e se encarna para salvar o homem todo, o cosmo por completo.

Está na hora de haver pessoas com senso crítico da realidade, para fazer escolhas certas. Cristãos, tem compromisso com a coerência e o cuidado especialmente com os mais necessitados, e com a Casa Comum que é nosso Planeta, usar a politica para fazer o que é justo ser cumprido, não é utopia é possível para quem carrega em si tão grandioso nome, o nome de Cristão. O Estado é laico, mas as consciências de quem governam se dizem cristãs, então a preocupação com o Bem Comum deve ser colocado em prática. Isto não fere a laicidade do Estado.

Pensemos sobre isto, em nossas rodas de conversas, convivências, grupo de reflexões, aborde a realidade em que vivemos e vejamos se estamos sendo coerentes com a fé que professamos. Lembremos sempre disso, a “fé sem obras é morta” (Tiago, 2, 14-17)

Rafael Teólogo
Enviado por Rafael Teólogo em 10/02/2020
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