QUANTIDADE DE PREGAÇÃO NÃO SIGNIFICA QUALIDADE

Uma duvida básica a respeito do pregador é se quantidade de pregação é sinônimo que ele é um bom pregador.

Isso a gente pode entender analisando os motivos da pregação. Vou citar só dois para não ficar cansativo.

O primeiro é evangelismo e o segundo é aprendizado da Igreja.

A Igreja foi chamada para cumprir o IDE de Jesus, que significa ir pelo mundo afora ganhando almas (pessoas) para Jesus. Então o primeiro sentido lógico da pregação é evangelizar, ou fazer o evangelho chegar a quem não teve essa compreensão ainda. O fim disso, a concretização, é a pessoa aceitar a Jesus e optar por andar com Ele e se apresentar numa Igreja. Sobre isso, observei a Igreja Congregação Cristã do Brasil e adotei a forma que eles arregimentam seus novos membros. Na Congregação eles não têm a necessidade de ficar forçando a pessoa a aceitar Jesus, levantando a mão, indo à frente ou qualquer coisa parecida, que pode ser apenas algo movido pela emoção do ouvinte e pode servir apenas para o ego do pregador. Na congregação eles não fazem apelo nunca, e a Igreja não deixa de crescer. Assumi isso nas minhas mensagens compreendendo que uma boa pregação, ou sermão, já insere o chamado, enquanto vai sendo disposta, contada, narrada, pregada, ensinada.

O segundo ponto da pregação é fazer a Igreja avançar, ou seja, empurrar a Igreja para frente, para um outro nível; para aprofundamentos na fé. A pergunta que surge é: Será que o que estamos pregando está fazendo a Igreja avançar, ou eu como pregador estou sendo genérico, igual a todos, sendo não relevante e não conseguindo tirar as pessoas da zona de conforto?

Uma base é perguntarmos para nós mesmos: Será que o que estou pregando está fazendo alguém rever conceitos? Será que o que estou pregando vai fazer a Igreja avançar? Será que o que estou pregando está preparando a Igreja para outros tempos, talvez tempos ruins? Eu, com a minha mensagem estou conseguindo fazer a Igreja avançar no Plano da Salvação, ou somos apenas mais uma Igreja irrelevante, não visitada mais por anjos ou demônios? A minha mensagem que estou pregando está me fazendo sair da minha zona de conforto ou eu estou indo de um lado para o outro repetindo velhas fórmulas arcaicas, emboloradas, que não mexem mais com o diabo e nem fazem anjos sorrirem? O que o pregador está pregando está causando elogios ( o que pode ser perigoso, a Glória é de Deus ), mas principalmente críticas, pois a crítica é mais verdadeira que o elogio. A critica é o incomodado se manifestando. No incomodado notamos que fomos sucedidos em nossa mensagem em não deixá-lo sentado em sua zona de conforto, fazendo-o se coçar e se remexer, até explodir.

Você pregador está ganhando almas, sem forçar, sem pedir, sem fazer ninguém vir à frente, ou está forçando, sendo chato, forçando um emocional desnecessário, sendo que a palavra é suficiente em si mesma para ganhar as pessoas para Cristo? O pregador é mero acessório nessa equação, vamos entender isso, principalmente os pregadores que se acham estrelas. “Não sei o que seria de Jesus se não fosse eu e estou dizendo isso não por que esteja perante a minha pessoa não.” O apelo é necessário até onde? Na Cristã, se está vindo é crente e pra mim isso é o que importa.

Existem milhões de igrejas que são totalmente irrelevantes e não fazem a mínima cócegas em Satanás. Sua mensagem é mesmice, inútil, repetida, sem inspiração, sem buscar a revelação de Deus, sem orar para saber o que Deus quer falar com seu povo, repetição da mensagem que já pregou na outra Igreja, ou a pessoa está orando, esperando madurar o que Deus quer falar com seu povo e estudando o melhor para entregar para a Igreja o que vai fazer a Igreja andar para frente perante o Plano de Salvação?

Então sair por ai pregando pra todo lado, tendo convites, pode até parecer muito bom, muito interessante e pode até ter aparência que a coisa agora está fluindo – será mesmo?

A sua pregação está ganhando almas ou está alisando egos? A sua mensagem está ensinando as pessoas a crescerem na fé e compreenderem melhor a Bíblia e Deus, ou fica nas mensagens periféricas que como me ensinou o irmão Olemar: Não fede e nem cheira. Pois a sua mensagem, para ser mensagem tem por obrigação feder ou cheirar, ficar no morno, igual, repetido do outro é menos do que o esperado.

Estamos lotados de mensagens bobas, irrelevantes, que não mudam as pessoas, não converte, não salva, não resolve. Alguns pregadores falam muito, talvez até todo dia viva pregando aqui e ali, mas tem qualidade o que prega?

Não seria melhor a pessoa gastar tempo e ter (vamos exagerar aqui) uma única mensagem por ano, porém mensagem que fosse orada, revelada, na direção, pensada, que fizesse a Igreja Brasileira inteira entrar num outro nível, num outro patamar, se aprofundar nas águas?

Isso não será possível repetindo velhas fórmulas, repetindo mensagens velhas, copiando dos outros, pregando a mesma coisa pra todo lado. Mesmo que se pregue a mesma coisa numa Igreja que nunca ouviu essa mensagem, ela ainda é a mesma coisa. E pregar a mesma coisa é só pregar a mesma coisa.

Não é culpa nossa o nível sofrível dos ouvintes de nossas mensagens? A Igreja atual não lê Bíblia e o pastor Ed Kivitz, numa mensagem atual, observou que muitos novos convertidos velhos, pessoas não tão novas, estão aceitando a Jesus, mas não tem história com Deus, não tiveram uma Escola Dominical, um amigo ou parente cristão e estão chegando aos montes um povo sem parâmetros, sem história, para nós gerar discípulos desse barro ruim.

Não se iluda, pregar não é juntar um monte de gente numa Igreja para ouvi-lo, mas sim conseguir gerar discípulos, ovelhas, filhos de Deus. Ai a coisa é mais embaixo e ai vão se desqualificando todo mundo eu está fazendo mais do mesmo. Mais do mesmo é só mais do mesmo. Sabe aquela pregação que parece pregação, mas no fim não acrescentou nada ao seu currículo?

Então pregador, me responda você, com honestidade: Você está pregando? Você está ganhando almas? Não digo pessoas levantando a mão no fim dos seus discursos, mas elas estão voltando à sua Igreja, você está vendo os mesmos rostos consistentemente e sempre? As pessoas e você mesmo estão sendo impactados, mudados, transformados, pela sua mensagem, que presumimos tenha vindo de Deus, em oração, revelação e leitura séria da Bíblia?

Eu acredito num outro caminho. Acredito que sair por ai, levando mensagem pra todo lado não seja bom o suficiente. Não é isso que vejo em Jesus. O que vejo é Jesus ensinando de perto, supervisionando doze discípulos e ensinando aos doze tudo o que ele poderia dizer, segundo o nível deles, até onde poderiam compreender o que era proposto.

Pregar em todo canto esconde uma falácia, uma mentira, um engano. Pregar na sua Igreja é mais difícil do que pregar pro ai. Primeiro que por ai não é sempre no mesmo local, mas em vários. Pregar na sua Igreja vai te forçar a estudar sério a Bíblia, orar sério e ensinar, pregar usando as mais variadas técnicas possíveis. Jesus usava todas. Ele tinha mensagens visuais, pregação, ensino, parábolas, mensagens curtas, mensagens longas, admoestações, exortações, profecia, revelação e por ai vai. Um fato dos mais desabonadores pode ainda ocorrer - e digo isso com pesar –, pregar só numa Igreja, na sua Igreja, pode comprovar quanto o seu vocabulário cristão é restrito e pequeno. Numa Igreja onde freqüentava, um pregador trouxe três vezes seguidas a mesma mensagem, o mesmo esboço, a mesma coisa. Isso me deixou alarmado. A gente que está acostumado sabe quando o pregador mudou apenas um versículo, ma o teor da mensagem é o mesmo de muitas outras. Sabe, é aquele negócio, parece que está pregando, mas o que está mesmo fazendo, nas palavras do pastor João França, está apenas enchendo lingüiça.

Ou seja, ir pra todo lado pregando, não significa muita coisa não. Pode ser só ilusão.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 06/02/2020
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