O silêncio que condena: uma análise do julgamento de Jesus

O silêncio que condena

por E. Alyson Ribeiro

Por que Jesus foi injustiçado? Por que dizemos que a crucificação foi um ato cruel contra o próprio filho de Deus? Por que dizemos isso? Será que só o fato de Jesus não ter pecado (1 Pedro 2:22) justifica a crueldade da cruz? Veremos que a condenação imposta a Jesus, a qual culminou com a crucificação, foi muito além de um ato de crueldade.

Por onde começaremos, então, a expor os fatos? Bom, para se aplicar uma lei é necessário, primeiro, existir a lei. Pois bem, Jesus era judeu (Mateus 1:1) e foi criado e submisso à lei judaica (Lucas 2:21; Mateus 5:17). Portanto, começaremos, bem resumidamente, falar sobre a lei hebraica.

Os cinco primeiros livros da Bíblia, chamados de pentateuco (Gêneses, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômios), formam a base da lei judaica. Pois bem, o pentateuco também é chamado de TORAH. Segundo o advogado Lucas Júnio, em seu artigo “Uma análise jurídica do julgamento de Jesus Cristo”, publicado no site jus.com.br em 2019, a lei hebraica também se aplica pelo TALMUD, isto é, um conjunto de estudos rabínicos sobre a Torah, o qual foi transmitido oralmente (JÚNIO, 2019). Em resumo, Deus deu a Moisés um conjunto de regras que ficou conhecido como pentateuco ou Torah; os homens para facilitarem a compreensão e memorização da Torah discutiam a Lei e, por meio desses debates, criaram o Talmud (algo semelhante a uma enciclopédia com as conclusões dos debates, com a jurisprudência e textos filosóficos).

Perceba bem, leitor, que Deus deu uma lei (pentateuco) e os homens criaram formas de melhor interpretar essa lei (Talmuld). Isso se assemelha a um professor de Biologia que ensinará Bioquímica aos seus alunos e, para tal finalidade, ele utilizará slides com conteúdos resumidos, esquemas e fórmulas químicas. A pergunta é, por melhor e mais qualificado que seja o professor, ele conseguirá “esgotar” o assunto de bioquímica com seus alunos? É evidente que não, pois a matéria ensinada é muito ampla, porém, ele lhes dará uma excelente noção sobre o tema. Nesse meu exemplo, a Bioquímica seria como a Lei (Pentateuco) e os slides como o Talmuld. Em outras palavras, estudar só o Talmuld sem se aprofundar na Torah o fará ter uma noção menor sobre o assunto.

E por que estou dizendo tudo isso?

Simplesmente porque Deus instituiu uma tribo para servir como sacerdote, ou seja, um mediador entre Deus e os homens. Dentre várias funções dos sacerdotes, uma delas era a de ensinar a Lei (Levítico 10:11; 2 Reis 17:27). Logo, para os sacerdotes ensinar a Lei, eles deveriam ter um amplo conhecimento sobre ela. Somado a isso, outros que tinham um papel importante para preservação da Lei eram os escribas, os quais copiavam a lei.

E qual a relação disso com crucificação de Jesus?

Eu ainda não vou lhe dizer, mas deixarei, por enquanto, uma pista: “E os principais dos sacerdotes, e os escribas, andavam procurando como o matariam; porque temiam o povo.” (Lucas 22:2).

A Palavra de Deus nos mostra um exemplo de como era feito o ensino da Lei. Em Deuteronômio 6:6-7 afirma “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” Portanto, os pais deveriam ensinar a Lei aos seus filhos. Outro exemplo, no livro de Lucas 2:46-48 observamos uma passagem em que os pais de Jesus perceberam que o menino havia sumido e, procurando-o, “Três dias depois, encontraram-no. Achava-se no templo, sentado entre os especialistas na Lei, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas, deixando toda a gente admirada com a sua inteligência e respostas. Os pais não sabiam o que pensar quando o viram ali sentado.” Nota-se, portanto, que havia mestres (professores) da Lei que ensinavam por meio de perguntas e respostas. Era um debate sobre o que a Lei dizia. Mais tarde, esses debates constituiriam a Talmuld.

Bom, querido leitor, agora começarei expor o porquê a condenação que levou à crucificação foi muito mais do que um ato de crueldade.

O Evangelho segundo Lucas capítulo 22, do versículo 47 ao 54 diz: “E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar. E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem? E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. E disse Jesus aos principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido contra ele: Saístes, como a um salteador, com espadas e varapaus? Tenho estado todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. Então, prendendo-o, o levaram, e o puseram em casa do sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe.”

Mas qual a relevância disso?

Pergunto-lhe: Segundo o pentateuco, quais eram os critérios para acusar alguém?

Deuteronômio 19:15 “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato.”

Deuteronômio 13:14,15 “Então inquirirás e investigarás, e com diligência perguntarás; e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação no meio de ti; Certamente ferirás, ao fio da espada, os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver, até os animais.”

Portanto, era necessário duas ou mais testemunhas sobre a ocorrência da acusação e, ainda, também era necessário que se confirmasse o erro do indivíduo acusado.

Nós vimos que havia o registro da lei pela Torah; nós vimos que essa lei era discutida entre os mestres da lei, era ensinada às crianças pelos seus pais. Nós vimos que a consequência dessa discussão levou ao surgimento do Talmuld. Pois bem, uma nova pergunta, se para os judeus deveria haver esse cuidado no conhecimento das Escrituras Sagradas, por que ninguém questionou os acusadores de Jesus? Por que ninguém disse: “Nós precisamos de testemunhas para acusar Jesus, além disso, precisamos confirmar se, de fato, ele errou!”.

Perceba mais um equívoco: Usaram erroneamente da Lei dada por Deus para acusarem o próprio Deus, isto é, Jesus Cristo.

Todos tinham que conhecer as Leis, pois desde crianças eles deveriam aprender dela. Desse modo, como o povo judeu tinha uma preocupação com o ensinamento da Lei e, nesse caso, ninguém lembrou da Lei para evidenciar a injustiça que estavam fazendo, torna-se possível interpretar várias coisas: I) o povo não foi ensinado corretamente por seus pais; II) o povo só confiava seu aprendizado nos mestres da lei e não no que tinha aprendido em casa; III) o povo não estudava a Palavra de Deus e só dependia dos ensinamentos dos mestres das leis.

A questão, agora é, pelo tempo que você gasta estudando a Bíblia, se você estivesse naquele tempo, você ajudaria a prender Jesus ou mostraria às pessoas que elas estavam fazendo as coisas contrárias a Lei?

Então, encaminharam Jesus até a casa de Caifás. Pedro, aquele que um dia que dissera que nunca abandonaria Jesus (Mateus 26:33), mas que fora repreendido pelo próprio Cristo quando o Senhor disse “... nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás” (Mateus 26:34), acompanhava Jesus em direção ao Sinédrio. E como Deus não mente, notamos no Evangelho segundo Lucas 22:54-62 que se cumpriu o que Jesus dissera. E umas das coisas que chama atenção aqui é que após o galo cantar, Jesus virou e olhou para Pedro.

Quantas vezes dizemos coisas agradáveis ao Senhor, quantas vezes declaramos nossa lealdade, afirmamos o nosso anseio por Jesus, mas negamos a Ele. Quantas vezes pecamos conscientemente, mesmo após termos dito que amamos a Deus. Se Jesus virasse e olhasse para você e para mim neste momento, o que faríamos? Será que somos capazes de pedir perdão pelos nossos erros? Será que iremos perceber que estamos errando? E só para você saber "Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas" (Hebreus 4:13). Pedro chorou amargamente.

E Jesus, então, é preso e levado ao Sinédrio (Mateus 26:57). Segundo o Dicionário Bíblico Strong, o Sinédrio era uma assembleia de magistrados, juízes, embaixadores cuja função era deliberar ou julgar. Consistia em 70 membros dentre os quais compunham escribas, anciãos, membros proeminentes das famílias do sumo sacerdote (presidente do Sinédrio) (STRONG, 2002). A composição do Sinédrio segue a recomendação encontrada em Números 11:16.

E levaram Jesus primeiro a Anás, sogro de Caifás (sumo sacerdote) (João 18:13). Se observarmos as Escrituras notaremos que já havia uma conspiração para matar Jesus, isso na casa de Caifás. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos do povo se reuniam ali e se consultavam para encontrarem uma forma de prenderem Jesus com dolo e o matarem (Mateus 26:3-5). Será que quando faziam isso, toda essa gente “instruída na lei de Deus” percebia que agia mal?

E ali no Sinédrio as pessoas zombavam e feriam Jesus (Lucas 22:63), vendaram-lhe os olhos, feriam o seu rosto enquanto pediam para que Cristo adivinhasse quem o feriu (Lucas 22:64).

Acusaram Jesus de descumprir o que diz o livro de Levítico 24:16 “E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto“. E por que acusaram Jesus disso? Porque o sumo sacerdote perguntou a Cristo se ele era o filho do Deus altíssimo e Jesus respondeu “Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:62).

Nota-se também que após Jesus dizer tais palavras o sumo sacerdote rasgou as vestes e perguntou “por qual motivo precisamos de testemunhas?” (Marcos 14:63). Segundo Júnio (2019) no Sinédrio todos manifestavam suas opiniões, contudo, começava pelos mais moços e terminava na mais alta autoridade. Por que era assim? Para que a opinião dos mais experientes não influenciassem na dos mais novos. Contudo, nesse caso de Jesus, o sumo sacerdote se manifestou primeiro rasgando suas vestes, sendo contrário àquilo que deveria ser. Portanto, mais uma vez modificaram a regra para condenarem Jesus.

E após os judeus entenderem que Jesus “era culpado”, mesmo sem as testemunhas que a própria lei mandava ter, mesmo sem averiguarem o fato. A mais alta autoridade não fez questão de testemunhas e, por incrível que pareça, ninguém descordou dele. Agora era necessário que Jesus fosse levado a Pilatos, pois o povo judeu não podia impor a pena de morte (João 18:31). Mas para Pilatos condenar, primeiro era necessário que Jesus tivesse ferido as leis romanas. E o povo judeu, distorcendo a verdade disseram: “...Havemos achado este pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei (Lucas 23:2).

Jesus nunca proibiu o ato de dar tributo a César, pelo contrário, disse Jesus: “Dái pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mateus 22:21).

Bom, para dar sequência é necessário fazer algumas considerações sobre as leis romanas. Mais uma vez eu utilizo as informações de Júnio (2019) para expor tais fatos. A punição no direito penal romano ocorria conforme a natureza das infrações. Isto é, se o indivíduo praticasse uma infração no âmbito privado, cabia certa uma punição; mas se atingia a todo o Estado, o indivíduo era punido mais severamente. Então, o que seria uma infração pública? É aquela que ameaçava a segurança interna e a externa de Roma. Em outras palavras, era tudo aquilo que provocasse uma alteração da ordem pública. Desse modo, quem fizesse esse tipo infração deveria ser punido com: a) pagamento em dinheiro; b) Exílio e c) Execução (JÚNIO, 2019).

Dentre as formas de execução havia: a) laceração de carne; b) sufocamento; c) cremação; d) ser devorado por feras; e) crucificação; f) dentre outros.

Segundo o artigo “Breve história da pena de crucificação” do professor Rodrigo Freitas Palma, publicado em 2011 na revista “Virtú: direito e humanismo”, a crucificação era destinada aos escravos e a todos àqueles que se rebelavam contra a soberania do império. Além disso, o estímulo; violência e atentados contra os militares também provocavam a punição por meio da crucificação (PALMA, 2011). Somado a isso, os condenados carregavam “patibulum” (jugo carregando por criminosos) até o lugar de caveira – Gólgota -, onde seriam executados. Superior as cabeças dos condenados continha a sentença, a qual, na Judéia, era revelada em três idiomas distintos: hebraico, latim e grego. O local onde era concretizado o ato tinha o objetivo de tornar público o sofrimento dos condenados, pois isso servia de advertência aos revoltosos (PALMA, 2011).

De onde surgiu a cruz?

Acredita-se que tenha sido os persas o povo que inventou a crucificação. O objetivo deles eram não permitir que o cadáver de um criminoso ficasse em contato com o solo, pois o solo era consagrado a deusa Ahura Mazda (JÚNIO 2019). O povo romano aderiu a cruz porque era uma forma de tortura lenta. Segundo o livro “Teologia Sistemática ao Alcance de Todos” de Wayne Grudem, os braços estendidos e fixados com pregos na cruz sustentavam toda massa corporal. A caixa torácica era sustentada para cima e para fora, dificultando o respirar. Era necessário que o indivíduo levantasse os pés para auxiliar na respiração, contudo, devido estarem pregados se o indivíduo fizesse esse movimento ele sentia uma dor insuportável. Além disso, esse movimento, também promovia a flexão dos braços e isso movimentava o local o das mãos onde estava os pregos. Somado a isso, as costas do indivíduo, as quais estavam todas dilaceradas raspavam no madeiro provocando dor (GRUDEM, 2019).

Mas voltemos ao ato de condenação. Agora Jesus estava diante de Pôncio Pilatos que era o procurador romano, mandatário do poder do império na região da Judeia. Além disso, ele detinha o título de “preafectus”, ao qual era atribuído as competências fiscais, administrativas, militares e judiciais na sua pessoa (JÚNIO, 2019).

Conforme o evangelho de Lucas 23:1-25 notamos que o povo levou Jesus até Pilatos acusando o Senhor de incitar o povo a não pagar o tributo a César. Isso caracterizava um crime contra o Estado. Além disso, o povo também acusava Jesus de se proclamar rei. Vale dizer que tal título somente poderia ser concedido pelo império romano, do contrário, tal ação era considerada um crime contra o Estado. Pilatos indagou Jesus, mas não encontrou motivo de condenação. Então o povo, mais uma vez acusou o Senhor de que Ele causava desordem entre o povo de toda a Judeia e, ainda, afirmaram que tudo tinha começado na Galileia.

Pois bem, como Pilatos ouviu que Jesus era da Galileia, e Herodes – rei da Galileia- estava em Jerusalém, então decidiu mandar o Senhor Jesus para que Herodes o julgasse. Contudo, Herodes não encontrou algo que pudesse acusar a Jesus, mas zombando do Filho do Homem o mandou de volta a Pilatos com uma capa luxuosa.

Após tudo isso, Pilatos se reuniu com os sacerdotes, os líderes judeus e o povo e afirmou que não havia encontrado algo que pudesse acusar a Jesus, inclusive, o procurador romano disse a eles que nem mesmo Herodes havia encontrado algum mal. E o povo sabendo que na festa de Páscoa era comum soltar algum preso, começou a pedir que Pilatos soltasse Barrabás (que era um criminoso) e crucificasse Jesus. Desse modo, segundo João 19: 1-16 Pilatos mandou chicotear Jesus, em seguida os soldados fizeram uma coroa de espinhos e a puseram em Jesus, depois vestiram-no com uma capa vermelha e zombavam Dele. E após essa humilhação, mais uma vez o procurador romano titubeou e mostrou Jesus ao povo. Contudo, o chefe dos sacerdotes e os guardas do templo pediram a crucificação. Pilatos mais uma vez recuou, tentou conversar com Jesus, conversou com o povo, falou que Jesus era o rei dos Judeus, mas as pessoas afirmavam que o Imperador era o rei dos Judeus. Por fim, Pilatos teve que ceder à pressão popular e mandou crucificar Jesus.

Enfim, os tramites que levaram a crucificação foram muito mais do que um ato de crueldade. Jesus, o Verbo que era Deus e estava no princípio com Deus (João 1:1-2), foi humilhado pelo ser humano. Foram várias humilhações até o ato de crucificação. Percebemos que os judeus, os quais deveriam zelar pela Lei, não respeitaram as recomendações da Torah e prenderam Jesus mesmo sem as testemunhas e a confirmação do ato. Em seguida, a maior autoridade do Sinédrio, que deveria ser última em dar sua opinião, rasgou suas vestes antes mesmo de ouvir a opinião dos demais e, ainda, dizia não haver necessidade testemunhas para poder acusar Jesus. Percebemos aqui que distorceram a Lei de Deus e a usaram para condenar Cristo Jesus. Usaram erroneamente a Lei de Deus para acusarem o próprio Deus. Posteriormente, levaram o Senhor perante Pilatos e, para que fosse aplicada, agora, a lei romana, afirmaram que Jesus cometera um crime contra o Estado. Mentiram ao falar que Jesus afirmou que eles não deveriam dar a César o que era de César. Além disso, Pilatos recuou várias vezes, não queria condenar o Cristo, não via nele mal algum, mas por pressão do povo e temor de uma reviravolta condenou Jesus. O Senhor, então, foi humilhado, espancando e, por fim, crucificado em uma cruz que teve sua origem num culto pagão. Deus não gosta que faça a ele uma prática que é feita a um deus pagão (Deuteronômio 12:31), portanto, até mesmo ser pregado numa cruz era humilhante. Por fim, tudo isso aconteceu porque o povo não questionou os mestres da lei, calaram-se diante de uma injustiça, silenciaram-se diante de um erro. Desde criança o povo era ensinado sobre o pentateuco, sabia, ou pelo menos deveria saber, que para uma condenação era necessário testemunhas e a confirmação do fato; além disso, o povo calou-se quando acusaram Jesus de algo que ele não fez contra os romanos. Então, eu lhe pergunto, leitor, se você estivesse vivendo naquele tempo, você também ajudaria a condenar Jesus? E hoje, você ainda se cala diante das injustiças? O seu silêncio pode condenar um inocente.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” (Mateus 5:6).

Referências:

GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.

JÚNIO, Lucas Araújo de Oliveira. Uma análise jurídica do julgamento de Jesus Cristo. 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/76459/uma-analise-juridica-do-julgamento-de-jesus-cristo>. Acesso em: 14 jan. 2020.

PALMA, Rodrigo Freitas. Breve história da pena de crucificação. Virtù: Direito e Humanismo, Brasília, v. 1, n. 2, p.25-31, jan. 2011. Disponível em: <http://revistaeletronica1.hospedagemdesites.ws/revista-eletronica-virtu/pasta_upload/artigos/a3.pdf> Acesso em: 30 dez. 2019

STRONG, James. Dicionário bíblico strong: Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.