SUICÍDIO, VOCÊ PRECISA SABER DISSO

 

Você sabia que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo? Isso significa que cerca de 800 mil pessoas se matam todos os anos no mundo. O número de pessoas que cometem suicídio cresce assustadoramente. Entre os países com o maior número de suicidas está a Groelândia com mais de 51 suicídios a cada 100 mil habitantes. O Japão também é considerado como um dos países com maior índice de suicídio no mundo. O Brasil ocupa a 152ª colocação, com 6,9 mortes por suicídio a cada 100 mil pessoas. O caso é tão sério que o número de pessoas que morrem por suicídio é muito maior do que aquelas que morrem por assassinato. Dados apontam que o índice de suicídio cresce não só entre os adultos, mas abrange todas as faixas etárias principalmente adolescentes e jovens. Em geral, os homens são as maiores vítimas. A média é de 4,5 homens para cada mulher vítima de suicídio. Entre os homossexuais, o número de suicídio é três vezes maior que os heterossexuais. Esses números foram apontados pela "Organização Mundial de Saúde" no ano de 2019.

 

E, não somente isso, o suicídio também está presente em todas as classes sociais e em todos os seguimentos religiosos. Os mulçumanos por exemplo, enchem o corpo de bomba, matam a si mesmo, e muitas pessoas ao mesmo tempo. Infelizmente, até no cristianismo há uma grande quantidade de “pastores” que tem cometido suicídio.

Mas, acredite se quiser! Embora os dados mundiais apontem para esse triste fato, eles não são tão reais assim! Se levarmos em conta que a Certidão de Óbito nem sempre fala a causa legítima da morte de muitos indivíduos, e, se, alguns estudos estiverem certo, a cada suicídio anunciado pelos meios de comunicação, há mais 10 que não são divulgados. Sendo assim, então podemos deduzir que o número de pessoas que se suicidam no mundo é muito maior que os dados apontados pela (OMS). A ideia "errada" dos principais meios de comunicação é que se não houver a divulgação, não haverá também a estimulação para mais suicídios. Todavia, a grande maioria dos especialistas no assunto entendem que a melhor coisa a se fazer não é esconder da sociedade o suicídio e sim tratá-lo de modo preventivo com tratamento farmacológico e psicoterápico.

 

O suicídio do ponto de vista científico

A psiquiatria, por exemplo, diz que o suicídio pode ser uma consequência de fatores tanto internos como externos. No primeiro caso, transtornos mentais como, (depressão, bipolaridade e personalidade impulsiva ou agressiva), histórico de tentativas de suicídio, dependência de álcool e/ou drogas, esquizofrenia, doenças incuráveis, término de relacionamentos – namoro, noivado ou casamento, descontentamento profissional, familiar ou pessoal, histórico de abuso sexual ou moral são os principais riscos. Quanto as razões externas, questões culturais e socioeconômicos, acontecimentos estressantes e perturbações mentais também se enquadram em possíveis motivadores para o suicídio. Especialistas dizem que o sinal vermelho de alerta começa com a mudança de pensamentos, que se tornam negativos, geralmente devido ao sentimento de tristeza, desesperança e desamparo. No meio cinentífico a depressão é apontada como a principal causa de suicídio no mundo, porém não existe um consenso entre os especialistas sobre o assunto.

Andrew Solomon, em seu livro [O Demônio do Meio Dia], diz que muitos suicídios são cometidos por pessoas que não são depressivas. Os dois elementos não são partes de uma única equação lúcida, uma ocasionando a outra. São entidades separadas que com frequência coexistem, influenciando-se mutuamente. Para Solomon, tentativas de definir a depressão suicida têm sido especialmente infrutíferas. Segundo ele, não existe nenhuma relação forte entre a gravidade da depressão e a probabilidade do suicídio: alguns suicídios parecem ocorrer durante disfunções severas, embora algumas pessoas em situações desesperadas apeguem-se à vida. Algumas pessoas oriundas de regiões mais deterioradas das grandes cidades, que perderam todos os filhos para a violência das gangues, que estão aleijados fisicamente, com inanição, que jamais conheceram um minuto de amor de qualquer espécie, mesmo assim agarram-se à vida com cada tiquinho de energia. Outros, com infinitas promessas brilhantes em suas vidas, cometem suicídio. O suicídio não é a culminação de uma vida difícil; nasce de algum lugar escondido além da mente e da consciência.

 

No cristianismo o assunto depressão é bastante controverso! Em muitas igrejas evangélicas, a liderança trata a depressão no crente como, causa de pecado ou possessão demoníaca. É bem verdade que, a opressão maligna, ou uma vida de pecado, pode sim levar uma pessoa a depressão, mas isso não significa que toda causa de depressão na vida dos crentes provém destas duas coisas. Não podemos negar que um crente deprimido precisa de ajuda espiritual (auxílio da Igreja, ajuda do pastor, oração, uma palavra de ânimo, e de encorajamento). Contudo, não podemos esquecer que a depressão é uma doença. Todo crente deprimido precisa também, ser tratado de maneira adequada com acompanhamento médico, remédios e terapias.

O suicídio do ponto de vista da religião

 

O catolicismo afirma que “o suicídio é gravemente contrário à justiça, à esperança e à caridade”. Se a pessoa comete suicídio, sob qualquer circunstância, não se salva, inevitavelmente vai para o inferno.

No cristianismo protestante, existem três posições completamente distintas: alguns, entendem que um cristão nascido de novo nunca cometerá um suicídio; outros são da opinião que um cristão pode até se suicidar, mas não perde a salvação; ainda existe aqueles que dizem que, um cristão pode cometer suicídio, mas perderá sua salvação. No período da Reforma Protestante, Martinho Lutero e João Calvino concluíram que eles não podiam afirmar categoricamente que um cristão não poderia cometer suicídio e/ou o que se suicidava iria ser condenado.

Mas, o que a Bíblia diz a respeito? É justo a alguém cometer suicídio? É pecado se suicidar? Há perdão para um suicida?  O suicídio é um pecado imperdoável? Para todas essas questões é óbvio que teremos respostas diferentes, todavia entendemos que o suicídio não é ilícito sob nenhuma circunstância porque a vida é um dom divino (At 3.15; Jo 10.17,18). Biblicamente está muito claro que somente Deus tem o poder de dar a vida, da mesma forma que a Ele pertence o direito e autoridade de tirar a vida. "O Senhor é o que tira a vida e dá; faz descer à sepultura e faz subir". (1Sm 2.6). Dessa forma, a pessoa que comete suicídio está pecando, pois indevidamente apropriou-se do direito exclusivo e absoluto de Deus. No IV século d.C., Agostinho de Hipona, um dos pais da Igreja, disse que o suicídio é o ato último da incredulidade, é quando o homem deixa de correr para Deus, e ao invés disso, ele corre de Deus. E, quando o homem corre de Deus, ele está entregue a incredulidade, ao desespero, daí ele salta ao abismo da própria morte por meio do suicídio. Para Agostinho o suicídio é absolutamente ilícito por três razões:

Primeiro, porque todo ser ama naturalmente a si mesmo, e a isso se deve que todo ser se conserve naturalmente a si mesmo, e a isso se deve que todo ser se conserve naturalmente na existência e resista, quanto seja capaz ao que poderia destruí-lo. Por tal motivo, que alguém se dê a morte vai contra a inclinação natural e contra o amor, pelas quais se deve amar a si mesmo; daí que se suicidar seja sempre pecado mortal, por ir contra a lei natural e contra o amor. Segundo, porque cada parte, enquanto tal, pertence ao todo; e um homem qualquer é parte da comunidade, e, portanto, tudo o que ele é pertence à sociedade. Por isso, quem se suicida faz injúria à comunidade, como o demonstra o Filósofo Aristóteles. Terceiro, porque a vida é um dom divino dado ao homem e sujeito ao seu divino poder, que dá a morte e a vida. E, portanto, quem priva a si mesmo da vida peca contra Deus, como quem mata um servo alheio peca contra o senhor de que ele é servo; ou como peca quem se arroga a faculdade de julgar uma coisa que não lhe é atribuída, pois só a Deus pertence o juízo da morte e da vida, conforme a Bíblia diz: “Eu Sou o único, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim. Eu mato e Eu faço viver...” (Dt 32.39).

 

Nos dias atuais o suicídio é sem dúvida um dos grandes problemas dessa sociedade imediatista e materialista que envolve a nossa civilização, porém, o suicídio nunca foi, não é, e nunca será a solução para os enormes problemas e desafios que diariamente a vida nos oferece. Muitas pessoas enxergam o suicídio como um remédio, ou como a solução definitiva para o fim dos seus problemas. Muitos se matam por questões mau resolvidos nos relacionamentos com o propósito de "se vingar", ou atingir alguém. Movidas por um sentimento egoísta pensam "erradamente" que o suicídio é capaz de resolver as desavenças, os desentendimentos e as feridas que tiveram em seus relacionamentos. Existem também aqueles que se suicidam voluntariamente, supondo "erradamente" que a morte é o fim de tudo e movidos pelo impulso e descontrole emocional se matam sem medir as horríveis consequências de seus atos.

 

Apesar dos desafios, das dificuldades e dos problemas que diariamente a vida nos oferece, definitivamente devemos reconhecer que não há justificativa alguma para o suicídio (nem moralmente e nem biblicamente). E, se por um lado não podemos negar que o suicídio é uma questão de escolha do indivíduo, por outro lado, a grande verdade é que "o suicídio é uma esolha pecaminosa, e não justa" porque a pessoa que se suicida está pecando. O mandamento de Deus é, e continuará sendo o mesmo: "Não matarás" (Êx 20.13). A Escritura fala de pelo menos cinco personagens que cometeram suicídio. Todos eles eram ímpios e suas histórias nos mostram que antes de cometerem suicídio não se converteram ao Senhor Deus, Criador de todas as coisas, pelo contrário, permaneceram impiedosos. Trata-se de Abimeleque, rei de Siquém (Jz 9.52-54); Saul, rei de Israel (1Sm 31.3-5); Aitofel, conselheiro de Davi (2 Sml 17.23); Zinri, rei de Israel (1Rs 16.18-19); e Judas Iscariotes, o traidor (Mt 27.3-5).

A salvação e o ato do suicídio

 

A (Soteriologia) doutrina da salvação é bastante debatida entre Calvinistas e Arminianos porque nao existe um consenso nas opiniões desses dois grupos. São muitas diferenças, uma delas, gira em torno da possibilidade de um cristão poder perder a salvação. Os Arminianos creem que o suicídio é um dos pecados capazes de tirar a salvação do crente e levá-lo ao inferno. Acreditam que o pecado de suicídio é imperdoável, não havendo tempo, ou oportunidade para o arrependimento, e isso inevitavelmente levaria o crente para o inferno. O calvinismo por sua vez, afirma biblicamente a segurança da salvação do crente (a perseverança dos santos), não por seus prórpios méritos, mas pelos méritos de Cristo e acreditamos que o suicídio ou qualquer outro pecado não são capazes de anular a graça, ou desfazer a salvação que Cristo comprou na cruz. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. “Porque eu estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.1,38,39).

Porém, tanto na posição Calvinista como na Arminiana, (alguns acreditam que um cristão jamais cometerá suicídio). Esta posição é defendida com base no argumento que, entre os vários personagens da Bíblia que cometeram suicídio, nenhum deles eram crentes. No entanto, os que defendem essa teoria carecem de respaldo bíblico, pois, não existe nenhuma passagem da Escritura para confirmar tal afirmação.

 

Conforme dissemos anteriormente o suicídio definitivamente não é a solução para os seus problemas e não existe justificativa alguma para tal ato. Suicidar-se é uma escolha pecaminosa. Se você está pensando em tirar a própria vida, saiba que essa não é a solução para os seus problemas; a solução é Jesus Cristo. Ele é capaz de remover a depressão, arrancar o medo, aliviar a dor, o sofrimento, dar esperança, alegria, trazer consolo, preencher por completo o vazio na alma. Só Jesus Cristo pode dar a verdadeira paz que você tanto procura. A vida é um dom de Deus, ninguém vive para si mesmo. “Se vivemos, para o Senhor vivemos; se, morremos, é para o Senhor que morremos...” (Rm 14.8). 

Há perdão para um suicida? Quem comete suicídio será salvo?

Se pretendemos responder a essa questão com toda sinceridade primeiramente devemos humildimente admitir que a Escritura não estabelece uma posição definitiva sobre o suicídio e a salvação. Tudo o que podemos fazer é examinar as Escrituras através das verdades teológicas claramente estabelecidas, a fim de chegar a uma provável conclusão sobre um fato não estabelecido de forma categórica.

 

O suicídio é de fato um pecado grave, assim como todo pecado é grave, mas o único pecado que a Bíblia revela como imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. “Com toda a certeza Eu (Jesus) vos asseguro que TODOS os pecados e blasfêmias dos homens lhes SERÃO PERDOADOS. Todavia, quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais receberá perdão. Pelo contrário, é culpado de pecado eterno” (Mc 3.28,29).

 

Por isso, entendemos biblicamente que o suicídio pode ser perdoado como qualquer outro pecado. Cremos com base nas Escrituras que todos os nossos pecados do passado, presente e futuro foram perdoados. Paulo disse aos Colossenses: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne; vos deu vida juntamente com Ele, perdoando TODOS os nossos pecados; e CANCELOU a escrita da dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a REMOVEU COMPLETAMENTE, pregando-a na cruz” (Cl 2.13,14). Escrevendo aos romanos, Paulo disse: “Nada poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus”. (Rm 8.38,39). A Bíblia é muito clara ao dizer que (nada) poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus, dessa forma entendemos que o pecado de suicídio também não é capaz de desfazer o que Cristo já fez por nós (a salvação), que Ele conquistou na cruz. 
 

Admitimos que um verdadeiro cristão pode cometer suicídio e a depressão pode ser um dos fatores que o leve a tirar a própria vida, mas, biblicamente falando eu acredito que Cristo irá recebê-lo no céu. Judas, ao escrever sua epístola disse que “Aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da Sua glória” (Jd 24 - ARC). O adjetivo grego ἄπταιστος aptaistos, “tropeçar” usado por Judas, tem um sentido metafórico, como quem vem montado em um cavalo que não tropeça, que permanece firme, livre da queda. Em Cristo estamos seguros, Ele nos guarda debaixo de Suas asas. Deus planejou nossa salvação, realiza nossa redenção e consumará nossa glorificação.

JESUS FAZ A DIFERENÇA

Pastor Jose Junior
Enviado por Pastor Jose Junior em 29/01/2020
Reeditado em 20/07/2023
Código do texto: T6853648
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