REBATISMO

O tema é polêmico, mas não há, no texto bíblico, NENHUM preceito ou ensino QUE, à saciedade, CONTRARIE o rebatismo, como também não se vislumbram outros que o favoreçam.

Há somente, em Atos dos Apóstolos (At 19.1-7) um caso específico de rebatismos. Mas o livro de Atos dos Apóstolos não é texto de base para formação de doutrinas. Ocorreu ali, um dos casos especiais registrados pelo cronista e companheiro de Paulo: o médico Lucas, em suas viagens missionárias.

Atos dos Apóstolos é conhecido como “período de transição” do judaísmo para o cristianismo.

O texto referido de Atos 19.1-7 narra sobre uns 12 discípulos de João, o Batista (que eram salvos, cristãos), mas que não tinham sido ainda doutrinados a respeito da Pneumatologia (Doutrina do Espírito Santo). Eles já tinham o Espírito Santo desde quando creram (Atos 11.17; Ef 1.13; Gl 3.2), só que não sabiam nada disto, ou seja, não tinham conhecimento teórico ou doutrinário a este respeito. Não havia sistematização de teologia a ponto de serem capazes de responderem, à altura, de chofre, a quem lhes pedisse “a razão da esperança” que há em Cristo ou que delimitassem, para eles, ponto a ponto. as doutrinas que desconheciam.

Estes 12 discípulos de João, na cidade Éfeso foram rebatizados. Foi o único caso relatado pela Bíblia, sendo inegável e sua ocorrência histórica!

Em Efésios 4.4-6, lemos sobre “um só batismo”, mas, examinando bem este texto, verifica-se que o apóstolo está versando sobre o BATISMO ESPIRITUAL, quando se crê em Cristo. Basta observar que todos os demais termos usados pelo apóstolo, neste texto, são espirituais. Ele diz que “... há um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus”, ...).

Ora, todos os termos, vê-se que se tratam de coisas espirituais, mesmo quando se fala de corpo, que é uma metáfora da Igreja! Por quê batismo não seria o BATISMO ESPIRITUAL, que se dá quando a pessoa se converte a Cristo, após a “pregação da fé” (Gl. 3.2) ou quando se é selado pelo Espírito Santo da promessa? (Ef 1.13). Ou seja, quando a Trindade passa a habitar no salvo, pois a Comissão mais perfeita do Universo age em conjunto: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. (Confira com os textos: Gálatas 3.2 e 5; Efésios 1.13. Estes dois textos citados explicam claramente Atos 19.2 que muitos forçam, entendendo que o Espírito Santo vem posteriormente! Não, primeiro ocorre o batismo espiritual, a selagem interna do Espírito Santo, no coração do que crê, antecipando o batismo em água).

O texto de Efésios não diz que o batismo deve ser ministrado somente UMA VEZ! (Volte o olhar para o texto apontado de Efésios 4.4-6!). Diz ali que o batismo deve ser SOMENTE UMA VEZ? Não! Portanto, a conclusão lógica, é que NÃO EXISTE NENHUMA PROIBIÇÃO BÍBLICA DE REBATISMO. (Repita-se há um caso de rebatismo no texto apontado de Atos 19.1-7). A coisa pesa mais para o rebatismo! E daí? Isto entra em conflito com alguma doutrina bíblica? Se entra, não sei de qual se trata! (Prossigamos!)

Há vários casos de REBATISMOS nas histórias das Igrejas Batistas do Brasil e do mundo. Há casos de missionários e outros que pediram e foram rebatizados em atendimento a esses seus pedidos, pois quando foram batizados pela 1ª vez, nada entendiam de doutrinas ou de Bíblia e, por serem de tenra idade e sem muitas experiências de vida fizeram questão de serem submetidos a esse ato solene e principiante da vida cristã, no que foram atendidos sem questionamentos e seguem assim as suas vidas eclesiásticas de forma normal. (Entendo que talvez sejam os tipos de pessoas que “não ouviram” – ouvir é a primeira fase da fé (Romanos 10.17 e João 5.24), que chega aos nossos corações e mentes, por não terem sido bem discipulados ou que, na fase infantil (bebês) nada entenderam ou não ouviram, por serem da classe dos deficientes auditivos, à época!)

Pesa ainda contra os que advogam a tese da Aclamação (receber membros de outras denominações sem que estes tenham de passar por outro batismo na Igreja receptora) que, “muitos dos que foram ACLAMADOS sem rebatismos, nunca se adaptaram bem na nova comunidade, como os demais membros!”

(Estas minhas últimas palavras, entre aspas e por mim grifadas, foram-me ditas – não "ipsis literis", mas com este sentido, pelo veterano pastor José Martins Capetine, numa certa ocasião).

Muniz Freire (ES), 2005

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