Ilustração: Capa de A fundamentação da Ciência Espírita, de Carlos Frierich Loeffler - Edições Lachâtre
- Apresentação
- O espírito científico de Kardec
- Relação Espiritismo-Ciência
- Referências bibliográficas
- O Livro dos Espíritos confirma e antecipa a Ciência
- RLE - Módulo 8 - NOÇÕES DE CIÊNCIA ESPÍRITA
- Textos-base
- Textos complementares
- Exercicios de verificação
- Perguntas
- Respostas
- Caixa de ferramentas
- Citações e transcrições
- Índice do RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
APRESENTAÇÃO
Dissemos que o Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência de observação. É o que constitui a sua força contra os ataques de que é objeto e dá aos seus adeptos uma fé inquebrantável. Todos os raciocínios que se lhe opõem caem diante dos fatos, e esses raciocínios têm tanto menos valor aos seus olhos quanto mais eles sabem que são fruto do interesse. Em vão se lhes diz que isto não é, ou é outra coisa, pois eles respondem: Não podemos negar a evidência. Se se tratasse de apenas um indivíduo, poder-se-ia julgar que ele fosse vítima de uma ilusão, mas quando milhões de indivíduos veem a mesma coisa, em todos os países, conclui-se logicamente que são os negadores que estão equivocados.
ALLAN KARDEC. Revista Espírita- fev/1865. Da perpetuidade do Espiritismo.
Instrutor Guima
Prosseguindo no RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS, veremos agora o Módulo 8 - Noções de Ciência Espirita, no qual se dá, sumariamente, noções e conceitos de ciência e Ciência Espírita.
Leia com atenção e esquematize os textos que vêm a seguir, pois são matéria introdutória aos pontos discriminados no Roteiro de Estudos deste Módulo 8.
Vamos lá.
O ESPÍRITO CIENTÍFICO DE KARDEC
Allan Kardec, como se sabe, não era um cientista no sentido profissional, de especialista neste ou naquele ramo da Ciência, mas tinha cultura cientifica, espírito cientifico. A propósito deste assunto, o escritor e jornalista espírita Deolindo Amorim, num de seus artigos dedicados ao Codificador, assim se expressa:
“Alan Kardec revela-se, em tudo e por tudo, um homem de espírito científico pela sua própria natureza... Todas as condições indispensáveis ao espírito científico nele estão, sem tirar nem pôr, como diz o jargão habitual: em primeiro lugar, a serenidade com que encarou os fatos mediúnicos, com equilíbrio imperturbável, sem negar nem afirmar aprioristicamente; em segundo lugar, o domínio próprio, a fim de não se entusiasmar com os primeiros resultados; em terceiro lugar, o cuidado na seleção das comunicações; em quarto lugar, a prudência nas declarações, sempre com a preocupação de evitar divulgação precipitada de fatos ainda não de todo examinados e comprovados; em quinto lugar, finalmente, a humildade, que é também uma condição do espírito cientifico, interessado na procura da verdade, antes e acima de tudo.”
E foi esse espírito cientifico que o secundou, todo o tempo, no cumprimento de sua missão de Codificador da Doutrina Espírita.
Fonte: ESDE - Módulo II – A Codificação Espírita
Metodologia e Critérios utilizados na Codificação Espírita
RELAÇÃO ESPIRITISMO-CIÊNCIA
Para abertura deste Módulo 8 - Noções de Ciência Espirita, vamos examinar um extenso artigo de Ademir L. Xavier Jr. [*], que reputamos bastante adequado aos propósitos deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS.
Eis o artigo:
Vamos lá.
Observação: Neste artigo, 'Espiritismo' e 'Doutrina Espírita' são usados como sinônimos, entendendo-se por eles o conjunto de princípios definidos em 'O Livro dos Espíritos' por Allan Kardec.
1. Introdução
Todo adepto com razoável entendimento dos princípios da Doutrina Espírita sabe que ela é um conjunto de princípios que se apresentam como afirmações sobre o mundo. Não é menos certo que muitos desses princípios, ainda que se apliquem ao objetivo maior do Espiritismo que é o estudo do elemento espiritual, contém afirmações singulares e gerais sobre o mundo material. Isso necessariamente nos leva à fronteira entre o Espiritismo e as ciências bem estabelecidas que também afirmam coisas sobre o mundo. Para que haja evolução na forma de aquisição de conhecimento – um dos objetivos das ciências e também do Espiritismo, no caso, conhecimento sobre o mundo espiritual – faz-se necessário conhecer exatamente como se dá essa relação.
A ciência, tal como a conhecemos hoje, é produto da evolução lenta por que nossa sociedade passou nos últimos séculos. Não existe um consenso geral (na forma de uma fórmula ou padrão estabelecido) sobre qual seria a definição exata de ciência. Podemos, porém, descrevê-la de acordo com alguns de seus atributos bem conhecidos. De todos eles, um que parece conveniente para caracterizar as chamadas ciências bem estabelecidas (física, biologia, química e outros) é a noção de paradigma [1]. Por paradigma entende-se um conjunto de princípios que versam sobre determinado objeto, e que se encontram naturalmente relacionados a um grupo ou conjunto de fenômenos naturais. Fazem parte do corpo que forma o paradigma também leis complementares a completar o conhecimento, permitindo a aplicação das leis do corpo principal aos fenômenos observados. Os paradigmas são os campos de trabalho tradicional na pesquisa normal das grandes áreas do conhecimento científico. Assim, Ciência não é a mera coleção de fatos e hipóteses mas algo muito mais complexo, em constante mutação através das gerações possuindo seus próprios sistemas de proteção a fim de evitar que seu corpo principal de doutrina seja corrompido. Não se pode mudar a orientação de determinado programa de pesquisa de uma noite para outra, ainda que se tivesse uma boa razão para isso. As mudanças nos programas de pesquisa que caracterizam o paradigma – conhecidas como revoluções científicas – necessitam de um tempo de maturação e, muitas vezes, uma mudança no posicionamento dos cientistas, na maneira como eles vêem o mundo. As revoluções científicas são acontecimentos de curta duração seguidos muitas vezes de estágios de desenvolvimento mais ou menos estáveis.
Semelhantes considerações, como pode se compreender, não devem ser deixadas de lado na análise do assunto que serve de título a este texto. Da mesma forma, de uma análise imparcial da própria Doutrina Espírita deve nascer um modelo de ideias que consiga descrever corretamente o que se entenda por “aspecto científico” do Espiritismo. De posse desses dois ingredientes (compreensão correta do aspecto científico do Espiritismo e do significado da Ciência) podemos então considerar seriamente um debate sobre a relação entre esses dois ramos do conhecimento humano. Apresentamos aqui brevemente alguns subsídios para se iniciar esse debate.
2. Noções incorretas de ciência espírita e ciência normal. Discutindo um modelo mais apropriado de ciência
Um número razoável de espíritas e simpatizantes procuram abordar o aspecto científico do Espiritismo de forma a moldá-lo segundo a visão parcial do conhecimento considerado genuinamente científico. Essa visão parcial vê a ciência como uma atividade extremamente rigorosa em seus métodos de análise, e acredita que os sucessos obtidos com o desenvolvimento científico – que permitiram compreender os fenômenos e desenvolver novas aplicações tecnológicas – são produto direto desse rigor metodológico. Nada poderia estar mais longe da realidade. O sucesso da ciência atual, que se materializa na forma de produtos tecnológicos e sofisticados métodos numéricos de reprodução da realidade em seus mínimos detalhes, não decorre apenas de um rigor metodológico qualquer que seja ele, mas principalmente das teorias que nascem em sua forma primitiva na cabeça dos cientistas. Semelhante compreensão parcial da realidade é comum para muitos espíritas que acreditam que os fenômenos espíritas devam satisfazer necessariamente a critérios de adequação empírica conforme os moldes das ciências normais. Para esses, a “ciência espírita” tem a haver unicamente com a parte fenomenológica (na forma da mediunidade em seus múltiplos aspectos) com exclusão de qualquer consideração de princípios. O Espiritismo é visto como um amontoado de fenômenos a partir dos quais se pode inferir um conjunto de afirmações mais gerais e deduzir consequências. Seguindo esse caminho, logicamente os inimigos do Espiritismo se comprazem em negar os fenômenos ou inventar explicações alternativas que parecem atingir os supostamente deduzidos princípios espíritas. Coincidentemente, essa visão também é popularmente atribuída à ciência. De uma maneira simplificada podemos esquematizar o entendimento popular de ciência – que dá origem ao chamado “método científico” – de acordo com a Fig. 1.
Nessa figura, um observador bem intencionado (quer dizer, isento de pré-julgamentos ou explicações próprias consideradas tendenciosas) observa os fenômenos da natureza. Essa observação deve ser igualmente isenta e completa suficiente para não permitir perda de informação a respeito dos fenômenos. Deve ser realizada de forma a cobrir o maior número de “condições” possíveis, o que leva à necessidade de se repetir testes experimentais um grande número de vezes. A partir dos fenômenos ele elabora hipóteses consideradas razoáveis que, por um processo mal explicado, degenera (ou se sintetiza) em “leis gerais”. Esse processo de criação de leis gerais é denominado indução. A partir das leis induzidas outros fenômenos semelhantes (ou os mesmos) podem ser explicados por um processo denominado dedução. Um ponto importante a ser considerado diz respeito às consequências para o desenvolvimento de uma ciência se o modelo mostrado na Fig. 1 for considerado ideal. Compreensivelmente pode-se com ele destruir qualquer tipo de explicação negando-se simplesmente os fenômenos. Desde que esses não existam, não há sentido em se acreditar nos princípios deles supostamente induzidos. Isso acontece com os que negam inúmeras vezes com os fatos psíquicos, e com ele a ideia de comunicação entre vivos e mortos e a sobrevivência dos seres após a morte.
Referências
[1] A. F. Chalmers, “O que é ciência afinal ?” - Ed. Brasiliense, 1993
O LIVRO DOS ESPÍRITOS ANTECIPA E CONFIRMA A CIÊNCIA
Instrutor Guima
Leia este texto de Adriano Henrique de Oliveira, publicado na Revista Reformador (FEB), de abril de 1994.
Módulo 8 - NOÇÕES DE CIÊNCIA ESPÍRITA
Finalidades deste Módulo 8
♦ Efetuar a leitura/estudo de textos sobre ciência e Ciência Espírita, objetivando conhecer noções introdutórias dessas disciplinas.
Pré-requisito
♦ Ter realizado os módulos anteriores deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
♦ Ter lido com atenção e esquematizado o conteúdo dos tópicos O espírito científico de Kardec, Relação Espiritismo-Ciência e O Espiritismo confirma e antecipa a Ciência dados acima.
Objetivos de ensino
♦ Ao concluir todas as atividades deste Módulo 8, você será capaz de:
• conhecer sobre o espírito científico de Allan Kardec e o uso criterioso de um método próprio de investigação dos fenômenos espíritas
• conhecer noções sobre a relação entre o Espiritismo e as ciências
• conhecer pontos doutrinários do Espiritismo confirmados pela Ciência
• conhecer noções de fundamentos da ciência (abordagem intelectual, elementos teóricos)
• conhecer construções típicas de atividades de pesquisa e metodologia científica (definição, conceito, conceitos primitivos, axioma, postulado, princípio, lei, hipótese, teoria, teorema)
• conhecer noções de provas e demonstrações, da legitimidade científica dos fatos, do enfoque probabilísticos dos fatos, da legitimidade científica das teorias
• conhecer noções sobre o domínio da incerteza e da finalidade da prova
• conhecer noções de indicadores de consistência das teorias científicas
• conhecer noções sobre as limitações da ciência
• conhecer noções do caráter progressivo do Espiritismo e o desenvolvimento da ciência espírita
• conhecer noções sobre a Ciência Espírita (composição da ciência, a concepção kardequiana, a metodologia kardequiana, o rigor da análise kardequiana, a fundamentação da ciência espírita, a atuação da ciência na doutrina, a paraciência espírita)
• conhecer diversos pontos de vista de autores espíritas sobre pesquisas e métodos, provas científicas, pesquisa científica espírita, espiritismo como ciência, confirmações científicas dos fenômenos espíritas
Atividades
♦ Proceda à leitura/estudo dos textos abaixo indicados (itens Textos-base e Textos complementares), observando as instruções do tópico Leitura e Filosofia do Módulo Apresentação deste RLE.
♦ Faça um resumo da matéria, mediante notas, esquemas, mapas mentais, como preferir, a cada tópico especificado nos Objetivos de ensino (v. acima), bem como das leituras complementares que realizar.
♦ Faça resumos próprios de pontos relevantes do material lido/estudado: pense filosoficamente, destaque os pontos altos e baixos dos textos, liste perguntas a que o texto responde, critique as ideias, exponha seu modo de ver as coisas, levante questões para futuros estudos/discussões, anote pontos para pesquisar posteriormente.
♦ Consulte glossários/dicionários para verificar conceitos ou palavras desconhecidas, e as adicione ao seu glossário pessoal de filosofia
Material de estudo
♦ Tenha à mão: livros-texto, dicionários, papel, lápis e fichas de anotações e fichamento, se for adotá-las
Textos-base
♦ Livro Fundamentação da Ciência Espírita conforme capítulos indicados a seguir (aqui)
Textos complementares
♦ Os textos dos Cadernos de leitura, dos Textos digitais e do EADE - V a serem trabalhados estão no tópico a seguir (aqui)
Exercícios
♦ Alguns Exercícios de verificação encerram o estudo deste módulo (aqui)
Impressão do material
♦ Recomenda-se a leitura on-line do roteiro e a impressão somente do material estritamente necessário
TEXTOS-BASE
Instrutor Guima
Abaixo vão os Textos-base deste Módulo 8 - Noções de Ciência Espírita.
Bom trabalho!
♦ Livro Fundamentação da Ciência Espírita - Carlos F. Loeffler
- Cap. V - A fundamentação da ciência
- Cap. VI - Indicadores de consistência das teorias científicas
- Cap. VII - Limitações da ciência
- Cap. X - Caráter progressivo do Espiritismo
- Cap. XI - A ciência espírita
Materiais a serem lidos/estudados em complemento ao Livro-texto:
EADE - V - Filosofia e Ciência Espíritas
Roteiro 25 - Metodologia e análise dos fatos espíritas - págs. 323 a 329
Caderno de Leituras Espíritas - Filosofia Espírita
Parte 2
5 - Desenvolvimento da Ciência Espírita – Herculano Pires - pág. 19 - 50
9 - O que é o Espiritismo. III - A Ciência Espírita. Herculano Pires - pág. 48 - 79
Caderno de Leituras Espíritas - Ciência Espírita
Parte 1
1 - O Espiritismo é uma Ciência? Charles Kempft - pág. 5
4- Ciência Espírita - Silvio Seno Chibeni - pág. 37
5 - Pesquisas e métodos – Juvanir Borges de Souza - pág. 52
6 - O que é a Ciência? Aécio Pereira Chagas - pág. 55
7 - As provas científicas – Aécio Pereira Chagas - pág. 61
8 - A Ciência confirma o Espiritismo? Aécio Pereira Chagas - pág. 62
Parte 2
8 - A Ciência confirma o Espiritismo? Aécio Pereira Chagas - )Continuação) - pág. 2
9 - A Ciência em Kardec – Nubor Orlando Facure - pág. 4
Parte 3
21 - A pesquisa científica espírita - Silvio Seno Chibeni - pág. 37
Parte 1
3 - Em Busca de uma Ciência Espírita - Gustavo L. Rodrigues Daré - pág. 26
Texto digital
♦ Lógica, ciência e filosofia para melhor entender Kardec - Cosme Massi - aqui
Artigo digital
Leia e reflita sobre o artigo abaixo, de autoria de Ademir Xavier, que refuta o texto-tese Reflexões sobre uma ciência espírita, de S. Maurício Pinto, apresentada no XXI Congresso Espírita Pan-Americano, Santos, São Paulo, 2012.
♦ Reflexões sobre uma pseudociência espírita (crítica a um texto CEPA 2012) -
ÍNDICE DO RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
No Módulo - Apresentação, você tem todos os módulos deste treinamento, com os respectivos links.
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ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO (RLE)
ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
Módulo 8 - Noções de Ciência Espírita
ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
Módulo 8 - Noções de Ciência Espírita
- Apresentação
- O espírito científico de Kardec
- Relação Espiritismo-Ciência
- Referências bibliográficas
- O Livro dos Espíritos confirma e antecipa a Ciência
- RLE - Módulo 8 - NOÇÕES DE CIÊNCIA ESPÍRITA
- Textos-base
- Textos complementares
- Exercicios de verificação
- Perguntas
- Respostas
- Caixa de ferramentas
- Citações e transcrições
- Índice do RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
APRESENTAÇÃO
Dissemos que o Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência de observação. É o que constitui a sua força contra os ataques de que é objeto e dá aos seus adeptos uma fé inquebrantável. Todos os raciocínios que se lhe opõem caem diante dos fatos, e esses raciocínios têm tanto menos valor aos seus olhos quanto mais eles sabem que são fruto do interesse. Em vão se lhes diz que isto não é, ou é outra coisa, pois eles respondem: Não podemos negar a evidência. Se se tratasse de apenas um indivíduo, poder-se-ia julgar que ele fosse vítima de uma ilusão, mas quando milhões de indivíduos veem a mesma coisa, em todos os países, conclui-se logicamente que são os negadores que estão equivocados.
ALLAN KARDEC. Revista Espírita- fev/1865. Da perpetuidade do Espiritismo.
Instrutor Guima
Prosseguindo no RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS, veremos agora o Módulo 8 - Noções de Ciência Espirita, no qual se dá, sumariamente, noções e conceitos de ciência e Ciência Espírita.
Leia com atenção e esquematize os textos que vêm a seguir, pois são matéria introdutória aos pontos discriminados no Roteiro de Estudos deste Módulo 8.
Vamos lá.
O ESPÍRITO CIENTÍFICO DE KARDEC
Allan Kardec, como se sabe, não era um cientista no sentido profissional, de especialista neste ou naquele ramo da Ciência, mas tinha cultura cientifica, espírito cientifico. A propósito deste assunto, o escritor e jornalista espírita Deolindo Amorim, num de seus artigos dedicados ao Codificador, assim se expressa:
“Alan Kardec revela-se, em tudo e por tudo, um homem de espírito científico pela sua própria natureza... Todas as condições indispensáveis ao espírito científico nele estão, sem tirar nem pôr, como diz o jargão habitual: em primeiro lugar, a serenidade com que encarou os fatos mediúnicos, com equilíbrio imperturbável, sem negar nem afirmar aprioristicamente; em segundo lugar, o domínio próprio, a fim de não se entusiasmar com os primeiros resultados; em terceiro lugar, o cuidado na seleção das comunicações; em quarto lugar, a prudência nas declarações, sempre com a preocupação de evitar divulgação precipitada de fatos ainda não de todo examinados e comprovados; em quinto lugar, finalmente, a humildade, que é também uma condição do espírito cientifico, interessado na procura da verdade, antes e acima de tudo.”
E foi esse espírito cientifico que o secundou, todo o tempo, no cumprimento de sua missão de Codificador da Doutrina Espírita.
Fonte: ESDE - Módulo II – A Codificação Espírita
Metodologia e Critérios utilizados na Codificação Espírita
RELAÇÃO ESPIRITISMO-CIÊNCIA
Para abertura deste Módulo 8 - Noções de Ciência Espirita, vamos examinar um extenso artigo de Ademir L. Xavier Jr. [*], que reputamos bastante adequado aos propósitos deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS.
Eis o artigo:
♦ Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência, publicado no Boletim GEAE, número 472/2004
Vamos lá.
[*] Físico, PhD em Física/Universidade de Campinas (1997). Após um curto estágio na Universidade de Freiburg in Breisgau, Alemanha, publicou vários trabalhos em física de aceleradores com especial atenção à otimização de anéis aceleradores de elétrons de altas energias. Autor do site: eradoespirito.blogspot.com
Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência
FUNDAMENTOS I
Resumo
Discute-se aqui brevemente a interação entre a Doutrina Espírita e as ciências. Essa relação pode ser entendida de diversos aspectos, uma necessariamente que considera o aspecto científico do Espiritismo. É importante porém frisar que não pode haver compreensão correta dessa interação, se não se tem compreensão correta do sentido em que se fala de aspecto científico do Espiritismo. Essa discussão apresenta implicações importantes para os espíritas que acreditam na necessidade de atualização da Doutrina Espírita.
FUNDAMENTOS I
Resumo
Discute-se aqui brevemente a interação entre a Doutrina Espírita e as ciências. Essa relação pode ser entendida de diversos aspectos, uma necessariamente que considera o aspecto científico do Espiritismo. É importante porém frisar que não pode haver compreensão correta dessa interação, se não se tem compreensão correta do sentido em que se fala de aspecto científico do Espiritismo. Essa discussão apresenta implicações importantes para os espíritas que acreditam na necessidade de atualização da Doutrina Espírita.
Observação: Neste artigo, 'Espiritismo' e 'Doutrina Espírita' são usados como sinônimos, entendendo-se por eles o conjunto de princípios definidos em 'O Livro dos Espíritos' por Allan Kardec.
1. Introdução
Todo adepto com razoável entendimento dos princípios da Doutrina Espírita sabe que ela é um conjunto de princípios que se apresentam como afirmações sobre o mundo. Não é menos certo que muitos desses princípios, ainda que se apliquem ao objetivo maior do Espiritismo que é o estudo do elemento espiritual, contém afirmações singulares e gerais sobre o mundo material. Isso necessariamente nos leva à fronteira entre o Espiritismo e as ciências bem estabelecidas que também afirmam coisas sobre o mundo. Para que haja evolução na forma de aquisição de conhecimento – um dos objetivos das ciências e também do Espiritismo, no caso, conhecimento sobre o mundo espiritual – faz-se necessário conhecer exatamente como se dá essa relação.
A ciência, tal como a conhecemos hoje, é produto da evolução lenta por que nossa sociedade passou nos últimos séculos. Não existe um consenso geral (na forma de uma fórmula ou padrão estabelecido) sobre qual seria a definição exata de ciência. Podemos, porém, descrevê-la de acordo com alguns de seus atributos bem conhecidos. De todos eles, um que parece conveniente para caracterizar as chamadas ciências bem estabelecidas (física, biologia, química e outros) é a noção de paradigma [1]. Por paradigma entende-se um conjunto de princípios que versam sobre determinado objeto, e que se encontram naturalmente relacionados a um grupo ou conjunto de fenômenos naturais. Fazem parte do corpo que forma o paradigma também leis complementares a completar o conhecimento, permitindo a aplicação das leis do corpo principal aos fenômenos observados. Os paradigmas são os campos de trabalho tradicional na pesquisa normal das grandes áreas do conhecimento científico. Assim, Ciência não é a mera coleção de fatos e hipóteses mas algo muito mais complexo, em constante mutação através das gerações possuindo seus próprios sistemas de proteção a fim de evitar que seu corpo principal de doutrina seja corrompido. Não se pode mudar a orientação de determinado programa de pesquisa de uma noite para outra, ainda que se tivesse uma boa razão para isso. As mudanças nos programas de pesquisa que caracterizam o paradigma – conhecidas como revoluções científicas – necessitam de um tempo de maturação e, muitas vezes, uma mudança no posicionamento dos cientistas, na maneira como eles vêem o mundo. As revoluções científicas são acontecimentos de curta duração seguidos muitas vezes de estágios de desenvolvimento mais ou menos estáveis.
Semelhantes considerações, como pode se compreender, não devem ser deixadas de lado na análise do assunto que serve de título a este texto. Da mesma forma, de uma análise imparcial da própria Doutrina Espírita deve nascer um modelo de ideias que consiga descrever corretamente o que se entenda por “aspecto científico” do Espiritismo. De posse desses dois ingredientes (compreensão correta do aspecto científico do Espiritismo e do significado da Ciência) podemos então considerar seriamente um debate sobre a relação entre esses dois ramos do conhecimento humano. Apresentamos aqui brevemente alguns subsídios para se iniciar esse debate.
2. Noções incorretas de ciência espírita e ciência normal. Discutindo um modelo mais apropriado de ciência
Um número razoável de espíritas e simpatizantes procuram abordar o aspecto científico do Espiritismo de forma a moldá-lo segundo a visão parcial do conhecimento considerado genuinamente científico. Essa visão parcial vê a ciência como uma atividade extremamente rigorosa em seus métodos de análise, e acredita que os sucessos obtidos com o desenvolvimento científico – que permitiram compreender os fenômenos e desenvolver novas aplicações tecnológicas – são produto direto desse rigor metodológico. Nada poderia estar mais longe da realidade. O sucesso da ciência atual, que se materializa na forma de produtos tecnológicos e sofisticados métodos numéricos de reprodução da realidade em seus mínimos detalhes, não decorre apenas de um rigor metodológico qualquer que seja ele, mas principalmente das teorias que nascem em sua forma primitiva na cabeça dos cientistas. Semelhante compreensão parcial da realidade é comum para muitos espíritas que acreditam que os fenômenos espíritas devam satisfazer necessariamente a critérios de adequação empírica conforme os moldes das ciências normais. Para esses, a “ciência espírita” tem a haver unicamente com a parte fenomenológica (na forma da mediunidade em seus múltiplos aspectos) com exclusão de qualquer consideração de princípios. O Espiritismo é visto como um amontoado de fenômenos a partir dos quais se pode inferir um conjunto de afirmações mais gerais e deduzir consequências. Seguindo esse caminho, logicamente os inimigos do Espiritismo se comprazem em negar os fenômenos ou inventar explicações alternativas que parecem atingir os supostamente deduzidos princípios espíritas. Coincidentemente, essa visão também é popularmente atribuída à ciência. De uma maneira simplificada podemos esquematizar o entendimento popular de ciência – que dá origem ao chamado “método científico” – de acordo com a Fig. 1.
Nessa figura, um observador bem intencionado (quer dizer, isento de pré-julgamentos ou explicações próprias consideradas tendenciosas) observa os fenômenos da natureza. Essa observação deve ser igualmente isenta e completa suficiente para não permitir perda de informação a respeito dos fenômenos. Deve ser realizada de forma a cobrir o maior número de “condições” possíveis, o que leva à necessidade de se repetir testes experimentais um grande número de vezes. A partir dos fenômenos ele elabora hipóteses consideradas razoáveis que, por um processo mal explicado, degenera (ou se sintetiza) em “leis gerais”. Esse processo de criação de leis gerais é denominado indução. A partir das leis induzidas outros fenômenos semelhantes (ou os mesmos) podem ser explicados por um processo denominado dedução. Um ponto importante a ser considerado diz respeito às consequências para o desenvolvimento de uma ciência se o modelo mostrado na Fig. 1 for considerado ideal. Compreensivelmente pode-se com ele destruir qualquer tipo de explicação negando-se simplesmente os fenômenos. Desde que esses não existam, não há sentido em se acreditar nos princípios deles supostamente induzidos. Isso acontece com os que negam inúmeras vezes com os fatos psíquicos, e com ele a ideia de comunicação entre vivos e mortos e a sobrevivência dos seres após a morte.
Referências
[1] A. F. Chalmers, “O que é ciência afinal ?” - Ed. Brasiliense, 1993
FUNDAMENTOS II
Como dissemos, o sucesso da ciência contemporânea bem estabelecida advém de sua estrutura intrínseca onde os fenômenos não têm papel central. O papel principal no estabelecimento da ciência é atribuído aos paradigmas ou teorias. Muitas vezes pode acontecer que uma determinada teoria seja melhor que uma outra, ao mesmo tempo que ninguém acredite nela. Teorias como realizações mentais ou afirmações sobre o mundo são criadas livremente por um grupo restrito de cientistas (às vezes apenas um indivíduo), e portanto, fazem parte de sua bagagem cultural como crenças. É pela adequação dessas teorias aos fenômenos que elas se tornam aceitas a um grupo maior. O problema é que a definição de experimentos ou a previsão de determinadas ocorrências fenomenológicas depende da teoria. Poderíamos dar inúmeros exemplos dessa situação. Em física – que é uma das ciências costumeiramente consideradas com grande prestígio – é bastante nítido a ocorrência de “previsões experimentais” como resultado direto de teorias sofisticadas onde nada remotamente parecido com o fenômeno em questão tenha entrado como ingrediente. Algumas outras vezes, são feitas previsões de objetos ou circunstâncias nunca observados anteriormente. Essa inversão de papéis, no que tange à importância para o desenvolvimento da Ciência entre teoria e experimento, é a principal causa de confusão tanto no que se refere à compreensão correta da Ciência em si como do aspecto científico do Espiritismo. Consequentemente deve-se fazer um esforço para compreender essa inversão a fim de que seja útil na discussão da relação entre o Espiritismo e a Ciência.
A Ciência só tem início com a teoria. Essas podem ter qualquer origem – sejam motivadas por algum acontecimento experimental ou por algum sonho de pesquisador (como no famoso caso do sonho de Kekulé ao conceber o formato dos anéis de carbono no benzeno). A origem do conhecimento científico não é importante para a Ciência. Isto que dizer que uma determinada teoria não tem valor maior ou menor conforme sua origem, embora muitos cientistas sejam levados a crer ou não nelas de acordo com a força de autoridade de seus proponentes. A partir da proposição da teoria, segue a tentativa de explicação dos fenômenos com ou sem a ajuda de leis complementares que não fazem parte do núcleo principal da teoria. Como um exemplo rápido podemos considerar o processo de previsão de tempo na meteorologia. As leis que governam os fenômenos meteorológicos são leis físicas, assentadas em princípios térmicos e termodinâmicos. Para prever a situação de tempo com todos os detalhes, pode-se construir modelos numéricos sofisticados onde essas leis estejam embutidas juntamente com “condições de fronteira” específicas tais como a separação entre continentes e mares, o estado inicial de temperatura de uma determinada região, a posição do sol (sua altura em relação ao solo) etc. Essas são as leis complementares.
Dissemos que a maior parte das pessoas considera a noção popular a própria essência do “método científico”. Isso é particularmente forte nas denominadas “ciências parapsicológicas”, ou o conjunto de disciplinas que tem como objetivo explicar de maneira supostamente científica os fenômenos mediúnicos no Espiritismo. Essas disciplinas apresentam escassa discussão teórica, dando enorme ênfase a descrição puramente fenomenológica dos fatos psíquicos. Quando são fornecidas explicações, essas procuram ligar-se fortemente aos fenômenos. Dessa forma, é comum a tentativa de explicação simplificada para cada fenômeno. Assim a telepatia é invocada como “hipótese” para explicar as comunicações dos Espíritos, negando-se a existência desses últimos. Ora a “telepatia” é definida simplesmente como a capacidade de transferência de informação entre duas “mentes” (no caso, pessoas). Essa capacidade pode ser constatada de forma experimental. É um fato e não um princípio sobre o qual se possa estabelecer uma explicação. Nas “ciências psi” busca-se dar explicações aos fatos utilizando-se os próprios fatos. Nesse processo explicações são muitas vezes tornadas verossímeis pela sua designação por nomes empolados, difíceis de se pronunciar e com nenhum apelo intuitivo. É muito conhecida a frase, dada a guiza de explicação, de que os fenômenos psíquicos se fundamentam nas capacidades desconhecidas do cérebro. Diz-se que os seres humanos normais utilizam apenas “10% da capacidade cerebral”. Ora, qual a base para semelhantes afirmações? Como se mede essa capacidade cerebral? Nas “ciências parapsicológias” ocorrem falhas graves de compreensão dos verdadeiros atributos de uma disciplina para ser denominada ciência.
Já discutimos muito brevemente que uma verdadeira ciência se constrói utilizando modelos, teorias ou paradigmas. A Fig. 2 ilustra essa “concepção de ciência” mais próxima da realidade. Há num centro irradiador de explicações (a teoria), e integrado naturalmente aos fenômenos naturais a respeito dos quais a teoria ou paradigma versa. Leis complementares reforçam a estrutura do paradigma e integram os princípios, que fazem parte dele, aos fenômenos. Juntamente com essas leis, o paradigma fornece explicações para os fenômenos, inclusive alguns desconhecidos. É possível assim que no corpo teórico que constitui o paradigma, já exista o gérmen para explicação de muitos fenômenos nunca observados. Esse modelo encontra respaldo na história do desenvolvimento de muitas ciências bem sucedidas.
Também o modelo da Fig. 2 não faz nenhuma referência à necessidade externa de “instrumentos especiais de medida” e nem a métodos supostamente rigorosos de medida experimental, pois a existência desses aparelhos (a explicação de seu funcionamento) só se justifica pelo paradigma que para eles fornece explicação. É o caso, por exemplo, da utilização de equipamentos ópticos para estudar o movimento dos planetas e outros corpos celestes. A explicação do funcionamento dos equipamentos é fornecida pela óptica, uma área da física, não necessariamente ligada à astronomia ou astrofísica. É possível englobar os princípios da óptica e da mecânica dos corpos em um corpo de teoria comum (no caso a “física”), mas prefere-se mantê-los separados por referirem a domínios fenomenológicos diferentes. Ressaltamos porém que o grau de complexidade desses aparelhos não tem correlação alguma com o rigor com que eles realizam suas medidas. Muito ao contrário, nesse modelo, estimula-se a realização de testes experimentais simples, de observação direta, onde haja pouca influência de fatores de erro a comprometer a realização das medidas. No modelo da Fig. 2 a teoria tem papel fundamental e não o fenômeno. Desde de que se creia e desenvolva a teoria, explicações para os fenômenos irão aparecer. Visto de outra forma, os fenômenos são justificados (explicados) pelo modelo a ponto de só poderem ser percebidos por aqueles que disponham de conhecimento do paradigma. Muitas vezes é possível notar que um mesmo paradigma fornece explicações para inúmeros fenômenos – muitos deles tratados inicialmente como sem correlação alguma com a teoria. Há inúmeros exemplos como esses nas chamadas “ciências normais”, as ciências que se desenvolveram historicamente segundo o modelo “paradigmático” de ciência. Percebe-se que a negação dos fenômenos não traz consequência alguma para a ciência vista nesse sentido pois o paradigma tem papel fundamental. Nesse caso, negar um fato soa profundamente suspeito de falha de compreensão da teoria ou paradigma. Não há também nenhuma preocupação com o grau de comprometimento do cientista com sua crença: pelo contrário admite-se abertamente que ciência é uma atividade onde a criatividade e crença particular do cientista tem uma importância muito grande e benéfica para a ciência. Há, porém, limites para a livre criação, o corpo teórico deve ser interrelacionado e coerente, isto é, seus princípios não devem conflitar entre si. Além disso, a excelência de um determinado paradigma é medido em termos de sua capacidade de explicar os fenômenos a ele ligado e também prever outros. Assim, não basta apenas criar muitas explicações, essas originam-se de princípios mais primitivos e harmônicos, mais ou menos imutáveis (Essa imutabilidade não deve ser entendida com a rigidez dos dogmas. Há um conjunto de regras muitas vezes não explícitas que protegem o conjunto de princípios de modificações mal justificadas).
Entendemos que a parte científica do Espiritismo deve ser entendida conforme a Fig. 2. Nele os fenômenos são parte secundária e não fundamental da doutrina. A Doutrina Espírita contém o núcleo principal teórico da ciência espírita. Da utilização de leis complementares chega-se a explicação dos fatos. No caso dos fenômenos mediúnicos, a existência do perispírito como agente intermediário entre o Espírito e o corpo material é fundamental para compreender a imensa maioria dos fenômenos mediúnicos também denominados psíquicos. Entretanto, a Doutrina Espírita vista como paradigma com consequências mais profundas, abarca um conjunto muito mais extenso de fenômenos: fenômenos sociais (principalmente comportamentais), biológicos, históricos, patológicos etc. Assim, embora não seja seu objetivo principal, o Espiritismo contribui a muitas áreas do conhecimento, em particular àquela que busca compreender a origem, essência e futuro do homem entendido como uma criatura sem limite no tempo. O Espírito é assim o objeto de estudo da ciência espírita e o paradigma espírita é formado por um conjunto harmônico e mais ou menos fixos. Princípios como a existência de Deus, do espírito como elemento fundamental (além da matéria), da evolução do espírito e da comunicabilidade entre os Espíritos e os homens (reinterpretados como Espíritos encarnados) são alguns dos princípios fundamentais. Esses princípios juntamente com outros (tal como a busca da felicidade por parte das criaturas) explicam e prevêem os fenômenos. Consideremos o caso das doenças denominadas “psiquiátricas”. Faz parte desse enorme grupo de patologias mentais, (que afetam o comportamento do indivíduo) um grupo não menos importantes de doenças provocadas por influências espirituais – as obsessões em seus mais diferentes graus. Compreender o surgimento dessas doenças, que fornece idealmente a base para um tratamento eficaz, é tarefa simples para o Espiritismo (desde que corretamente aplicado), mas muito difícil para as correntes que negam a existência do Espírito, e que buscam uma explicação puramente material. Já citamos aqui a telepatia. Dentro do paradigma espírita, a comunicação entre Espíritos é um fato bem estabelecido. Em particular, a comunicação entre Espíritos encarnados é uma forma particular dessa capacidade de comunicação. Temos assim uma explicação muito natural (dizemos “intuitiva”) da telepatia. Essa explicação funda-se num princípio muito mais geral que explica simples e igualmente bem a enorme variedade de comunicações ou fatos psíquicos.
3. Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência
Depois dessa discussão inicial, fica claro que não se pode falar em uma receita infalível, tal como o sonho de um método rigoroso, para se fazer ciência. Ela é o resultado de uma atividade altamente complexa e integrada no tempo através de grupos de indivíduos formando uma cultura. O Espiritismo, diante das considerações feitas, classifica-se plenamente como uma doutrina científica. Não segue daí que deva adotar o modelo popular de ciência por algumas das falhas que discutimos anteriormente. Essa discussão é importante para os que consideram a Doutrina Espírita, desenvolvida nos livros básicos de Allan Kardec, como conhecimento ultrapassado. Não existe nada mais longe da realidade. Como dissemos, o corpo principal da teoria é protegido com certa rigidez. Modificações no paradigma só acontecem – são conclusivamente admitidos como necessários – se houverem razões muito fortes para isso. Tal não é o caso do Espiritismo proposto pelos Espíritos que auxiliaram Kardec. Da mesma forma que negar os fenômenos é sinal de falha na compreensão do paradigma, com muito mais razão, as tentativas de “reforma” do núcleo principal do Espiritismo (invenção de novos princípios em desacordo com aqueles) é sinal forte de falha na compreensão desses princípios. Clamores recentes nesse sentidos são assentados em considerações bastante pueris, e deixam entrever uma dificuldade de compreensão do verdadeiro caráter do Espiritismo entendido como ciência.
Como dissemos, o sucesso da ciência contemporânea bem estabelecida advém de sua estrutura intrínseca onde os fenômenos não têm papel central. O papel principal no estabelecimento da ciência é atribuído aos paradigmas ou teorias. Muitas vezes pode acontecer que uma determinada teoria seja melhor que uma outra, ao mesmo tempo que ninguém acredite nela. Teorias como realizações mentais ou afirmações sobre o mundo são criadas livremente por um grupo restrito de cientistas (às vezes apenas um indivíduo), e portanto, fazem parte de sua bagagem cultural como crenças. É pela adequação dessas teorias aos fenômenos que elas se tornam aceitas a um grupo maior. O problema é que a definição de experimentos ou a previsão de determinadas ocorrências fenomenológicas depende da teoria. Poderíamos dar inúmeros exemplos dessa situação. Em física – que é uma das ciências costumeiramente consideradas com grande prestígio – é bastante nítido a ocorrência de “previsões experimentais” como resultado direto de teorias sofisticadas onde nada remotamente parecido com o fenômeno em questão tenha entrado como ingrediente. Algumas outras vezes, são feitas previsões de objetos ou circunstâncias nunca observados anteriormente. Essa inversão de papéis, no que tange à importância para o desenvolvimento da Ciência entre teoria e experimento, é a principal causa de confusão tanto no que se refere à compreensão correta da Ciência em si como do aspecto científico do Espiritismo. Consequentemente deve-se fazer um esforço para compreender essa inversão a fim de que seja útil na discussão da relação entre o Espiritismo e a Ciência.
A Ciência só tem início com a teoria. Essas podem ter qualquer origem – sejam motivadas por algum acontecimento experimental ou por algum sonho de pesquisador (como no famoso caso do sonho de Kekulé ao conceber o formato dos anéis de carbono no benzeno). A origem do conhecimento científico não é importante para a Ciência. Isto que dizer que uma determinada teoria não tem valor maior ou menor conforme sua origem, embora muitos cientistas sejam levados a crer ou não nelas de acordo com a força de autoridade de seus proponentes. A partir da proposição da teoria, segue a tentativa de explicação dos fenômenos com ou sem a ajuda de leis complementares que não fazem parte do núcleo principal da teoria. Como um exemplo rápido podemos considerar o processo de previsão de tempo na meteorologia. As leis que governam os fenômenos meteorológicos são leis físicas, assentadas em princípios térmicos e termodinâmicos. Para prever a situação de tempo com todos os detalhes, pode-se construir modelos numéricos sofisticados onde essas leis estejam embutidas juntamente com “condições de fronteira” específicas tais como a separação entre continentes e mares, o estado inicial de temperatura de uma determinada região, a posição do sol (sua altura em relação ao solo) etc. Essas são as leis complementares.
Dissemos que a maior parte das pessoas considera a noção popular a própria essência do “método científico”. Isso é particularmente forte nas denominadas “ciências parapsicológicas”, ou o conjunto de disciplinas que tem como objetivo explicar de maneira supostamente científica os fenômenos mediúnicos no Espiritismo. Essas disciplinas apresentam escassa discussão teórica, dando enorme ênfase a descrição puramente fenomenológica dos fatos psíquicos. Quando são fornecidas explicações, essas procuram ligar-se fortemente aos fenômenos. Dessa forma, é comum a tentativa de explicação simplificada para cada fenômeno. Assim a telepatia é invocada como “hipótese” para explicar as comunicações dos Espíritos, negando-se a existência desses últimos. Ora a “telepatia” é definida simplesmente como a capacidade de transferência de informação entre duas “mentes” (no caso, pessoas). Essa capacidade pode ser constatada de forma experimental. É um fato e não um princípio sobre o qual se possa estabelecer uma explicação. Nas “ciências psi” busca-se dar explicações aos fatos utilizando-se os próprios fatos. Nesse processo explicações são muitas vezes tornadas verossímeis pela sua designação por nomes empolados, difíceis de se pronunciar e com nenhum apelo intuitivo. É muito conhecida a frase, dada a guiza de explicação, de que os fenômenos psíquicos se fundamentam nas capacidades desconhecidas do cérebro. Diz-se que os seres humanos normais utilizam apenas “10% da capacidade cerebral”. Ora, qual a base para semelhantes afirmações? Como se mede essa capacidade cerebral? Nas “ciências parapsicológias” ocorrem falhas graves de compreensão dos verdadeiros atributos de uma disciplina para ser denominada ciência.
Já discutimos muito brevemente que uma verdadeira ciência se constrói utilizando modelos, teorias ou paradigmas. A Fig. 2 ilustra essa “concepção de ciência” mais próxima da realidade. Há num centro irradiador de explicações (a teoria), e integrado naturalmente aos fenômenos naturais a respeito dos quais a teoria ou paradigma versa. Leis complementares reforçam a estrutura do paradigma e integram os princípios, que fazem parte dele, aos fenômenos. Juntamente com essas leis, o paradigma fornece explicações para os fenômenos, inclusive alguns desconhecidos. É possível assim que no corpo teórico que constitui o paradigma, já exista o gérmen para explicação de muitos fenômenos nunca observados. Esse modelo encontra respaldo na história do desenvolvimento de muitas ciências bem sucedidas.
Também o modelo da Fig. 2 não faz nenhuma referência à necessidade externa de “instrumentos especiais de medida” e nem a métodos supostamente rigorosos de medida experimental, pois a existência desses aparelhos (a explicação de seu funcionamento) só se justifica pelo paradigma que para eles fornece explicação. É o caso, por exemplo, da utilização de equipamentos ópticos para estudar o movimento dos planetas e outros corpos celestes. A explicação do funcionamento dos equipamentos é fornecida pela óptica, uma área da física, não necessariamente ligada à astronomia ou astrofísica. É possível englobar os princípios da óptica e da mecânica dos corpos em um corpo de teoria comum (no caso a “física”), mas prefere-se mantê-los separados por referirem a domínios fenomenológicos diferentes. Ressaltamos porém que o grau de complexidade desses aparelhos não tem correlação alguma com o rigor com que eles realizam suas medidas. Muito ao contrário, nesse modelo, estimula-se a realização de testes experimentais simples, de observação direta, onde haja pouca influência de fatores de erro a comprometer a realização das medidas. No modelo da Fig. 2 a teoria tem papel fundamental e não o fenômeno. Desde de que se creia e desenvolva a teoria, explicações para os fenômenos irão aparecer. Visto de outra forma, os fenômenos são justificados (explicados) pelo modelo a ponto de só poderem ser percebidos por aqueles que disponham de conhecimento do paradigma. Muitas vezes é possível notar que um mesmo paradigma fornece explicações para inúmeros fenômenos – muitos deles tratados inicialmente como sem correlação alguma com a teoria. Há inúmeros exemplos como esses nas chamadas “ciências normais”, as ciências que se desenvolveram historicamente segundo o modelo “paradigmático” de ciência. Percebe-se que a negação dos fenômenos não traz consequência alguma para a ciência vista nesse sentido pois o paradigma tem papel fundamental. Nesse caso, negar um fato soa profundamente suspeito de falha de compreensão da teoria ou paradigma. Não há também nenhuma preocupação com o grau de comprometimento do cientista com sua crença: pelo contrário admite-se abertamente que ciência é uma atividade onde a criatividade e crença particular do cientista tem uma importância muito grande e benéfica para a ciência. Há, porém, limites para a livre criação, o corpo teórico deve ser interrelacionado e coerente, isto é, seus princípios não devem conflitar entre si. Além disso, a excelência de um determinado paradigma é medido em termos de sua capacidade de explicar os fenômenos a ele ligado e também prever outros. Assim, não basta apenas criar muitas explicações, essas originam-se de princípios mais primitivos e harmônicos, mais ou menos imutáveis (Essa imutabilidade não deve ser entendida com a rigidez dos dogmas. Há um conjunto de regras muitas vezes não explícitas que protegem o conjunto de princípios de modificações mal justificadas).
Entendemos que a parte científica do Espiritismo deve ser entendida conforme a Fig. 2. Nele os fenômenos são parte secundária e não fundamental da doutrina. A Doutrina Espírita contém o núcleo principal teórico da ciência espírita. Da utilização de leis complementares chega-se a explicação dos fatos. No caso dos fenômenos mediúnicos, a existência do perispírito como agente intermediário entre o Espírito e o corpo material é fundamental para compreender a imensa maioria dos fenômenos mediúnicos também denominados psíquicos. Entretanto, a Doutrina Espírita vista como paradigma com consequências mais profundas, abarca um conjunto muito mais extenso de fenômenos: fenômenos sociais (principalmente comportamentais), biológicos, históricos, patológicos etc. Assim, embora não seja seu objetivo principal, o Espiritismo contribui a muitas áreas do conhecimento, em particular àquela que busca compreender a origem, essência e futuro do homem entendido como uma criatura sem limite no tempo. O Espírito é assim o objeto de estudo da ciência espírita e o paradigma espírita é formado por um conjunto harmônico e mais ou menos fixos. Princípios como a existência de Deus, do espírito como elemento fundamental (além da matéria), da evolução do espírito e da comunicabilidade entre os Espíritos e os homens (reinterpretados como Espíritos encarnados) são alguns dos princípios fundamentais. Esses princípios juntamente com outros (tal como a busca da felicidade por parte das criaturas) explicam e prevêem os fenômenos. Consideremos o caso das doenças denominadas “psiquiátricas”. Faz parte desse enorme grupo de patologias mentais, (que afetam o comportamento do indivíduo) um grupo não menos importantes de doenças provocadas por influências espirituais – as obsessões em seus mais diferentes graus. Compreender o surgimento dessas doenças, que fornece idealmente a base para um tratamento eficaz, é tarefa simples para o Espiritismo (desde que corretamente aplicado), mas muito difícil para as correntes que negam a existência do Espírito, e que buscam uma explicação puramente material. Já citamos aqui a telepatia. Dentro do paradigma espírita, a comunicação entre Espíritos é um fato bem estabelecido. Em particular, a comunicação entre Espíritos encarnados é uma forma particular dessa capacidade de comunicação. Temos assim uma explicação muito natural (dizemos “intuitiva”) da telepatia. Essa explicação funda-se num princípio muito mais geral que explica simples e igualmente bem a enorme variedade de comunicações ou fatos psíquicos.
3. Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência
Depois dessa discussão inicial, fica claro que não se pode falar em uma receita infalível, tal como o sonho de um método rigoroso, para se fazer ciência. Ela é o resultado de uma atividade altamente complexa e integrada no tempo através de grupos de indivíduos formando uma cultura. O Espiritismo, diante das considerações feitas, classifica-se plenamente como uma doutrina científica. Não segue daí que deva adotar o modelo popular de ciência por algumas das falhas que discutimos anteriormente. Essa discussão é importante para os que consideram a Doutrina Espírita, desenvolvida nos livros básicos de Allan Kardec, como conhecimento ultrapassado. Não existe nada mais longe da realidade. Como dissemos, o corpo principal da teoria é protegido com certa rigidez. Modificações no paradigma só acontecem – são conclusivamente admitidos como necessários – se houverem razões muito fortes para isso. Tal não é o caso do Espiritismo proposto pelos Espíritos que auxiliaram Kardec. Da mesma forma que negar os fenômenos é sinal de falha na compreensão do paradigma, com muito mais razão, as tentativas de “reforma” do núcleo principal do Espiritismo (invenção de novos princípios em desacordo com aqueles) é sinal forte de falha na compreensão desses princípios. Clamores recentes nesse sentidos são assentados em considerações bastante pueris, e deixam entrever uma dificuldade de compreensão do verdadeiro caráter do Espiritismo entendido como ciência.
FUNDAMENTOS III
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Essa parte final do artigo (FUNDAMENTOS III), que trata especificamente da relação Espiritismo-Ciência e conclui o artigo, será objeto de estudo no Módulo 10 - O Espiritismo e as outras Ciências (aqui)
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Essa parte final do artigo (FUNDAMENTOS III), que trata especificamente da relação Espiritismo-Ciência e conclui o artigo, será objeto de estudo no Módulo 10 - O Espiritismo e as outras Ciências (aqui)
[1] A. F. Chalmers, “O que é ciência afinal ?”, (1993), Ed. Brasiliense.
Artigo originalmente publicado no boletim do GEAE, n. 472/2004 - Disponível em www.espiritualidades.com.br
Artigo originalmente publicado no boletim do GEAE, n. 472/2004 - Disponível em www.espiritualidades.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
XAVIER JR., Ademir L. Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência. Boletim GEAE, n° 472/2004
XAVIER JR., Ademir L. Como se deve entender a relação entre o Espiritismo e a Ciência. Boletim GEAE, n° 472/2004
Instrutor Guima
Leia este texto de Adriano Henrique de Oliveira, publicado na Revista Reformador (FEB), de abril de 1994.
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ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO - RLE
Módulo 8 - NOÇÕES DE CIÊNCIA ESPÍRITA
Finalidades deste Módulo 8
♦ Efetuar a leitura/estudo de textos sobre ciência e Ciência Espírita, objetivando conhecer noções introdutórias dessas disciplinas.
Pré-requisito
♦ Ter realizado os módulos anteriores deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
♦ Ter lido com atenção e esquematizado o conteúdo dos tópicos O espírito científico de Kardec, Relação Espiritismo-Ciência e O Espiritismo confirma e antecipa a Ciência dados acima.
Objetivos de ensino
♦ Ao concluir todas as atividades deste Módulo 8, você será capaz de:
• conhecer sobre o espírito científico de Allan Kardec e o uso criterioso de um método próprio de investigação dos fenômenos espíritas
• conhecer noções sobre a relação entre o Espiritismo e as ciências
• conhecer pontos doutrinários do Espiritismo confirmados pela Ciência
• conhecer noções de fundamentos da ciência (abordagem intelectual, elementos teóricos)
• conhecer construções típicas de atividades de pesquisa e metodologia científica (definição, conceito, conceitos primitivos, axioma, postulado, princípio, lei, hipótese, teoria, teorema)
• conhecer noções de provas e demonstrações, da legitimidade científica dos fatos, do enfoque probabilísticos dos fatos, da legitimidade científica das teorias
• conhecer noções sobre o domínio da incerteza e da finalidade da prova
• conhecer noções de indicadores de consistência das teorias científicas
• conhecer noções sobre as limitações da ciência
• conhecer noções do caráter progressivo do Espiritismo e o desenvolvimento da ciência espírita
• conhecer noções sobre a Ciência Espírita (composição da ciência, a concepção kardequiana, a metodologia kardequiana, o rigor da análise kardequiana, a fundamentação da ciência espírita, a atuação da ciência na doutrina, a paraciência espírita)
• conhecer diversos pontos de vista de autores espíritas sobre pesquisas e métodos, provas científicas, pesquisa científica espírita, espiritismo como ciência, confirmações científicas dos fenômenos espíritas
Atividades
♦ Proceda à leitura/estudo dos textos abaixo indicados (itens Textos-base e Textos complementares), observando as instruções do tópico Leitura e Filosofia do Módulo Apresentação deste RLE.
♦ Faça um resumo da matéria, mediante notas, esquemas, mapas mentais, como preferir, a cada tópico especificado nos Objetivos de ensino (v. acima), bem como das leituras complementares que realizar.
♦ Faça resumos próprios de pontos relevantes do material lido/estudado: pense filosoficamente, destaque os pontos altos e baixos dos textos, liste perguntas a que o texto responde, critique as ideias, exponha seu modo de ver as coisas, levante questões para futuros estudos/discussões, anote pontos para pesquisar posteriormente.
♦ Consulte glossários/dicionários para verificar conceitos ou palavras desconhecidas, e as adicione ao seu glossário pessoal de filosofia
Material de estudo
♦ Tenha à mão: livros-texto, dicionários, papel, lápis e fichas de anotações e fichamento, se for adotá-las
Textos-base
♦ Livro Fundamentação da Ciência Espírita conforme capítulos indicados a seguir (aqui)
Textos complementares
♦ Os textos dos Cadernos de leitura, dos Textos digitais e do EADE - V a serem trabalhados estão no tópico a seguir (aqui)
Exercícios
♦ Alguns Exercícios de verificação encerram o estudo deste módulo (aqui)
Impressão do material
♦ Recomenda-se a leitura on-line do roteiro e a impressão somente do material estritamente necessário
TEXTOS-BASE
Instrutor Guima
Abaixo vão os Textos-base deste Módulo 8 - Noções de Ciência Espírita.
Bom trabalho!
♦ Livro Fundamentação da Ciência Espírita - Carlos F. Loeffler
- Cap. V - A fundamentação da ciência
- Cap. VI - Indicadores de consistência das teorias científicas
- Cap. VII - Limitações da ciência
- Cap. X - Caráter progressivo do Espiritismo
- Cap. XI - A ciência espírita
Materiais a serem lidos/estudados em complemento ao Livro-texto:
EADE - V - Filosofia e Ciência Espíritas
Roteiro 25 - Metodologia e análise dos fatos espíritas - págs. 323 a 329
Caderno de Leituras Espíritas - Filosofia Espírita
Parte 2
5 - Desenvolvimento da Ciência Espírita – Herculano Pires - pág. 19 - 50
9 - O que é o Espiritismo. III - A Ciência Espírita. Herculano Pires - pág. 48 - 79
Caderno de Leituras Espíritas - Ciência Espírita
Parte 1
1 - O Espiritismo é uma Ciência? Charles Kempft - pág. 5
4- Ciência Espírita - Silvio Seno Chibeni - pág. 37
5 - Pesquisas e métodos – Juvanir Borges de Souza - pág. 52
6 - O que é a Ciência? Aécio Pereira Chagas - pág. 55
7 - As provas científicas – Aécio Pereira Chagas - pág. 61
8 - A Ciência confirma o Espiritismo? Aécio Pereira Chagas - pág. 62
Parte 2
8 - A Ciência confirma o Espiritismo? Aécio Pereira Chagas - )Continuação) - pág. 2
9 - A Ciência em Kardec – Nubor Orlando Facure - pág. 4
Parte 3
21 - A pesquisa científica espírita - Silvio Seno Chibeni - pág. 37
Parte 1
3 - Em Busca de uma Ciência Espírita - Gustavo L. Rodrigues Daré - pág. 26
Texto digital
♦ Lógica, ciência e filosofia para melhor entender Kardec - Cosme Massi - aqui
Artigo digital
Leia e reflita sobre o artigo abaixo, de autoria de Ademir Xavier, que refuta o texto-tese Reflexões sobre uma ciência espírita, de S. Maurício Pinto, apresentada no XXI Congresso Espírita Pan-Americano, Santos, São Paulo, 2012.
♦ Reflexões sobre uma pseudociência espírita (crítica a um texto CEPA 2012) -
Disponível aqui
Instrutor Guima
A seguir, vêm alguns exercícios para verificar o que aqui foi estudado.
São exercícios bastante simples, para repassar brevemente os textos deste Módulo 8, destacar algum ponto ou, ainda, chamar a atenção para aspectos interessantes.
O entendimento e apreensão da matéria estão ligados à leitura compreensiva e anotada, e às questões e críticas que você mesmo formulou durante os estudos.
As respostas estão logo abaixo.
Vamos lá!
1. No livro-texto que adotamos — Fundamentação da Ciência Espírita —, Carlos Loeffler (Cap. V - A fundamentação da ciência) dá a definição de termos típicos das atividades de pesquisa e metodologia científica. De forma sintética, liste e defina esses termos.
2. Quais são os principais indicadores de consistência das teorias científicas, conforme Carlos Loeffler (Cap. VI - Indicadores de consistência das teorias científicas)?
3. No Cap. VII - Limitações da ciência, diz Carlos Loeffler que, equivocadamente, se acredita que a visão científica é maquinal, homogênea, perfeita, precisa, infalível e a única realmente legítima, mas que filósofos da ciência tem trabalhado para uma avaliação mais adequada desse problema. E, a seguir, alinha alguns caracteres da ciência que mostram suas deficiências e relatividade. Quais são esses caracteres mencionados por Loeffler?
4. Allan Kardec afirmou que o aparecimento do Espiritismo só poderia ocorrer, como ocorreu, depois do desenvolvimento da filosofia e das ciências. No livro-texto que adotamos — Fundamentação da Ciência Espírita —, Carlos Loeffler (Cap. X. Caráter progressivo do Espiritimo - tópico: A gênese da doutrina espírita) diz que o Espiritismo surgiu devido às investigação científica das manifestações psíquicas, fato que se tornou possível somente após certa maturidade intelectual, questionando inúmeras assertivas biblico-religiosas no campo da astronomia, geologia, física e biologia.
Pois bem, foi nessa época, meados do século XIX, que surgiu uma avalanche de manifestações, aparentemente desorganizadas, mas com um propósito bem compreendido em nosso tempo. Que fenômenos foram esses?
5. Não obstante Allan Kardec tenha insistido no caráter científico da doutrina e demonstrado que as ciências naturais (de caráter positivista) não podiam aplicar seus métodos materiais a fenômenos de ordem imaterial, visto que se tratava, dizia o Codificador, de um novo objeto de investigação (a realidade extrafísica), que requeria um método especial: o método kardequiano de investigação dos fenômenos espíritas.
Mesmo assim a ciência do seu tempo combateu duramente o Espiritismo.
Pois bem, pergunta-se:
Ainda hoje, quando se sabe que o método experimental não possui nenhum caráter de infabilidade que o coloque acima dos demais e que os métodos das ciências humanas são reconhecidamente científicos, isso continua a acontecer?
6. No interessante artigo intitulado As provas científicas, Aécio Pereira Chagas, mediante um diálogo imaginário, argumenta que se acredita na existência de átomos e moléculas, sem que haja nenhuma prova disso, a não ser um conjunto de evidências experimentais ou experimentos.
Ora, diz o articulista, se acreditamos nisso — como de fato acreditamos — o mesmo raciocínio pode-se aplicar à existência dos Espíritos, à vista de um conjunto de evidências experimentais ou experimentos já realizados.
Mas há ainda pessoas que não pensam assim e passam a vida "procurando a prova" da existência do espírito, da comunibilidade entre os dois planos, da reencarnação e outros pontos doutrinários. Por que isso se dá, segundo Chagas?
7. Juvanir Borges de Souza, em artigo publicado no Reformador (Pesquisas e métodos), refere o pensamento de Kardec quanto ao fato de os fenômenos espíritas não serem da alçada das ciências, visto que essas se assentam na propriedade da matéria, e aqueles são produzidos pelos espíritos desencarnados que vivem em dimensão de outra natureza. E conclui este trecho deste modo: Eis aí as razões pelas quais o Espiritismo não tem que subordinar-se à Ciência, por mais avançado que seja o seu atual estágio.
Após isso, Borges de Souza menciona outra circunstância para reforçar seu argumento. A que circunstância alude o articulista?
8. Na entrevista (*) concedida por Cosme Massi a Eliana Haddad, o que Massi responde quando perguntado sobre o que notava de mais conflitante do espiritismo do século 19 e o de hoje?
(*) publicada no Correio Fraterno (set/out/2015), e reproduzida no kardec.blog.br, sob o título de Lógica, ciência e filosofia para melhor entender Kardec.
1. Definição: denominação de uma ideia, que uma vez aceita, não mais é discutível.
Conceito: é a caracterização de uma ideia, que encerra um sentido relativo, subjetivo ou simbólico.
Conceitos primitivos: referem-se a ideias cujo significado é básico, não comportando uma representação intelectual mais simples.
Axioma: é uma proposição ou afirmação considerada evidente, e por isso elementar.
Postulado: Proposição reconhecida ou estabelecida, mas ainda não comprovada.
Princípio: O termo equivale a postulado, sendo usado especialmente em outras disciplinas, particularmente na filosofia. Encerra ideias com certa complexidade que, devido a suas características não podem ou não puderam ser tdestadas, mas que podem ser discutidas no âmbito filosófico.
Lei: relação reconhecida ou estabelecida a partir de certas observações ou experimentações.
Hipótese: Consideração ou ideia admitida como ponto de partida, com vistas à descrição ou demonstração de algo, que pode ser uma teoria ou tese.
Teoria: Conjunto complexo de ideias, elaboradas com vistas à explicação de fatos ou fenômenos diversos.
Tese: conjunto de ideias mais simples do que uma teoria, ou seja, de menor alcance, arrolando hipóteses e fundamentações matemáticas, conceituais ou ideológicas consistentes, mas que carecem de comprovação eficaz.
Teorema: Afirmação demonstrável através de recursos eminentemente matemáticos.
Também são considerados teoremas afirmações conceituais que são confirmadas a partir de raciocínio lógico, particularmente a dedução.
(Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, págs. 105 a 111)
2. Os principais indicadores de consistência das teorias científicas são: lógica, testabilidade, universalidade, convergência, simplicidade, similaridade e profundidade. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 131)
3. A ciência é humana, e por isso não se isenta das impurezas do homem;
A ciência é aperfeiçoável, e suas ideias vão sendo buriladas através do tempo;
A ciência não é homogênea, tendo diferentes níveis de desenvolvimento e distintos objetos de análise.
A ciência não é precisa, a ciência não pode dizere que detém o conhecimento pleno acerca de qualquer objeto de pesquisa
A ciência é falível, portanto, sujeita a erros.
A ciência não é absoluta, não sendo, portanto, a única forma legítima de compreensão da realidade.
A ciência não é reacionária, pois suas descobertas podiam ter sido feitas por outras ferramentas intelectuais humanas, que, no entanto, não cuidaram desse aspecto do conhecimento.
(Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, págs. 157 a 170)
4. Em meados do século XIX, a ciência se depara com um conjunto de fatos para ela tidos como incomuns e mesmo assombrosos, por não pertencerem a qualquer das categorias de fenômenos físicos já estudados: os raps (pancadas inusitadas) e os apports (sumiços e transporte de objetos). A partir daí, todo um desenrolar de estudos e observações desses e outros fenômenos afins, culminou num intenso intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 204)
5. Sim, isso ainda ocorre, pois não são poucos os estudiosos do psiquismo que negam o status de ciência ao Espiritismo, aferrados que estão a um conceito arcaico, que tenta aprisionar o conceito de ciência em moldes errôneos. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 234)
6. Algumas o fazem por um ceticismo crônico, crentes de bem procederem cientificamente, pois acreditam (aqui elas não são céticas) que um "verdadeiro cientista não tem ideias preconcebidas". Outras, porque continuam desinformadas sobre a atividade científica (ou não a aceitam) ou realmente não querem aceitar nada. (As provas científicas, Aécio Pereira Chagas)
7. Ocorre ainda uma circunstância que não pode ser esquecida: a grande mutabilidade das verdades científica, de tal sorte que muitas afirmações aceitas como verdadeiras em um século tornam-se superadas no outro, com o surgimento de novas verdades, ao passo que o Espiritismo, embora assente na evolução progressiva, fundamenta-se em verdades e princípios estáveis, uns revelados, outros deduzidos pela observação, todos confirmados paulatinamente pelos novos conhecimentos adquiridos. (Pesquisas e métodos, Juvanir Borges de Souza, 1986)
8. A falta de estudos profundos e metodicamente bem conduzidos como aqueles que eram realizados na Sociedade Espírita de Paris, sob o comando de Allan Kardec. Hoje, de uma forma geral, muitas pessoas enfrentam dificuldades para estudar, ou ler e interpretar adequadamente, as obras de Kardec. Essas dificuldades são consequências da baixa qualidade da educação do país. Os nossos índices de leitura e de interpretação adequada de textos estão entre os mais baixos do mundo. A Revista Espírita, por exemplo, é pouco estudada de forma metódica e profunda. (Correio Fraterno - set/out/2015)
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- Os filósofos - Herculano Pires - aqui
- EADE 5 - Filosofia e Ciências Espíritas - FEB - aqui
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- Apostila Espiritismo e Ciência - Alexandre F. da Fonseca - aqui
- Fundamentação da Ciência Espírita - C. F. Loeffler - aqui
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- Metodologia Científica - Maria C. P. Bastos - Daniela V. Ferreira - aqui
- Metodologia do Trabalho Científico - Cleber Cristiano Prodanov - Ernani Cesar de Freitas - Feevale - aqui
Dicionários e outros
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CITAÇÕES E TRANSCRIÇÕES
As citações e/ou transcrições de passagens de textos, com a devida identificação de autor/editor, foram feitas para fins de estudo da Filosofia Espírita, e cada uma delas está vinculada a um exercício, ou a um teste, ou a uma análise de texto, ou a uma reflexão doutrinária, histórica ou filosófica do Espiritismo. (LDA - 9.610/1998 art. 46, III)
A seguir, vêm alguns exercícios para verificar o que aqui foi estudado.
São exercícios bastante simples, para repassar brevemente os textos deste Módulo 8, destacar algum ponto ou, ainda, chamar a atenção para aspectos interessantes.
O entendimento e apreensão da matéria estão ligados à leitura compreensiva e anotada, e às questões e críticas que você mesmo formulou durante os estudos.
As respostas estão logo abaixo.
Vamos lá!
1. No livro-texto que adotamos — Fundamentação da Ciência Espírita —, Carlos Loeffler (Cap. V - A fundamentação da ciência) dá a definição de termos típicos das atividades de pesquisa e metodologia científica. De forma sintética, liste e defina esses termos.
2. Quais são os principais indicadores de consistência das teorias científicas, conforme Carlos Loeffler (Cap. VI - Indicadores de consistência das teorias científicas)?
3. No Cap. VII - Limitações da ciência, diz Carlos Loeffler que, equivocadamente, se acredita que a visão científica é maquinal, homogênea, perfeita, precisa, infalível e a única realmente legítima, mas que filósofos da ciência tem trabalhado para uma avaliação mais adequada desse problema. E, a seguir, alinha alguns caracteres da ciência que mostram suas deficiências e relatividade. Quais são esses caracteres mencionados por Loeffler?
4. Allan Kardec afirmou que o aparecimento do Espiritismo só poderia ocorrer, como ocorreu, depois do desenvolvimento da filosofia e das ciências. No livro-texto que adotamos — Fundamentação da Ciência Espírita —, Carlos Loeffler (Cap. X. Caráter progressivo do Espiritimo - tópico: A gênese da doutrina espírita) diz que o Espiritismo surgiu devido às investigação científica das manifestações psíquicas, fato que se tornou possível somente após certa maturidade intelectual, questionando inúmeras assertivas biblico-religiosas no campo da astronomia, geologia, física e biologia.
Pois bem, foi nessa época, meados do século XIX, que surgiu uma avalanche de manifestações, aparentemente desorganizadas, mas com um propósito bem compreendido em nosso tempo. Que fenômenos foram esses?
5. Não obstante Allan Kardec tenha insistido no caráter científico da doutrina e demonstrado que as ciências naturais (de caráter positivista) não podiam aplicar seus métodos materiais a fenômenos de ordem imaterial, visto que se tratava, dizia o Codificador, de um novo objeto de investigação (a realidade extrafísica), que requeria um método especial: o método kardequiano de investigação dos fenômenos espíritas.
Mesmo assim a ciência do seu tempo combateu duramente o Espiritismo.
Pois bem, pergunta-se:
Ainda hoje, quando se sabe que o método experimental não possui nenhum caráter de infabilidade que o coloque acima dos demais e que os métodos das ciências humanas são reconhecidamente científicos, isso continua a acontecer?
6. No interessante artigo intitulado As provas científicas, Aécio Pereira Chagas, mediante um diálogo imaginário, argumenta que se acredita na existência de átomos e moléculas, sem que haja nenhuma prova disso, a não ser um conjunto de evidências experimentais ou experimentos.
Ora, diz o articulista, se acreditamos nisso — como de fato acreditamos — o mesmo raciocínio pode-se aplicar à existência dos Espíritos, à vista de um conjunto de evidências experimentais ou experimentos já realizados.
Mas há ainda pessoas que não pensam assim e passam a vida "procurando a prova" da existência do espírito, da comunibilidade entre os dois planos, da reencarnação e outros pontos doutrinários. Por que isso se dá, segundo Chagas?
7. Juvanir Borges de Souza, em artigo publicado no Reformador (Pesquisas e métodos), refere o pensamento de Kardec quanto ao fato de os fenômenos espíritas não serem da alçada das ciências, visto que essas se assentam na propriedade da matéria, e aqueles são produzidos pelos espíritos desencarnados que vivem em dimensão de outra natureza. E conclui este trecho deste modo: Eis aí as razões pelas quais o Espiritismo não tem que subordinar-se à Ciência, por mais avançado que seja o seu atual estágio.
Após isso, Borges de Souza menciona outra circunstância para reforçar seu argumento. A que circunstância alude o articulista?
8. Na entrevista (*) concedida por Cosme Massi a Eliana Haddad, o que Massi responde quando perguntado sobre o que notava de mais conflitante do espiritismo do século 19 e o de hoje?
(*) publicada no Correio Fraterno (set/out/2015), e reproduzida no kardec.blog.br, sob o título de Lógica, ciência e filosofia para melhor entender Kardec.
1. Definição: denominação de uma ideia, que uma vez aceita, não mais é discutível.
Conceito: é a caracterização de uma ideia, que encerra um sentido relativo, subjetivo ou simbólico.
Conceitos primitivos: referem-se a ideias cujo significado é básico, não comportando uma representação intelectual mais simples.
Axioma: é uma proposição ou afirmação considerada evidente, e por isso elementar.
Postulado: Proposição reconhecida ou estabelecida, mas ainda não comprovada.
Princípio: O termo equivale a postulado, sendo usado especialmente em outras disciplinas, particularmente na filosofia. Encerra ideias com certa complexidade que, devido a suas características não podem ou não puderam ser tdestadas, mas que podem ser discutidas no âmbito filosófico.
Lei: relação reconhecida ou estabelecida a partir de certas observações ou experimentações.
Hipótese: Consideração ou ideia admitida como ponto de partida, com vistas à descrição ou demonstração de algo, que pode ser uma teoria ou tese.
Teoria: Conjunto complexo de ideias, elaboradas com vistas à explicação de fatos ou fenômenos diversos.
Tese: conjunto de ideias mais simples do que uma teoria, ou seja, de menor alcance, arrolando hipóteses e fundamentações matemáticas, conceituais ou ideológicas consistentes, mas que carecem de comprovação eficaz.
Teorema: Afirmação demonstrável através de recursos eminentemente matemáticos.
Também são considerados teoremas afirmações conceituais que são confirmadas a partir de raciocínio lógico, particularmente a dedução.
(Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, págs. 105 a 111)
2. Os principais indicadores de consistência das teorias científicas são: lógica, testabilidade, universalidade, convergência, simplicidade, similaridade e profundidade. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 131)
3. A ciência é humana, e por isso não se isenta das impurezas do homem;
A ciência é aperfeiçoável, e suas ideias vão sendo buriladas através do tempo;
A ciência não é homogênea, tendo diferentes níveis de desenvolvimento e distintos objetos de análise.
A ciência não é precisa, a ciência não pode dizere que detém o conhecimento pleno acerca de qualquer objeto de pesquisa
A ciência é falível, portanto, sujeita a erros.
A ciência não é absoluta, não sendo, portanto, a única forma legítima de compreensão da realidade.
A ciência não é reacionária, pois suas descobertas podiam ter sido feitas por outras ferramentas intelectuais humanas, que, no entanto, não cuidaram desse aspecto do conhecimento.
(Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, págs. 157 a 170)
4. Em meados do século XIX, a ciência se depara com um conjunto de fatos para ela tidos como incomuns e mesmo assombrosos, por não pertencerem a qualquer das categorias de fenômenos físicos já estudados: os raps (pancadas inusitadas) e os apports (sumiços e transporte de objetos). A partir daí, todo um desenrolar de estudos e observações desses e outros fenômenos afins, culminou num intenso intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 204)
5. Sim, isso ainda ocorre, pois não são poucos os estudiosos do psiquismo que negam o status de ciência ao Espiritismo, aferrados que estão a um conceito arcaico, que tenta aprisionar o conceito de ciência em moldes errôneos. (Fundamentação da Ciência Espírita, Carlos Loeffler, p. 234)
6. Algumas o fazem por um ceticismo crônico, crentes de bem procederem cientificamente, pois acreditam (aqui elas não são céticas) que um "verdadeiro cientista não tem ideias preconcebidas". Outras, porque continuam desinformadas sobre a atividade científica (ou não a aceitam) ou realmente não querem aceitar nada. (As provas científicas, Aécio Pereira Chagas)
7. Ocorre ainda uma circunstância que não pode ser esquecida: a grande mutabilidade das verdades científica, de tal sorte que muitas afirmações aceitas como verdadeiras em um século tornam-se superadas no outro, com o surgimento de novas verdades, ao passo que o Espiritismo, embora assente na evolução progressiva, fundamenta-se em verdades e princípios estáveis, uns revelados, outros deduzidos pela observação, todos confirmados paulatinamente pelos novos conhecimentos adquiridos. (Pesquisas e métodos, Juvanir Borges de Souza, 1986)
8. A falta de estudos profundos e metodicamente bem conduzidos como aqueles que eram realizados na Sociedade Espírita de Paris, sob o comando de Allan Kardec. Hoje, de uma forma geral, muitas pessoas enfrentam dificuldades para estudar, ou ler e interpretar adequadamente, as obras de Kardec. Essas dificuldades são consequências da baixa qualidade da educação do país. Os nossos índices de leitura e de interpretação adequada de textos estão entre os mais baixos do mundo. A Revista Espírita, por exemplo, é pouco estudada de forma metódica e profunda. (Correio Fraterno - set/out/2015)
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Apresentação do curso
1 - Metodologia de ensino-aprendizagem
2 - Textos para estudo
Módulos de leitura/estudo
3 - Introdução à Filosofia
4 - O Espiritismo na história da Filosofia
5 - Noções de Teoria do Conhecimento
6 - Noções de Metodologia Científica
7 - Noções de Filosofia das Ciências
8 - Noções de Ciência Espírita - esta página
9 - Noções de Filosofia Espírita
10 - Espiritismo e outras ciências
11 - Tríplice Aspecto do Espiritismo
12 - Programa de Filosofia Espírita
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