Ilustração: Recorte capa do livro Introdução à Filosofia Espírita, de J. Herculano Pires, Edições FEESP, SP
- Apresentação
- O Espiritismo é Filosofia
- Referências bibliográficas
- RLE - Módulo 9 - NOÇÕES DE FILOSOFIA ESPÍRITA
- Textos-base
- Textos complementares
- Exercícios de verificação
- Perguntas
- Respostas
- Caixa de ferramentas
- Citações e transcrições
- Índice do RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
APRESENTAÇÃO
Instrutor Guima
Prosseguindo no RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS, vem a seguir o Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita, no qual são mostrados e comentados aspectos filosóficos da Doutrina Espírita e o corpo de princípios que constituem uma Filosofia racional e livre do espírito de sistema.
Leia com atenção e esquematize os textos que vêm a seguir, pois são matéria introdutória aos pontos discriminados no Roteiro de Estudos deste Módulo 9.
Bom trabalho!
O ESPIRITISMO É FILOSOFIA
Para abrir este Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita, tomamos artigos de dois dos maiores estudiosos da Filosofia Espírita no Brasil: Deolindo Amorim e José Herculano Pires.
De Deolindo Amorim, o artigo Expressão Filosófica do Espiritismo, o último escrito em vida por esse grande jornalista, escritor e professor de Espiritismo e Filosofia Espírita.
E de José Herculano Pires, o artigo Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema, no qual o professor, jornalista e filósofo espírita discorre sobre o tema Espiritismo e Filosofia.
Confira a seguir.
Fonte: O mistério do Bem e do Mal. Edições Correio Fraterno, 1989
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, Deolindo. Expressão Filosófica do Espiritismo. Harmonia- Revista Espírita nº 64 - Fevereiro/2000.
PIRES, José Herculano. Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema. [Crônica] In O mistério do Bem e do Mal. São Bernardo do Campo, SP, Edições Correio Fraterno, 1989
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO - RLE
Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita
Finalidades deste Módulo 9
♦ Efetuar a leitura/estudo de textos sobre filosofia e filosofia espírita, indicados abaixo, objetivando conhecer noções de Filosofia Espírita.
Pré-requisito
♦ Ter realizado os módulos anteriores deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITA
♦ Ter lido com atenção e esquematizado as noções dadas acima no tópico: O Espiritismo é filosofia
Objetivos de ensino
♦ Ao concluir todas as atividades deste Módulo 9, você será capaz de:
• conhecer um perfil da Filosofia Espírita elaborada pelo filósofo espírita Herculano Pires
• conhecer noções de Filosofia e Espiritismo (O que é Filosofia; O que é Espiritismo; A tradição Filosófica)
• reconhecer o Espiritismo como filosofia, de estrutura dinâmica e aberta, formulada mediante diálogos entre os homens e os Espíritos, sem sistema dogmáticos e linguagem filosófica
• conhecer sobre a consignação do Espiritismo como uma filosofia pelo Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, de André Lalande (Instituto de França)
• conhecer argumentos de diversos autores espíritas sobre o aspecto filosófico do Espiritismo
• conhecer fundamentos da ética espírita
• conhecer aspectos da terminologia espírita (propostas de revisão, casos de polissemia)
Atividades
♦ Proceda à leitura/estudo dos textos abaixo indicados (itens Textos-base e Textos complementares), observando as instruções do tópico Leitura e Filosofia do Módulo Apresentação deste RLE.
♦ Faça um resumo da matéria, mediante notas, esquemas, mapas mentais, como preferir, a cada tópico especificado nos Objetivos de ensino (v. acima), bem como das leituras complementares que realizar.
♦ Faça resumos próprios de pontos relevantes do material lido/estudado: pense filosoficamente, destaque os pontos altos e baixos dos textos, liste perguntas a que o texto responde, critique as ideias, exponha seu modo de ver as coisas, levante questões para futuros estudos/discussões, anote pontos para pesquisar posteriormente.
♦ Consulte glossários/dicionários para verificar conceitos ou palavras desconhecidas, e as adicione ao seu glossário pessoal de filosofia
Material de estudo
♦ Tenha à mão: livros-texto, dicionários, papel, lápis e fichas de anotações e fichamento, se for adotá-las
Textos-base
♦ Livro Introdução à Filosofia Espírita conforme capítulos indicados a seguir (aqui)
Textos complementares
♦ Os textos dos Cadernos de leitura e Artigos digitais a serem trabalhados estão no tópico a seguir (aqui)
Exercícios
♦ Alguns Exercícios de verificação encerram o estudo deste módulo (aqui)
Impressão do material
♦ Recomenda-se a leitura on-line do roteiro e a impressão somente do material estritamente necessário
TEXTOS-BASE
Instrutor Guima
Abaixo vão os Textos-base deste Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita.
Bom trabalho!
♦ Livro Introdução à Filosofia Espírita - Herculano Pires
- Cap. I - Introdução - págs. 9 a 18
- Cap. II - Filosofia e Espiritismo - págs. 19 a 30
TEXTOS COMPLEMENTARES
Materiais a serem lidos/estudados em complemento aos Textos-base:
Caderno de Leituras Espíritas - Filosofia Espírita
Parte 1
2 - Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema – Herculano Pires - pág. 23 - 24
3 - A Filosofia do Espírito – Herculano Pires
- n° 1. Espiritismo e tradição filosófica - págs. 26 - 25
Parte 2
9 - O que é o Espiritismo - Herculano Pires - pág. 48 - 79
- IV - Filosofia Espírita - págs. 80 e 81
10 - A Doutrina Espírita é Filosofia – Ney Lobo - pág. 53 - 84
Parte 3
12 - O Espiritismo como Filosofia - Régis Morais - pág. 4 - 97
13 - Qual é a filosofia espírita? Humberto Schubert Coelho - pág. 28 - 121
14 - Elementos da Filosofia Espírita – Roque Jacintho - pag. 32 - 125
Caderno de Leituras Espíritas - Ciência Espírita
Parte 2
11 - Os fundamentos da ética espirita - Silvio Seno Chibeni - pag. 15
Parte 3
14 - Revisão da terminologia espírita? Silvio Seno Chibeni - pag. 13
15 - Polissemias no Espiritismo - Aécio Pereira Chagas - pág. 17
Artigos digitais
♦ O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita - Rogério Coelho - aqui
EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO
Instrutor Guima
A seguir, vêm alguns exercícios para verificar o que aqui foi lido e estudado.
São exercícios simples, para repassar brevemente os textos deste Módulo 9, destacar algum ponto ou, ainda, chamar a atenção para aspectos interessantes.
O entendimento e apreensão da matéria estão ligados à leitura compreensiva e anotada, e às questões e críticas que você mesmo formulou durante os estudos.
As respostas estão logo abaixo.
Vamos lá!
Perguntas
1. Como Herculano Pires explica o nascimento do Espiritismo?
(Introdução à Filosofia Espírita. Filosofia e espiritismo - O que é Espiritismo)
2. Ney Lobo (A Doutrina Espírita é Filosofia) diz que os Espíritos Superiores que ditaram a codificação a Allan Kardec indicaram o caráter nitidamente filosófico do Espiritismo. Cite três passagens em que isso ocorreu.
3. Régis Morais (O Espiritismo como filosofia) menciona uma frase humorada do filósofo católico Leonardo Boff. Que frase é essa?
4. Diz Roque Jacintho (Elementos da Filosofia Espírita) que o Espírito Emmanuel, por força do plano em que se situa e em decorrência de seus estágios evolutivos, desfruta de uma visão integralizada, dentro do gênio da doutrina do Cristo. Assim, quando iniciou seus trabalhos com Francisco Cândido Xavier, que propósitos trouxe Emmanuel no campo do conhecimento espiritual?
5. Silvio Seno Chibeni , no artigo Revisão da terminologia espírita?, questiona
propostas de revisão do vocabulário técnico do Espiritismo, especialmente aquelas vindas de pessoas com alguma familiaridade com disciplinas acadêmicas, que têm o vezo de usar palavras como ‘energia’, ‘paranormalidade’, ‘sensibilidade’, etc., julgando estar conferindo maior cientificidade ao Espiritismo.
Ora, diz o articulista, o mais elementar senso filosófico mostra que não é no vocabulário que assenta o caráter científico ou não de uma disciplina.
Sendo assim, segundo Chibeni, em que se assenta o caráter científico ou não de uma disciplina?
6. O mesmo Silvio Chibeni, em outro artigo (As acepções da palavra ‘Espiritismo’ e a preservação doutrinária), fala do uso da palavra Espiritismo com sentidos diferentes do definido por Allan Kardec. Lembra o autor que essa ocorrência é um processo natural das línguas, que faz surgir polissemias, isto é, quando um termo possui mais de um significado. E menciona também a preocupação de Kardec ao criar o termo Espiritismo para diferenciá-lo de espiritualismo e evitar anfibologias (duplicidade de sentido, ambiguidade).
Pois bem, como diz o autor, não se pode obrigar as pessoas a não usarem a palavra espiritismo para designar, por exemplo, o espiritualismo ou o “novo espiritualismo”, ou seitas mediunistas afro-brasileiras.
Mas qual foi, enfim, a recomendação de Chibeni para esse problema?
7. No artigo O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita, Rogério Coelho traça, em linhas gerais, a importância da Filosofia, expressando que ela tem a função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo de ligação [sic] entre as mais variegadas formas do saber e do agir.
A seguir, o que o autor fala acerca da "precípua função da Filosofia"?
Respostas
1. O Espiritismo é uma dourina sobre o mundo, dá-nos sua interpretação e nos mostra como nos devemos conduzir nele. Mas como nasceu essa doutrina, em que cabeça apareceu pela primeira vez? Dizem que foi na de Allan Kardec, mas não é verdade. O próprio Kardec nos diz o contrário. Os dados históricos nos revelam o seguinte: o Espiritismo se formou lentamente através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, hoje [o livro é de 1983] parapsicologicamente chamados de fenômenos paranormais. Os estudos científicos começaram seis anos antes de Kardec, nos Estados Unidos, com o famoso caso das irmãs Fox em Hydesville. Quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1845, já havia uma grande bibliografia espírita, com a denominação de neo-espiritualista, nos Estados Unidos e Europa. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias consequências filosóficas, morais e religiosas.
2. O Livro dos Médiuns - 13 § 2° - O Espiritismo que entende com as mais graves questões de filosofia [grifamos], com todos os ramos da ordem social, que abrange tanto o homem físico quanto o homem moral, é, em si mesmo, uma ciência, uma filosofia (...)
O Livro dos Espíritos - Conc., V, § 4° - Mesmo que nenhum fenômeno tenham testemunhado, dizem: à parte esses fenômenos há a filosofia [grifamos], que me explica o que nenhuma outra me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. A filosofia [grifamos] me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza.
O Livro dos Médiuns, 18 § 2° - O Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia [grifamos]. (A Doutrina Espírita é Filosofia, Ney Lobo)
3. Disse Leonardo Boff: Todo ponto de vista tem o ponto e tem a vista. Se se mudar o ponto, muda-se a vista. (O Espiritismo como filosofia, Régis Morais)
4. Diz Roque Jacintho que Emmanuel veio, assim, de espírito limpo. Não trouxe o propósito de organizar uma escola filosófica ou religiosa, nem pretendeu inaugurar uma sistemática inusitada e estranha ou mesmo de abordar a problemática filosófica para disseminar princípios transitórios em essência ou relacionados a uma determinada época ou evento. Revelou-se fiel ao Mestre, sem trair por um só momento a dinâmica da reconstrução de mundo novo com o Senhor Jesus e, em consequência, sem se distanciar ou conflitar com a Doutrina codificada por Allan Kardec, ditada pelo Espírito de Verdade. (Elementos da Filosofia Espírita, Roque Jacintho)
5. Para Silvio Chibeni, as palavras são meros símbolos para a expressão de conceitos; se estes não encontrarem respaldo em uma teoria científica coerente, abrangente e empiricamente adequada (isto é, adaptada aos fatos), de nada adiantará modificá-las.
Por outro lado, uma teoria científica não será substancialmente alterada pela modificação de seu vocabulário. Logo, qualquer alegação de que o Espiritismo tem de passar por uma atualização não pode limitar-se à substituição de palavras, como ingenuamente se procura fazer. Essa alegação só se poderia justificar a partir de uma análise profunda, exaustiva e meticulosa da teoria espírita e de todos os fatos de que trata, que revelasse racionalmente que ela não lhes dá explicação adequada, ou contém falhas de consistência lógica, propondo-se concretamente uma outra teoria melhor que a possa substituir.
(Revisão da terminologia espírita? Silvio Seno Chibeni)
6. Para Chibeni, a única medida eficaz que podemos tomar é a de zelar pela preservação da teoria espírita e insistir no uso original do termo ‘Espiritismo’ (e cognatos) em todas as ocasiões que se nos deparem, fazendo ver as diferenças doutrinárias existentes entre as abordagens.
(As acepções da palavra ‘Espiritismo’ e a preservação doutrinária, Seno Seno Chibeni),
7. A precípua função da Filosofia é, pois, projetar – multidirecionalmente – pelos quadrantes do saber, uma ampla rede de interrogações, interrogações essas que irão se transformar em "ganchos" onde nos firmaremos para, finalmente deciframos as incógnitas que nos afligem, isto é, desvelar a verdade consubstanciada em nossas próprias e independentes elucubrações. (O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita, Rogério Coelho)
CAIXA DE FERRAMENTAS
Cadernos de leituras espíritas
Materiais doutrinários espíritas
- Introdução à Filosofia Espírita - Herculano Pires - aqui
- Os filósofos - Herculano Pires - aqui
- EADE 5 - Filosofia e Ciências Espíritas - FEB - aqui
- Curso de Introdução à Filosofia Espírita - Sérgio B. Gregório - aqui
- Apostila Espiritismo e Ciência - Alexandre F. da Fonseca - aqui
- Fundamentação da Ciência Espírita - C. F. Loeffler - aqui
Materiais de filosofia
- Dicionário de Filosofia - aqui
- Dicionário de Filosofia (Só Filosofia) - aqui
- Glossário de Filosofia - aqui
- Educação UOL - aqui
- Só Filosofia - aqui
- Superinteressante - aqui
E-books didáticos e de divulgação
- Filosofia (Ensino Médio) - SEED - PR - aqui
- Antologia de Textos Filosóficos - SEED - PR - aqui
- Metodologia Científica - Maria C. P. Bastos - Daniela V. Ferreira - aqui
- Metodologia do Trabalho Científico - Cleber Cristiano Prodanov - Ernani Cesar de Freitas - Feevale - aqui
Dicionários e outros
- Dicionário Michaelis on-line - aqui
- Dicionário analógico AULETE - aqui
- Conjugador verbal - aqui
- Vocabulário Ortográfico ABL - aqui
- Palavras compostas - aqui
CITAÇÕES E TRANSCRIÇÕES
As citações e/ou transcrições de passagens de textos, com a devida identificação de autor/editor, foram feitas para fins de estudo da Filosofia Espírita, e cada uma delas está vinculada a um exercício, ou a um teste, ou a uma análise de texto, ou a uma reflexão doutrinária, histórica ou filosófica do Espiritismo. (LDA - 9.610/1998 art. 46, III)
ÍNDICE DO RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
No Módulo - Apresentação, você tem todos os módulos deste treinamento, com os respectivos links.
- Clique aqui
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO (RLE)
ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS ESPÍRITAS
Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita
ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS ESPÍRITAS
Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita
- Apresentação
- O Espiritismo é Filosofia
- Referências bibliográficas
- RLE - Módulo 9 - NOÇÕES DE FILOSOFIA ESPÍRITA
- Textos-base
- Textos complementares
- Exercícios de verificação
- Perguntas
- Respostas
- Caixa de ferramentas
- Citações e transcrições
- Índice do RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
APRESENTAÇÃO
O LIVRO DOS ESPÍRITOS tem conteúdo suficiente para abranger a Filosofia em seus aspectos mais gerais, embora não tenha proposto nenhuma divisão nem apresentado qualquer tentativa de classificação e esquematização. A ordem das ideias, entretanto, é genuinamente filosófica. É neste livro que está a base de toda a Filosofia Espírita.
DEOLINDO AMORIM. Filosofia Básica
A divergência entre razão e fé, que ainda aparece insuperável para os não espíritas, não existe no Espiritismo, onde a fé deve ser iluminada pela razão. Os espíritas não podem crer por crer, ou ser levados apenas pelo sentimento. Devem conjugar sentimento e pensamento, pois a verdadeira fé se torna impossível ou simplesmente fanática, se não se apoiar no conhecimento. “Eu não creio. Eu sei”. Essa frase do escritor inglês Dennis Bradley, que se tornou espírita, define a exata posição dos espíritas em matéria de religião.
HERCULANO PIRES. Os três caminhos de Hécate. Cap. 25
DEOLINDO AMORIM. Filosofia Básica
A divergência entre razão e fé, que ainda aparece insuperável para os não espíritas, não existe no Espiritismo, onde a fé deve ser iluminada pela razão. Os espíritas não podem crer por crer, ou ser levados apenas pelo sentimento. Devem conjugar sentimento e pensamento, pois a verdadeira fé se torna impossível ou simplesmente fanática, se não se apoiar no conhecimento. “Eu não creio. Eu sei”. Essa frase do escritor inglês Dennis Bradley, que se tornou espírita, define a exata posição dos espíritas em matéria de religião.
HERCULANO PIRES. Os três caminhos de Hécate. Cap. 25
Instrutor Guima
Prosseguindo no RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS, vem a seguir o Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita, no qual são mostrados e comentados aspectos filosóficos da Doutrina Espírita e o corpo de princípios que constituem uma Filosofia racional e livre do espírito de sistema.
Leia com atenção e esquematize os textos que vêm a seguir, pois são matéria introdutória aos pontos discriminados no Roteiro de Estudos deste Módulo 9.
Bom trabalho!
O ESPIRITISMO É FILOSOFIA
Para abrir este Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita, tomamos artigos de dois dos maiores estudiosos da Filosofia Espírita no Brasil: Deolindo Amorim e José Herculano Pires.
De Deolindo Amorim, o artigo Expressão Filosófica do Espiritismo, o último escrito em vida por esse grande jornalista, escritor e professor de Espiritismo e Filosofia Espírita.
E de José Herculano Pires, o artigo Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema, no qual o professor, jornalista e filósofo espírita discorre sobre o tema Espiritismo e Filosofia.
Confira a seguir.
Expressão Filosófica do Espiritismo
...................................
Mas a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais; torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e coletiva. E aí, principalmente, que se sente força do Espiritismo em sua filosofia.
Quando, porém, o fenômeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de Física ou Química. O fato de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica já pressupõe muita responsabilidade para o médium e também para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho. Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável. Já se vê que a situação, agora, é bem diferente. E porque, finalmente, o Espiritismo engloba o fato mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas? Exatamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo-se, interferindo em nossos atos, "chorando as suas mágoas" ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço. Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural. O próprio impulso da sede de saber nos leva a propor questões dessa natureza: que significa esse intercâmbio em nossa vida? Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou inteligência aparentemente misteriosa? Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para a humanidade? Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso destino.
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além desse hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino Espírita. Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenomênica, que é muito rica de lições e sempre temos que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o fenômeno está sujeito. Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenômeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenômenos da Física ou da Eletrônica, e assim, por diante. A preocupação é exclusivamente com o fenômeno puro e simples. E daí?... Que resulta de tudo isso? Sim, o fenômeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo. E pode ser observado e registrado em ambientes não espíritas como também pode ser discutidos à luz de critérios diversos, nas áreas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia, etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências. Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenômeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma "após a morte". É o elemento básico. Mas é preciso partir daí para as indagações que compreendem essencialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo. A esta altura já é esfera da filosofia e a força do Espiritismo – não faz mal insistir neste ponto – está exatamente nesse corpo de princípios em cuja homogeneidade e coerência, encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida: a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencamatórias. São temas de reflexão filosófica. Entretanto, a Doutrina estaria incompleta e não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece. Mas o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe. O fenômeno por si só não nos levaria a conseqüências profundas, ou seria apenas objeto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica. Justamente por isso - repetimos Kardec - "a força do Espiritismo está em sua filosofia". E por que não está no fato mediúnico? Porque o fato prova e convence objetivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
O lastro experimental, com a apresentação de fatos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição, como diz a própria Doutrina. Será uma expressão muito elevada em função, porém do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano. Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas: honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico. A mediunidade exercitada a esmo, embora bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
...................................
Mas a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais; torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e coletiva. E aí, principalmente, que se sente força do Espiritismo em sua filosofia.
Quando, porém, o fenômeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de Física ou Química. O fato de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica já pressupõe muita responsabilidade para o médium e também para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho. Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável. Já se vê que a situação, agora, é bem diferente. E porque, finalmente, o Espiritismo engloba o fato mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas? Exatamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo-se, interferindo em nossos atos, "chorando as suas mágoas" ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço. Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural. O próprio impulso da sede de saber nos leva a propor questões dessa natureza: que significa esse intercâmbio em nossa vida? Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou inteligência aparentemente misteriosa? Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para a humanidade? Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso destino.
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além desse hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino Espírita. Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenomênica, que é muito rica de lições e sempre temos que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o fenômeno está sujeito. Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenômeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenômenos da Física ou da Eletrônica, e assim, por diante. A preocupação é exclusivamente com o fenômeno puro e simples. E daí?... Que resulta de tudo isso? Sim, o fenômeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo. E pode ser observado e registrado em ambientes não espíritas como também pode ser discutidos à luz de critérios diversos, nas áreas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia, etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências. Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenômeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma "após a morte". É o elemento básico. Mas é preciso partir daí para as indagações que compreendem essencialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo. A esta altura já é esfera da filosofia e a força do Espiritismo – não faz mal insistir neste ponto – está exatamente nesse corpo de princípios em cuja homogeneidade e coerência, encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida: a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencamatórias. São temas de reflexão filosófica. Entretanto, a Doutrina estaria incompleta e não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece. Mas o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe. O fenômeno por si só não nos levaria a conseqüências profundas, ou seria apenas objeto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica. Justamente por isso - repetimos Kardec - "a força do Espiritismo está em sua filosofia". E por que não está no fato mediúnico? Porque o fato prova e convence objetivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
O lastro experimental, com a apresentação de fatos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição, como diz a própria Doutrina. Será uma expressão muito elevada em função, porém do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano. Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas: honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico. A mediunidade exercitada a esmo, embora bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
Deolindo Amorim
Último Texto produzido em vida Harmonia-
Revista Espírita nº 64 - Fevereiro/2000.
Último Texto produzido em vida Harmonia-
Revista Espírita nº 64 - Fevereiro/2000.
Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema
Kardec foi ou não foi um filósofo? O Espiritismo é ou não é uma filosofia, um sistema filosófico? Essas indagações vêm sendo formuladas ultimamente, em alguns meios espíritas, diante da alegação de alguns adversários da doutrina, em sentido contrário.
Justo, pois, que alguns leitores nos interpelem a respeito, tanto mais quando ainda há pouco houve uma referência ao assunto, neste mesmo jornal. Por outro lado, o problema é realmente de interesse doutrinário.
A propósito de Kardec, a primeira coisa a considerar é que ele jamais se disse filósofo ou pretendeu entrar para a galeria dos filósofos. Sua especialidade era a pedagogia. Foi discípulo emérito de Pestalozzi e interessou-se a fundo pelos problemas pedagógicos, deixando, na França, numerosos livros didáticos. Apesar de sua vasta cultura, e de ser constantemente solicitado pelos meios culturais da época, o interesse de Kardec não se voltava para as glórias humanas. Preferiu colocar o seu saber e a sua inteligência a serviço da espiritualidade.
Quanto ao Espiritismo, é indiscutível a existência de uma filosofia espírita, cujo tratado fundamental é O Livro dos Espíritos.
Nesse ponto, poderíamos ver uma contradição com o que dissemos acima. Basta lembrarmos, porém, que O Livro dos Espíritos não é de Kardec, mas dos Espíritos, para vermos que não há contradição. O próprio mestre fez sempre questão de esclarecer que a filosofia espírita não fora elaborada por ele, mas pelas entidades espirituais que, sob a égide do Espírito da Verdade, transmitiram-lhe a nova revelação.
Há pouco, alguém declarou, em entrevista a um jornal do norte do país, que O Livro dos Espíritos não pode ser considerado um livro filosófico, porque não está vazado na linguagem técnica.
Seria o caso de perguntarmos se filosofia é uma técnica de linguagem ou um processo de indagação da verdade através do pensamento. Parafraseando conhecida passagem evangélica, podemos dizer que a filosofia é senhora da linguagem técnica e não o contrário. O que importa em O Livro dos Espíritos é a filosofia contida nas suas páginas, e não qualquer espécie de vocabulário técnico, da mesma maneira que o que importa no Evangelho é a sua filosofia de vida, não as suas formas de expressão.
Outra coisa de que devemos nos lembrar é que O Livro dos Espíritos não se destinava a criar uma nova escola filosófica, mas a fazer uma nova revelação. Assim como, sobre a revelação do Cristo, os homens trabalharam para construir sistemas filosóficos, assim também, sobre a revelação do Espírito da Verdade, os filósofos poderão construir os seus sistemas. Mas, da mesma maneira por que existe uma filosofia cristã, representada pelos princípios evangélicos, que transformaram o mundo, também existe uma filosofia espírita, orientando as novas transformações por que o mundo tem de passar, para que o Reino de Deus nele se estabeleça.
Ainda hoje se discute se existe ou não uma filosofia cristã. Não é, pois de estranhar que se pergunte pela filosofia espírita. Entretanto, no próprio O Livro dos Espíritos encontramos uma explicação de Kardec a respeito deste assunto. Diz o mestre: “Ele foi escrito por ordem de (e ditado pelos) Espíritos Superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema”. Como se vê, não interessava a Kardec formular um sistema filosófico no estilo clássico, aliás, já superado inteiramente hoje em dia, quando se compreende que a verdade não pode ser encerrada na melhor das sistematizações humanas.
Os que não veem filosofia no Espiritismo e não reconhecem a Kardec uma posição filosófica, em virtude de questões puramente formais e, portanto, convencionais, deviam lembrar-se de que Jesus também não formulou um sistema filosófico, ao gosto da época, e que o verdadeiro pai da filosofia grega, Sócrates, também não se interessou por isso. Ernst Cassirer, em sua Antropologia Filosófica, acentuando a inconveniência dos sistemas clássicos, declara: “Cada teoria se converte num leito de Procusto, em que os fatos empíricos são obrigados a se acomodar a um padrão preconcebido”. Como se vê, a opinião de Kardec, sobre os inconvenientes do “espírito de sistema”, é referendada por um dos maiores pensadores atuais.
Uma das coisas que se aponta, em O Livro dos Espíritos, como antifilosófico, é a forma didática e, particularmente, a forma dialogada. Devemos lembrar, porém, que o diálogo é uma forma tradicional de exposição filosófica, em que os grandes filósofos sempre foram mestres. A pedagogia é uma parte da filosofia, e a própria filosofia é também pedagógica, segundo assinala René Hubert, acentuando: “Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se? ”
De tudo o que ficou dito, conclui-se que a posição filosófica de Kardec é inegável, embora ele nunca se dissesse filósofo; que o Espiritismo possui uma filosofia, racional e livre do espírito de sistema; e, por fim, que o problema filosófico do Espiritismo é o mesmo do Cristianismo. Quando à existência de uma ética espírita, negada por ilustre opositor da doutrina, repetimos que a moral espírita é a do Cristo, como se vê em O Evangelho segundo o Espiritismo, e que a terceira parte de O Livro dos Espíritos é inteiramente dedicada ao estudo das leis morais.
Kardec foi ou não foi um filósofo? O Espiritismo é ou não é uma filosofia, um sistema filosófico? Essas indagações vêm sendo formuladas ultimamente, em alguns meios espíritas, diante da alegação de alguns adversários da doutrina, em sentido contrário.
Justo, pois, que alguns leitores nos interpelem a respeito, tanto mais quando ainda há pouco houve uma referência ao assunto, neste mesmo jornal. Por outro lado, o problema é realmente de interesse doutrinário.
A propósito de Kardec, a primeira coisa a considerar é que ele jamais se disse filósofo ou pretendeu entrar para a galeria dos filósofos. Sua especialidade era a pedagogia. Foi discípulo emérito de Pestalozzi e interessou-se a fundo pelos problemas pedagógicos, deixando, na França, numerosos livros didáticos. Apesar de sua vasta cultura, e de ser constantemente solicitado pelos meios culturais da época, o interesse de Kardec não se voltava para as glórias humanas. Preferiu colocar o seu saber e a sua inteligência a serviço da espiritualidade.
Quanto ao Espiritismo, é indiscutível a existência de uma filosofia espírita, cujo tratado fundamental é O Livro dos Espíritos.
Nesse ponto, poderíamos ver uma contradição com o que dissemos acima. Basta lembrarmos, porém, que O Livro dos Espíritos não é de Kardec, mas dos Espíritos, para vermos que não há contradição. O próprio mestre fez sempre questão de esclarecer que a filosofia espírita não fora elaborada por ele, mas pelas entidades espirituais que, sob a égide do Espírito da Verdade, transmitiram-lhe a nova revelação.
Há pouco, alguém declarou, em entrevista a um jornal do norte do país, que O Livro dos Espíritos não pode ser considerado um livro filosófico, porque não está vazado na linguagem técnica.
Seria o caso de perguntarmos se filosofia é uma técnica de linguagem ou um processo de indagação da verdade através do pensamento. Parafraseando conhecida passagem evangélica, podemos dizer que a filosofia é senhora da linguagem técnica e não o contrário. O que importa em O Livro dos Espíritos é a filosofia contida nas suas páginas, e não qualquer espécie de vocabulário técnico, da mesma maneira que o que importa no Evangelho é a sua filosofia de vida, não as suas formas de expressão.
Outra coisa de que devemos nos lembrar é que O Livro dos Espíritos não se destinava a criar uma nova escola filosófica, mas a fazer uma nova revelação. Assim como, sobre a revelação do Cristo, os homens trabalharam para construir sistemas filosóficos, assim também, sobre a revelação do Espírito da Verdade, os filósofos poderão construir os seus sistemas. Mas, da mesma maneira por que existe uma filosofia cristã, representada pelos princípios evangélicos, que transformaram o mundo, também existe uma filosofia espírita, orientando as novas transformações por que o mundo tem de passar, para que o Reino de Deus nele se estabeleça.
Ainda hoje se discute se existe ou não uma filosofia cristã. Não é, pois de estranhar que se pergunte pela filosofia espírita. Entretanto, no próprio O Livro dos Espíritos encontramos uma explicação de Kardec a respeito deste assunto. Diz o mestre: “Ele foi escrito por ordem de (e ditado pelos) Espíritos Superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema”. Como se vê, não interessava a Kardec formular um sistema filosófico no estilo clássico, aliás, já superado inteiramente hoje em dia, quando se compreende que a verdade não pode ser encerrada na melhor das sistematizações humanas.
Os que não veem filosofia no Espiritismo e não reconhecem a Kardec uma posição filosófica, em virtude de questões puramente formais e, portanto, convencionais, deviam lembrar-se de que Jesus também não formulou um sistema filosófico, ao gosto da época, e que o verdadeiro pai da filosofia grega, Sócrates, também não se interessou por isso. Ernst Cassirer, em sua Antropologia Filosófica, acentuando a inconveniência dos sistemas clássicos, declara: “Cada teoria se converte num leito de Procusto, em que os fatos empíricos são obrigados a se acomodar a um padrão preconcebido”. Como se vê, a opinião de Kardec, sobre os inconvenientes do “espírito de sistema”, é referendada por um dos maiores pensadores atuais.
Uma das coisas que se aponta, em O Livro dos Espíritos, como antifilosófico, é a forma didática e, particularmente, a forma dialogada. Devemos lembrar, porém, que o diálogo é uma forma tradicional de exposição filosófica, em que os grandes filósofos sempre foram mestres. A pedagogia é uma parte da filosofia, e a própria filosofia é também pedagógica, segundo assinala René Hubert, acentuando: “Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se? ”
De tudo o que ficou dito, conclui-se que a posição filosófica de Kardec é inegável, embora ele nunca se dissesse filósofo; que o Espiritismo possui uma filosofia, racional e livre do espírito de sistema; e, por fim, que o problema filosófico do Espiritismo é o mesmo do Cristianismo. Quando à existência de uma ética espírita, negada por ilustre opositor da doutrina, repetimos que a moral espírita é a do Cristo, como se vê em O Evangelho segundo o Espiritismo, e que a terceira parte de O Livro dos Espíritos é inteiramente dedicada ao estudo das leis morais.
Fonte: O mistério do Bem e do Mal. Edições Correio Fraterno, 1989
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, Deolindo. Expressão Filosófica do Espiritismo. Harmonia- Revista Espírita nº 64 - Fevereiro/2000.
PIRES, José Herculano. Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema. [Crônica] In O mistério do Bem e do Mal. São Bernardo do Campo, SP, Edições Correio Fraterno, 1989
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO - RLE
Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita
Finalidades deste Módulo 9
♦ Efetuar a leitura/estudo de textos sobre filosofia e filosofia espírita, indicados abaixo, objetivando conhecer noções de Filosofia Espírita.
Pré-requisito
♦ Ter realizado os módulos anteriores deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITA
♦ Ter lido com atenção e esquematizado as noções dadas acima no tópico: O Espiritismo é filosofia
Objetivos de ensino
♦ Ao concluir todas as atividades deste Módulo 9, você será capaz de:
• conhecer um perfil da Filosofia Espírita elaborada pelo filósofo espírita Herculano Pires
• conhecer noções de Filosofia e Espiritismo (O que é Filosofia; O que é Espiritismo; A tradição Filosófica)
• reconhecer o Espiritismo como filosofia, de estrutura dinâmica e aberta, formulada mediante diálogos entre os homens e os Espíritos, sem sistema dogmáticos e linguagem filosófica
• conhecer sobre a consignação do Espiritismo como uma filosofia pelo Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, de André Lalande (Instituto de França)
• conhecer argumentos de diversos autores espíritas sobre o aspecto filosófico do Espiritismo
• conhecer fundamentos da ética espírita
• conhecer aspectos da terminologia espírita (propostas de revisão, casos de polissemia)
Atividades
♦ Proceda à leitura/estudo dos textos abaixo indicados (itens Textos-base e Textos complementares), observando as instruções do tópico Leitura e Filosofia do Módulo Apresentação deste RLE.
♦ Faça um resumo da matéria, mediante notas, esquemas, mapas mentais, como preferir, a cada tópico especificado nos Objetivos de ensino (v. acima), bem como das leituras complementares que realizar.
♦ Faça resumos próprios de pontos relevantes do material lido/estudado: pense filosoficamente, destaque os pontos altos e baixos dos textos, liste perguntas a que o texto responde, critique as ideias, exponha seu modo de ver as coisas, levante questões para futuros estudos/discussões, anote pontos para pesquisar posteriormente.
♦ Consulte glossários/dicionários para verificar conceitos ou palavras desconhecidas, e as adicione ao seu glossário pessoal de filosofia
Material de estudo
♦ Tenha à mão: livros-texto, dicionários, papel, lápis e fichas de anotações e fichamento, se for adotá-las
Textos-base
♦ Livro Introdução à Filosofia Espírita conforme capítulos indicados a seguir (aqui)
Textos complementares
♦ Os textos dos Cadernos de leitura e Artigos digitais a serem trabalhados estão no tópico a seguir (aqui)
Exercícios
♦ Alguns Exercícios de verificação encerram o estudo deste módulo (aqui)
Impressão do material
♦ Recomenda-se a leitura on-line do roteiro e a impressão somente do material estritamente necessário
TEXTOS-BASE
Instrutor Guima
Abaixo vão os Textos-base deste Módulo 9 - Noções de Filosofia Espírita.
Bom trabalho!
♦ Livro Introdução à Filosofia Espírita - Herculano Pires
- Cap. I - Introdução - págs. 9 a 18
- Cap. II - Filosofia e Espiritismo - págs. 19 a 30
TEXTOS COMPLEMENTARES
Materiais a serem lidos/estudados em complemento aos Textos-base:
Caderno de Leituras Espíritas - Filosofia Espírita
Parte 1
2 - Filosofia viva e racional, sem o espírito de sistema – Herculano Pires - pág. 23 - 24
3 - A Filosofia do Espírito – Herculano Pires
- n° 1. Espiritismo e tradição filosófica - págs. 26 - 25
Parte 2
9 - O que é o Espiritismo - Herculano Pires - pág. 48 - 79
- IV - Filosofia Espírita - págs. 80 e 81
10 - A Doutrina Espírita é Filosofia – Ney Lobo - pág. 53 - 84
Parte 3
12 - O Espiritismo como Filosofia - Régis Morais - pág. 4 - 97
13 - Qual é a filosofia espírita? Humberto Schubert Coelho - pág. 28 - 121
14 - Elementos da Filosofia Espírita – Roque Jacintho - pag. 32 - 125
Caderno de Leituras Espíritas - Ciência Espírita
Parte 2
11 - Os fundamentos da ética espirita - Silvio Seno Chibeni - pag. 15
Parte 3
14 - Revisão da terminologia espírita? Silvio Seno Chibeni - pag. 13
15 - Polissemias no Espiritismo - Aécio Pereira Chagas - pág. 17
Artigos digitais
♦ O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita - Rogério Coelho - aqui
EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO
Instrutor Guima
A seguir, vêm alguns exercícios para verificar o que aqui foi lido e estudado.
São exercícios simples, para repassar brevemente os textos deste Módulo 9, destacar algum ponto ou, ainda, chamar a atenção para aspectos interessantes.
O entendimento e apreensão da matéria estão ligados à leitura compreensiva e anotada, e às questões e críticas que você mesmo formulou durante os estudos.
As respostas estão logo abaixo.
Vamos lá!
Perguntas
1. Como Herculano Pires explica o nascimento do Espiritismo?
(Introdução à Filosofia Espírita. Filosofia e espiritismo - O que é Espiritismo)
2. Ney Lobo (A Doutrina Espírita é Filosofia) diz que os Espíritos Superiores que ditaram a codificação a Allan Kardec indicaram o caráter nitidamente filosófico do Espiritismo. Cite três passagens em que isso ocorreu.
3. Régis Morais (O Espiritismo como filosofia) menciona uma frase humorada do filósofo católico Leonardo Boff. Que frase é essa?
4. Diz Roque Jacintho (Elementos da Filosofia Espírita) que o Espírito Emmanuel, por força do plano em que se situa e em decorrência de seus estágios evolutivos, desfruta de uma visão integralizada, dentro do gênio da doutrina do Cristo. Assim, quando iniciou seus trabalhos com Francisco Cândido Xavier, que propósitos trouxe Emmanuel no campo do conhecimento espiritual?
5. Silvio Seno Chibeni , no artigo Revisão da terminologia espírita?, questiona
propostas de revisão do vocabulário técnico do Espiritismo, especialmente aquelas vindas de pessoas com alguma familiaridade com disciplinas acadêmicas, que têm o vezo de usar palavras como ‘energia’, ‘paranormalidade’, ‘sensibilidade’, etc., julgando estar conferindo maior cientificidade ao Espiritismo.
Ora, diz o articulista, o mais elementar senso filosófico mostra que não é no vocabulário que assenta o caráter científico ou não de uma disciplina.
Sendo assim, segundo Chibeni, em que se assenta o caráter científico ou não de uma disciplina?
6. O mesmo Silvio Chibeni, em outro artigo (As acepções da palavra ‘Espiritismo’ e a preservação doutrinária), fala do uso da palavra Espiritismo com sentidos diferentes do definido por Allan Kardec. Lembra o autor que essa ocorrência é um processo natural das línguas, que faz surgir polissemias, isto é, quando um termo possui mais de um significado. E menciona também a preocupação de Kardec ao criar o termo Espiritismo para diferenciá-lo de espiritualismo e evitar anfibologias (duplicidade de sentido, ambiguidade).
Pois bem, como diz o autor, não se pode obrigar as pessoas a não usarem a palavra espiritismo para designar, por exemplo, o espiritualismo ou o “novo espiritualismo”, ou seitas mediunistas afro-brasileiras.
Mas qual foi, enfim, a recomendação de Chibeni para esse problema?
7. No artigo O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita, Rogério Coelho traça, em linhas gerais, a importância da Filosofia, expressando que ela tem a função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo de ligação [sic] entre as mais variegadas formas do saber e do agir.
A seguir, o que o autor fala acerca da "precípua função da Filosofia"?
Respostas
1. O Espiritismo é uma dourina sobre o mundo, dá-nos sua interpretação e nos mostra como nos devemos conduzir nele. Mas como nasceu essa doutrina, em que cabeça apareceu pela primeira vez? Dizem que foi na de Allan Kardec, mas não é verdade. O próprio Kardec nos diz o contrário. Os dados históricos nos revelam o seguinte: o Espiritismo se formou lentamente através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, hoje [o livro é de 1983] parapsicologicamente chamados de fenômenos paranormais. Os estudos científicos começaram seis anos antes de Kardec, nos Estados Unidos, com o famoso caso das irmãs Fox em Hydesville. Quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1845, já havia uma grande bibliografia espírita, com a denominação de neo-espiritualista, nos Estados Unidos e Europa. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias consequências filosóficas, morais e religiosas.
2. O Livro dos Médiuns - 13 § 2° - O Espiritismo que entende com as mais graves questões de filosofia [grifamos], com todos os ramos da ordem social, que abrange tanto o homem físico quanto o homem moral, é, em si mesmo, uma ciência, uma filosofia (...)
O Livro dos Espíritos - Conc., V, § 4° - Mesmo que nenhum fenômeno tenham testemunhado, dizem: à parte esses fenômenos há a filosofia [grifamos], que me explica o que nenhuma outra me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. A filosofia [grifamos] me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza.
O Livro dos Médiuns, 18 § 2° - O Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia [grifamos]. (A Doutrina Espírita é Filosofia, Ney Lobo)
3. Disse Leonardo Boff: Todo ponto de vista tem o ponto e tem a vista. Se se mudar o ponto, muda-se a vista. (O Espiritismo como filosofia, Régis Morais)
4. Diz Roque Jacintho que Emmanuel veio, assim, de espírito limpo. Não trouxe o propósito de organizar uma escola filosófica ou religiosa, nem pretendeu inaugurar uma sistemática inusitada e estranha ou mesmo de abordar a problemática filosófica para disseminar princípios transitórios em essência ou relacionados a uma determinada época ou evento. Revelou-se fiel ao Mestre, sem trair por um só momento a dinâmica da reconstrução de mundo novo com o Senhor Jesus e, em consequência, sem se distanciar ou conflitar com a Doutrina codificada por Allan Kardec, ditada pelo Espírito de Verdade. (Elementos da Filosofia Espírita, Roque Jacintho)
5. Para Silvio Chibeni, as palavras são meros símbolos para a expressão de conceitos; se estes não encontrarem respaldo em uma teoria científica coerente, abrangente e empiricamente adequada (isto é, adaptada aos fatos), de nada adiantará modificá-las.
Por outro lado, uma teoria científica não será substancialmente alterada pela modificação de seu vocabulário. Logo, qualquer alegação de que o Espiritismo tem de passar por uma atualização não pode limitar-se à substituição de palavras, como ingenuamente se procura fazer. Essa alegação só se poderia justificar a partir de uma análise profunda, exaustiva e meticulosa da teoria espírita e de todos os fatos de que trata, que revelasse racionalmente que ela não lhes dá explicação adequada, ou contém falhas de consistência lógica, propondo-se concretamente uma outra teoria melhor que a possa substituir.
(Revisão da terminologia espírita? Silvio Seno Chibeni)
6. Para Chibeni, a única medida eficaz que podemos tomar é a de zelar pela preservação da teoria espírita e insistir no uso original do termo ‘Espiritismo’ (e cognatos) em todas as ocasiões que se nos deparem, fazendo ver as diferenças doutrinárias existentes entre as abordagens.
(As acepções da palavra ‘Espiritismo’ e a preservação doutrinária, Seno Seno Chibeni),
7. A precípua função da Filosofia é, pois, projetar – multidirecionalmente – pelos quadrantes do saber, uma ampla rede de interrogações, interrogações essas que irão se transformar em "ganchos" onde nos firmaremos para, finalmente deciframos as incógnitas que nos afligem, isto é, desvelar a verdade consubstanciada em nossas próprias e independentes elucubrações. (O Aspecto Filosófico da Doutrina Espírita, Rogério Coelho)
CAIXA DE FERRAMENTAS
Cadernos de leituras espíritas
FILOSOFIA
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui
CIÊNCIA
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui
CIÊNCIA
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui
Materiais doutrinários espíritas
- Introdução à Filosofia Espírita - Herculano Pires - aqui
- Os filósofos - Herculano Pires - aqui
- EADE 5 - Filosofia e Ciências Espíritas - FEB - aqui
- Curso de Introdução à Filosofia Espírita - Sérgio B. Gregório - aqui
- Apostila Espiritismo e Ciência - Alexandre F. da Fonseca - aqui
- Fundamentação da Ciência Espírita - C. F. Loeffler - aqui
Materiais de filosofia
- Dicionário de Filosofia - aqui
- Dicionário de Filosofia (Só Filosofia) - aqui
- Glossário de Filosofia - aqui
- Educação UOL - aqui
- Só Filosofia - aqui
- Superinteressante - aqui
E-books didáticos e de divulgação
- Filosofia (Ensino Médio) - SEED - PR - aqui
- Antologia de Textos Filosóficos - SEED - PR - aqui
- Metodologia Científica - Maria C. P. Bastos - Daniela V. Ferreira - aqui
- Metodologia do Trabalho Científico - Cleber Cristiano Prodanov - Ernani Cesar de Freitas - Feevale - aqui
Dicionários e outros
- Dicionário Michaelis on-line - aqui
- Dicionário analógico AULETE - aqui
- Conjugador verbal - aqui
- Vocabulário Ortográfico ABL - aqui
- Palavras compostas - aqui
CITAÇÕES E TRANSCRIÇÕES
As citações e/ou transcrições de passagens de textos, com a devida identificação de autor/editor, foram feitas para fins de estudo da Filosofia Espírita, e cada uma delas está vinculada a um exercício, ou a um teste, ou a uma análise de texto, ou a uma reflexão doutrinária, histórica ou filosófica do Espiritismo. (LDA - 9.610/1998 art. 46, III)
ÍNDICE DO RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
No Módulo - Apresentação, você tem todos os módulos deste treinamento, com os respectivos links.
- Clique aqui
Materiais e métodos
Apresentação do curso
1 - Metodologia de ensino-aprendizagem
2 - Textos para estudo
Módulos de leitura/estudo
3 - Introdução à Filosofia
4 - O Espiritismo na história da Filosofia
5 - Noções de Teoria do Conhecimento
6 - Noções de Metodologia Científica
7 - Noções de Filosofia das Ciências
8 - Noções de Ciência Espírita
9 - Noções de Filosofia Espírita - esta página
10 - Espiritismo e outras ciências
11 - Tríplice Aspecto do Espiritismo
12 - Programa de Filosofia Espírita
Apresentação do curso
1 - Metodologia de ensino-aprendizagem
2 - Textos para estudo
Módulos de leitura/estudo
3 - Introdução à Filosofia
4 - O Espiritismo na história da Filosofia
5 - Noções de Teoria do Conhecimento
6 - Noções de Metodologia Científica
7 - Noções de Filosofia das Ciências
8 - Noções de Ciência Espírita
9 - Noções de Filosofia Espírita - esta página
10 - Espiritismo e outras ciências
11 - Tríplice Aspecto do Espiritismo
12 - Programa de Filosofia Espírita