O FRUTO DO ESPÍRITO
 

Todo aquele que é nascido de novo em Cristo, é filho de Deus e guiado pelo Espírito Santo, conforme o testemunho das Escrituras. Dessa forma, nós cremos que o Espírito Santo é Deus, é uma "pessoa" que escolheu habitar dentro dos crentes após a conversão destes, e não uma força ou energia impessoal estranha ao ensino bíblico", como creem erradamente, as testemunhas de Jeová.

 

Como pessoa, o Espírito tem "inteligência" (Jo 16.13); "vontade" (1 Co 12.11); emotividade, sentimento, sensibilidade (Ef 4.30; Rm 15.30); "fala" com os seus (At 8.29); proíbe (At 16.6); estabelece, nomeia, constitui (At 20.28); e "intercede" pelos seus (Rm 8.27).

 

O resultado da presença do Espírito Santo no crente é também chamado de o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). A manifestação externa desse fruto é a evidência maior de que o crente tem o Espírito Santo. "Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós"? (1Co 3.16).

 

Em Gálatas 5, Paulo faz um nítido contraste entre “carne” e “Espírito”. Nessa passagem podemos notar que a carne não dá fruto no singular, mas produz obras no "plural". E que obras terríveis! Nunca haverá harmonia entre carne e Espírito, pelo contrário, sempre haverá conflitos entre eles, pois são opostos entre si. R. E. Howard disse: “Uma obra é algo que o homem produz por si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo”.

 

O cristão só pode vencer esse conflito com a presença do Espírito. “O que semeia para a carne, disse o apóstolo Paulo, colhe corrupção e morte; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. (Gl 5.8).

 

O fruto, que resulta do fato do crente ter o Espírito Santo, está explicado em (Gl 5.22,23): Mas, o "fruto" do Espírito é... Algo muito importante precisa ser destacado aqui nesse texto! Note que Paulo não diz “frutos”, (no plural) mas, “fruto”, (no singular). Além de estar no singular, vem precedido do artigo definido , ἡ, τό, ho, hê, to, conforme o texto original grego do NT

 

O substantivo grego καρπός karpos, “fruto” indica a fonte ou a causa do fruto. Por definição o fruto resulta de duas correntes de vida – o Espírito como (Autor), trabalhando, agindo no crente – (o receptor) para produzir essas virtudes espirituais em cada crente individualmente. 

 

MAS, O "FRUTO" DO ESPÍRITO É: 
 

Amor
 

Do grego ἀγάπη agápe, "amor, benevolência, boa vontade, estima". Agápe, "amor" inclui tanto o amor a Deus, como o amor ao próximo, especialmente amor entre os cristãos que é ordenado por Deus nas Escrituras e motivado pelo cristianismo, seja amor visto como na alma “internamente falando” ou como expresso “externamente em obras” (Mt 24.12; 1Co 13.1-4,8; 14.1 2Co 2.4; Gl 5.6; Fm 5,7; 1Tm 1.5; Hb 6.10; 10.24; Jo 13.35; 1Jo 4.7; Ap 2.4,19). O amor como fruto do Espírito no cristão, o torna capaz de sofrer, suportar e vencer os insultos, as injúrias, as humilhações, as decepções, as calúnias, as difamações sem que tenhamos a vontade de buscar outra coisa senão o bem dessa pessoa. Não desejamos o mal para aqueles que desejam o pior para nós e, mesmo que sejamos odiados buscamos o melhor para eles. Esse amor é um sentimento tanto da mente que, corresponde as nossas vontades; como do coração que, exprime nossos sentimentos "atitudes". Contudo, devemos admitir que essas coisas só podem ser realizadas com a ação do Espírito no crente. Não há nenhum mérito humano nisso porque nada senão o mal procede do homem. Ninguém pode ter o fruto do Espírito a parte, ou fora do Espírito.

Alegria

 

Do grego χαρά, chará, "fonte de alegria, graça concedida - regozijo". Não é alegria que provém de coisas terrenas, ou conquistas temporãs, mas, a alegria cujo fundamento real é Deus. Alegria concedida pelo Espírito Santo, quando de bom grado recebemos a Palavra de Deus em nossos corações (1Ts 1.6). Alegria que será completamente perfeita quando adentrarmos no Reino de Deus (Rm 14.17). Alegria que Paulo sentia pela salvação dos irmãos da igreja em Tessalônica (1Ts 2.19). Independente das aflições, lutas e perseguições, o crente cheio do Espírito, que tem sua vida controlada pelo Espírito, vive em constante estado de júbilo, felicidade, alegria. Nosso maior motivo de alegria é Jesus e a salvação que Ele operou em nós. "Alegrai-vos" sempre no Senhor; novamente vos digo "alegrai-vos"! (Fp 4.4). Portanto, que o Deus da esperança vos abençoe "plenamente com toda a alegria"... (Rm 15.13).

Paz

 

Do grego εἰρήνη eiréne, "paz de espírito". Na cultura judaica nos dias de Jesus, era comum invocar a paz não somente no sentido espiritual, mas também da saúde física, desejando "o bem-estar" de um indivíduo. O Reverendo Hernandes Dias Lopes, fala que εἰρήνη eiréne, "paz" era usada para descrever a tranquilidade e a serenidade que goza um país sob um governo justo. Paulo explica que a paz que vem de Deus, ao cristão ultrapassa todo entendimento, guardando assim o nosso coração e os nossos pensamentos em Cristo Jesus (Fp 4.7). É por meio da paz operada em nós pelo Espírito Santo que o crente é capaz de viver em paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo – especialmente com todos os irmãos! O crente que tem sua vida controlada pelo Espírito Santo, vive num estado de tranquilidade; longe da raiva, do ódio, da raiz de amargura. Todavia, “paz” não significa “tranquilidade”, no sentido de “estar livre de problemas” ou “não se preocupar com nada”. Pelo contrário, a verdadeira paz opera no crente um estado de tranquilidade no sentido de controlar a ansiedade e perturbação interior que nos atinge pelas muitas aflições da vida. O homem natural, carnal, por si só, é incapaz de obter essa paz que o Espírito Santo opera no crente (Rm 3.16-18). A paz operada pelo Espírito no crente o torna capaz de promover "semear" a paz aos perdidos (Tg 3.18). Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e "paz” (Rm 15.13).

Longanimidade

 

Do grego μακροθυμία makrothymia, "um estado de calma emocional diante das provocações ou situações adversas, caracterizado pela ausência de reclamações ou irritação". Demonstrar “paciência” apesar das dificuldades, ser paciente, esperar com paciência (Hb 6.15; Mt 18.26). Longanimidade também pode ser chamada de “paciência” no sentido de resistência, constância, firmeza, perseverança; especialmente como mostrado em suportar problemas e males (Cl 1.11; 2Tm 3.10; Hb 6.12; Tg 5.10). Longanimidade é o "autocontrole" que não retalia, que não se vinga apressadamente um erro do próximo contra nós mesmos. Deus age assim com os remidos, Ele não tem pressa em punir os nossos erros, delitos e pecados, pelo contrário, o Senhor é longânimo para conosco (Rm 2.3,4). Até com os ímpios Deus é longânimo! “Mas, o que temos a dizer se Deus suportou com muita longanimidade "os vasos de ira", preparados para a destruição, porque desejava manifestar a sua ira e tornar conhecido seu poder (Rm 9.22). Se Deus não fosse longânimo já teria destruído o mundo há muito tempo. Longanimidade descreve o homem que, tendo condições de vingar-se, não o faz porque a vingança é do Senhor (Rm 12.17,19).
 
Benignidade

 

Do grego χρηστότης crestótes, "bondade, benignidade, retidão, gentileza, integridade moral". Refere-se a satisfazer necessidades reais, à maneira de Deus, em Seu tempo. É a bondade produzida pelo Espírito que atende à necessidade e evita a dureza humana, a "crueldade". O cristão deve agir com bondade, e sempre conceder algo benéfico a outra pessoa. “O amor é paciente e bondoso” (1Co 13.4). O Jugo de Jesus é χρηστότης crestotês, benigno, ou seja – amável, bondoso (Mt 11.30). Assim como povo escolhido de Deus, santo e amado, revesti-vos de um coração pleno de compaixão, "bondade", humildade, mansidão e paciência. (Cl 3.12).

Bondade

 

Do grego ἀγαθωσύνη agathosyne, "bondade intríseca, especialmente como uma qualidade pessoal, com ênfase no lado gentil". Ocorre apenas quatro vezes no NT, e aparentemente é estritamente um termo bíblico. É a retidão do coração (2Ts 1.11; Gl 5.22; Rm 15.14; Ef 5.9). Essa bondade operada em nós pelo Espírito Santo, refere-se à bondade ativa como um princípio estimulador. Diferente da χρηστότης crestótes, “benignidade” que só pode ajudar; a ἀγαθωσύνη agathosyne, bondade” pode "reprovar, corrigir e disciplinar". Por exemplo, Jesus mesmo quando precisou ficar bravo "irado", Ele mostrou ἀγαθωσύνη agathosyne, “bondade”. Vemos isso no registro dos evangelhos quando Jesus purificou o templo. Trench diz que o mesmo Jesus que expulsou os que transformaram a casa do Pai em um mercado; manifestou “benignidade” quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungiu os pés. Portanto, seguindo o exemplo do Senhor Jesus, o crente por sua vez, necessita de uma benignidade que seja amável; e, ao mesmo tempo de uma bondade que seja enérgica.

Fidelidade

 

Do grego πίστις pistis, "fé, lealdade". Descreve a pessoa que é digna de confiança. É a fidelidade que reflete no caráter de alguém em que se pode confiar (Fm 5; Tt 2.9,10). É um presente de Deus aos crentes, e não algo que possa ser produzido pelas pessoas porque a "fidelidade" dos ímpios é transitória "passageira".

Mansidão

 

Do grego πρᾳΰτης prautes. No NT, essa palavra possui dois significados principais: "submisso a vontade de Deus" (Mt 5.5; 11.29; 21.5), e “dócil submissão” no sentido daquele que tem humildade para aprender (Tg 1.21). Aristóteles definiu πρᾳΰτης prautes, "mansidão" como o termo médio entre a ira excessiva e a mansidão excessiva; como a qualidade do homem que está sempre irado, mas, só no momento certo. O que lança mais luz no significado da palavra mansidão é que o adjetivo grego πραΰς praus, aplica-se a um animal domesticado e criado sob controle; o termo fala do domínio próprio que só Cristo pode dar. No crente a mansidão é uma "virtude equilibrada" que só pode ser operada nele pelo Espírito Santo que o capacita a agir sempre com submissão a vontade de Deus.

Domínio próprio

 

Do grego ἐγκράτεια enkrateia, "autodomínio, autocontrole, domínio dos próprios desejos e apetites". O crente submisso a vontade de Deus é controlado pela ação do Espírito Santo a fim de que possa ter domínio sobre seus desejos e paixões, especialmente seus apetites sensuais (1Co 7.9). Na prática da vida cristã, seria o mesmo que “dizer não para próprio corpo”, mas isso só é possível ao crente que está cheio do Espírito. É a virtude que torna o homem capaz de negar seus próprios interesses para servir os outros. Pastores e Presbíteros são advertidos a serem dedicados a Deus como pessoas que tem autocontrole de suas ações pessoais (Tt 1.7,8). Contra essas virtudes, “não há lei”.

 

JESUS FAZ A DIFERENÇA.

Pastor Jose Junior
Enviado por Pastor Jose Junior em 09/01/2020
Reeditado em 08/08/2023
Código do texto: T6837790
Classificação de conteúdo: seguro