Te convido a um breve momento antes da leitura do texto, pare por alguns segundos, pense no pior pecador que você conhece, a medida que essa pessoa vem em sua mente te convido a pedir que o Senhor a perdoe, que a misericórdia de Deus venha sobre essa ela. Agora me responda, o seu impulso foi de orar por si mesmo ou por outra pessoa?

O primeiro a pedir perdão é o primeiro a se beneficiar da misericórdia. Porém, a prática não condiz com a obviedade da frase. Ao que parece, a pressa em condenar o outro é maior que a necessidade da misericórdia do Senhor. Os nossos impulsos dizem muito sobre quem realmente somos, tomados pela impulsividade respondemos com aquilo que está no nosso coração, mostramos os vícios do nosso coração. Se o nosso impulso ao pensar no pior pecador que conhecemos é o de procurar alguém, é que nosso coração “viciou” em procurar o pecado do outro. Se o nosso impulso é o de responder a ofensa com ofensa, o ódio com ódio, o desamor com desinteresse, então nosso coração se acostumou a não sentir como Jesus sente. Talvez, os nossos impulsos nos assustem, mas revelam o regime ao qual temos submetido o nosso coração. É o coração que obedece a Cristo ou nossa própria consciência, pecaminosa e rebelde?

Paulo ao escrever a Timóteo diz: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro dos pecadores”. Paulo já era seguidor de Jesus a alguns anos, ele não disse que ele foi o primeiro dos pecadores, ele disse que era. Certamente ele faria uma oração por si mesmo. Talvez essa ideia até possa nos entristecer, mas não se deixe levar pelos sentimentos, Paulo também disse: “Mas alcancei de misericórdia, para que em mim, o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse a sua paciência, fazendo de mim um exemplo para todos que crerão nele, em vista da vida eterna.” É esse o vício que deve existir no nosso coração, Paulo teve a vida transformada por Cristo, um coração que tinha se acostumado em condenar e matar é transformado num coração que se reconhece pecador, que reconhece que por maior desprezo que alguém tenha por sua vida, que sirva de referência para o tamanho da misericórdia do Senhor. Ousaria dizer que quando olho para o tipo de pessoa que sou e para a necessidade da misericórdia que tenho – se chegar ao céu – direi por lá: “estou aqui, o céu é para qualquer um”.

O nosso coração – condicionado a ter sentimentos ruins, envolvido em pedra, em desejos, ambições, ódios e apontamentos – precisa ser, numa linguagem moderna, formatado; numa linguagem bíblica, transformado em carne pelo poder do Espírito Santo, para que condicionado a ser como o de Cristo, possibilite que eu tenha pressa de misericórdia, não de julgamento. Que possamos ter pressa de receber misericórdia, não de sermos juízes, de sermos como Deus. Como foi dito: o primeiro a pedir perdão é o primeiro a receber misericórdia. Só peço que não confunda as coisas, julgamento, condenação: “Não julgueis para não ser julgado”, não distorça as palavras do Senhor, nós pecadores “modernos” não gostamos de ter nossas pecados confrontados, usamos o escudo do não julgueis, quando esse escudo é frágil demais por esquecermos que o Senhor fala do julgamento hipócrita, mas isso daria um outro texto, e por agora me concentro a condicionar o meu coração a ser como o de Paulo, como o de Cristo, de todos os pecadores desse mundo, o primeiro sou eu, que a misericórdia venha sobre mim.
GAFerreira
Enviado por GAFerreira em 07/01/2020
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