Entendendo o amor para amarmos de verdade.
O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade, por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco. A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e caridade. (2Jo 1:1-3). Aqui João disserta sobre a verdade guiada pelo amor. Mas qual tipo de amor?
A verdade cristã nos ensina como devemos amar. Lembremos sempre que (αγαπη ágape) é a palavra cristã para amor cristão. Ágape difere em muito dos outros tipos de amores, ele é diferente de (έρως Eros) pois não é a paixão com suas flutuações e seus estalos duma ebulição hormonal, que um dia poderá se tornar pragma. Ágape não é (φιλια philia) o amor da amizade e de irmão. Ágape não é (Storge στοργη), o amor de família entre pais e filhos. Porque ele independe do sentimentalismo ingênuo; não é algo fácil de adquirir nem de exercitar.
Porque ágape é uma indomável boa vontade; é uma atitude que, apesar do que outros nos façam, seja bem ou mal, jamais nos deixaremos levar pela danosa amargura e sempre procuraremos o melhor para os outros. Existe um amor que busca possuir; há um amor que suaviza e apazigua; há um amor que dissuade o ser humano de suas lutas; há um amor que fecha os olhos aos fracassos, às fraquezas e aos erros que danificam.
Mas o amor (ágape) é aquele que sempre busca o melhor para os outros, e que aceita todas as dificuldades, todos os problemas, e todos os esforços e sacrifícios que implica essa busca e que propicie o bem-estar de todas as vidas. A verdade cristã nos mostra porque devemos praticar o amor. Em sua primeira Carta, João assinala claramente o doce dever. Falou do sofredor, sacrificial e incrivelmente generoso amor de Deus; e depois nos diz: “Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1 João 4:11).
Ou seja, o Cristão deve amar pela viva gratidão de ter sido amado primeiro. O Cristão não pode seguir o amor de Deus sem mostrar amor àqueles que Deus também ama. O amor divino põe sobre nós a iniludível obrigação do amor humano. Porque Deus nos ama devemos amar a outros com o mesmo amor, que se mostra no caro perdão, na doce misericórdia, e na viva capacidade de fazer aos outros aquilo que queremos que eles nos façam, num gracioso servir em generosidade.
Cabe a cada um buscar o praticar deste gracioso amor, pois fazendo isso o mundo será um lugar melhor, e o reino de Deus se mostrará a todos. Que o amor de Cristo Jesus seja a verdade que árbitra em nossos corações.
(Molivars)