PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,5-25)(19/12/19)
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Caríssimos, no mais das vezes rezamos confiando em nós mesmos ou não levando em conta a nossa própria oração; e mesmo quando somos atendidos, ficamos como Zacarias, que mesmo estando diante do Anjo do Senhor e ouvindo dele a confirmação do atendimento de sua oração, ainda assim duvidou porque olhou tão somente para a sua miséria e não para a graça de Deus que lhe tirava dela.
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Irmãos e irmãs, a oração é o encontro da nossa miséria com a solução dela que vem do Senhor; por isso, é diálogo, é silêncio, é escuta da resposta por mais simples que seja. Muitos rezam, mas poucos se encontram realmente com o Senhor em sua oração; talvez porque pensam que Ele não os escuta; quando na verdade, somos nós que não paramos, não lhe damos tempo, não fazemos silêncio para o escutar.
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Sei lá quantos já se perderam na vida por confiaram em si mesmos e não no Senhor que está sempre pronto para nos ajudar. Meditemos, então, nesta belíssima oração do salmo 26 para aprendermos com o salmista como devemos rezar: "Escutai, Senhor, a voz de minha oração, tende piedade de mim e ouvi-me. Fala-vos meu coração, minha face vos busca; a vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim vosso semblante, não afasteis com ira o vosso servo. Vós sois o meu amparo, não me rejeiteis. Nem me abandoneis, ó Deus, meu Salvador."
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Com efeito, na liturgia de hoje, percebemos que Deus age no inusitado da esterilidade de Ana e Isabel, na velhice de Manué e Zacarias, e desse modo eles cooperaram com o grande mistério da nossa salvação; mas, tudo isso, porque confiaram e se entregaram ao Senhor mesmo em meio às impossibilidades que os detinham.
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Caríssimos, quando nos entregamos à Deus, nosso Pai, para realizarmos a sua vontade, Ele age em nosso viver, mesmo que estejamos impossibilitados pelo inusitado de nossa contingência; pois assim o faz para dar continuidade ao seu plano de amor em favor da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.