O SIGNIFICADO DE PEDRO, TIAGO E JOÃO
Lucas 8.49-56
A RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO
Certo dia um homem chamado Jairo, dirigente da sinagoga, Foi até onde Jesus estava e se ajoelhando perante ele, disse que a sua filha de 12 anos estava a beira da morte. Pediu ele então que Jesus fosse em sua casa e impusesse as mãos sobre a menina e ela ficaria sã. Enquanto conversavam vieram algumas pessoas e relataram que a menina havia morrido.
Algumas vezes situações de morte podem ocorrer em nossas vidas. O quê morreu em sua vida? Pode ser que o casamento de alguém esteja morrendo, ou o trabalho, ou as finanças. Mas por quê Jesus permite que a morte venha, se fomos até ele, e oramos, nos ajoelhamos e pedimos a ele e conseguimos com que Jesus se movesse em nossa direção e até mesmo que entrasse em nossas casas e em nossas vidas? Por quê a morte ainda ocorreu? Por quê vivemos situações de morte? Por quê ainda há movimentos de morte?
Uma explicação é que Deus permite que nossos recursos se acabem, nossos métodos se findem, nossa maneira não funcione. Um exemplo disso é a ressurreição de Lázaro. Os judeus à época tinham a idéia que até três dias o espírito do morto ficava pairando próximo ao corpo. Jesus foi então no quarto dia ressuscitar o amigo. Quando toda possibilidade, todo método, todo questionamento falhou, ai Jesus foi. Deus permite que testemos todos os nossos métodos de ressuscitação para comprovar que quando Ele operar ninguém tenha duvidas que foi Deus.
Deus permitiu Jeremias no fundo do poço, para poder tirá-lo dali. Deus permite o nosso fundo do poço, para quando ele fazer não haja duvidas que foi ele.
Chegando à casa de Jairo, haviam muitas pessoas dentro de casa e fora de casa, ao redor dela. Jesus para testar e separar o joio do trigo, disse uma palavra, que na mentalidade espiritual de Jesus estava correta: A menina não está morta, mas dorme. Perante Deus a morte não é nada. Jesus falou o que viu no Reino de Deus: A vida. Perante Deus ó que é a morte? Nada.
Essa fala de Jesus separou os que criam dos que não criam. Muitos começaram a rir e a zombar de Jesus. Ele mandou entrar no quarto da menina apenas o pai, a mãe da menina, Pedro, Tiago e João. Pegando na mão da menina Jesus falou para ela se levantar e acordar. O que aconteceu. Menina, levanta, foi o que Jesus disse e ela acordou da morte e se levantou.
A menina se levantou com fome. Jesus deu ordens para dar-lhe de comer. São muitas as fomes das pessoas. Elas sentem fome de justiça, sentem fome de carinho, sentem fome de amor, sentem fome de uma vida melhor, sentem desejo de vida mais pacata, de viajar, de serem compreendidos. O alimento que Jesus indicou é a palavra. O mundo está morrendo e todos precisamos da palavra de Deus para ressuscitar e viver uma vida plena. Dê de comer aos mortos, aos que estão morrendo é uma ordem que o nosso Pastor da Igreja, aquele que é A cabeça da Igreja, o dono dela, o fundador dela mandou a nós fazermos. Nesses tempos de governos tão ruins, no mundo todo, precisamos mais do que nunca da palavra que alimenta, que fala conosco, que nos levanta, nos da fé.
A Bíblia é um livro peculiar, onde entendemos que quanto mais lemos e estudamos, vamos compreender os níveis, as camadas que ela tem. Uma pergunta que muitas pessoas fazem é por quê Jesus levava Pedro, Tiago e João para alguns eventos? Numa primeira resposta é porque eles eram os mais velhos, os outros eram novos convertidos. A outra explicação é mais elaborada e mais teológica.
O SIGINIFICADO BIBLICO DE PEDRO, TIAGO E JOÃO
Pedro, Tiago e João aparecem juntos em três passagens: Na transfiguração, na ressurreição da filha de Jairo e no Getsêmani.
Com o tempo, as muitas leituras da Bíblia vão nos mostrando que todos os personagens e situações, em mais de um sentido na Bíblia. Tudo tem níveis, camadas espirituais. Por exemplo: Como interpretamos Jesus, nos Evangelhos, segundo as cartas de Paulo? Nós entendemos lendo Paulo que Jesus é o homem inteiro, completo, na presença do Espírito Santo. Jesus é o crente cheio do Espírito, como devemos ser. Ele nos ensinou a orar, a interpretar a Bíblia, a crer em Deus e pôr em prática isso: “Vão de dois em dois”.
PEDRO - Dentre tantos feitos de Pedro nos Evangelhos, lendo suas cartas, ainda assim alguns fatos se sobressaem a outros e há um fato que define Pedro. Podemos resumir Pedro nesse fato: o amor. Pedro negou Jesus três vezes. Quando Jesus ressuscitou ele perguntou a Pedro três vezes se ele o amava.
Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, eu te amo, disse Pedro. Pedro, tu me amas? Perguntou Jesus pela segunda vez e pela segunda vez Pedro disse que o amava. Então Jesus perguntou pela terceira vez: Pedro, tu me amas? Ai Pedro recordou que tinha negado a Jesus três vezes e muito entristecido disse que sim, que o amava. Jesus fez a mesma pergunta três vezes porque o estava restaurando.
TIAGO – O livro de Hebreus nos fala da fé. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11:1) Mas Tiago dá um passo além e mostra a fé num outro nível. “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tiago 2:17) Assim como Pedro representa o amor, Tiago representa a fé.
JOÃO – Os Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas foram escritos pela tradição oral e por pesquisa. O Evangelho de João por outro lado foi inteiramente revelado. Então temos: Pedro, o amor; Tiago, a fé e João a revelação, o espiritual.
TRANSFIGURAÇÃO – Houveram apenas três momentos em que Pedro, Tiago e João foram chamados juntos por Jesus. Na passagem chamada de Transfiguração de Jesus (Mateus 17), apareceram para conversarem com Jesus Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas. Estarem ali, Pedro, Tiago e João, significa que estavam o amor, a fé e a revelação. A Transfiguração foi o momento em que literalmente A Lei e os Profetas se encontraram com o Novo Testamento. Ali houve o encontro do Antigo Testamento com o amor, a fé e a revelação do Novo Testamento. O Antigo Testamento encontrou com o Novo Testamento na Transfiguração de Jesus.
JAIRO – Na passagem de Jairo, Jesus chamou para ajudá-lo a fazer o milagre, o amor, a fé e a revelação. Não dá para fazer a obra de Deus sem amor. Precisamos amar as pessoas, pois sem amor o nosso Evangelho é duro, seco, sem vida, sem compreender a motivação que é ajudar o próximo. Precisamos de fé para ressuscitar o que morreu em nossas vidas. E precisamos da revelação de Deus, do espiritual, para que possamos fazer a obra. Nem tudo o que existe no nosso mundo é material. Ao se referir ao dinheiro certa vez, Jesus chamou o dinheiro de Mamom, um demônio. Daí aprendemos que não basta fazermos correto com nossa vida financeira, pois ela depende de situações espirituais para acontecer. Existem influências malignas por detrás das situações, onde precisamos buscar o espiritual de Deus para vencermos. Existem princípios de prosperidade que precisamos compreender.
Não dá para ressuscitar o que morreu em nossas vidas, sem amor. Não dá para ressuscitar um casamento que está morrendo, sem amor, não dá para ressuscitar filhos que estão indo embora, brigando com eles, não dá para ressuscitar o morto, seja ele quem for ou o quê for, sem amor. Não conseguimos ressuscitar a nossa menina, sem fé em Deus. Precisamos acreditar que Deus está no controle, senão a gente não anda, não caminha, não prossegue. A obra de Deus também não se faz sem cotarmos com o espiritual de Deus. Metade do que fazemos é material, mas o restante é espiritual. Precisamos compreender que se algo morreu, é porque existem forças eu nós não sabemos quais são que estão operando para a morte. Sem a revelação, não dá para prosseguir. Andar sem revelação é andar na matéria, na carne, na nossa força.
GETSÊMANI – O jardim do Getsêmani ficou conhecido quando Jesus na noite em que foi traído chamou Pedro, Tiago e João para orarem com ele, para ajudá-lo num momento de tristeza, de provação, de depressão, onde o próprio Jesus pediu a Deus, que se fosse possível Deus passasse aquele cálice e ele não o bebesse. Mas não era possível, Jesus tinha que passar tudo o que passou: a traição, a prisão, a morte, e a ressurreição.
Mas naquele momento de extrema dor, extrema angustia, naquele momento de muita agonia e sofrimento, Jesus chamou Pedro, o amor, Tiago, a fé, e João, a revelação.
Existem provações que são quase impossíveis de passarmos. Nesses momentos podemos fazer como o Mestre e chamarmos pelo amor, pela fé e pela revelação.
Naquele momento crucial da existência de Jesus, ele precisava lembrar do amor do Pai para com ele. Assim como nós, nos nossos momentos precisamos lembrar que o Pai nos ama e que nós somos projeto Dele e que Deus investiu muito em nós, para nos largar agora. O investimento é muito caro. Estamos sendo trabalhados para Deus antes de nascermos. Acredito que Deus mudou algumas coisas nas nossas famílias, em todas as famílias, para que chegássemos aqui. Eu tive a minha vó materna que orou por mim até eu fazer 24 anos, quando ela faleceu. A minha avó nunca me viu na Igreja. Quatro anos depois dela falecer eu aceitei a Jesus e aqui estou, fazendo no dia 11 de dezembro de 2019, 29 anos de batismo nas águas.
No Jardim da Aflição Jesus precisava lembrar que o Pai o amava apaixonadamente. E assim é conosco. Deus está apaixonado por nós. Ele quer nos abraçar, beijar a nossa face e falar conosco e viver conosco para sempre, pela eternidade. Nos momentos de extrema dor, lembra que Deus nos ama tanto que deu o seu Filho, para morrer no nosso lugar, para que tenhamos vida Nele.
No Jardim Jesus precisava de Tiago. Jesus precisava lembrar das promessas. Ele precisava ter fé e crer até naquele momento que existiam promessas sobre sua vida que iriam ainda se cumprir. Jesus precisava lembrar, assim como nós, que não somos o que estamos vivendo, mas somos o que Deus diz que somos. Jesus não era a aflição, a dor, a angustia daquele momento, assim como voe não é. Não somos o que o mundo quer dizer que somos. Nós somos o que Deus diz de nós. Temos promessas de Deus pairando sobre nossas cabeças. Nós somos a Igreja de Cristo.
E por fim, nós precisamos muito da revelação de Deus. Nem tudo resolvemos com a nossa força. Eu diria até que resolvemos muito pouco com a nossa força. Não é à toa que o Espírito Santo é chamado por Paulo em Efésios 1 de Espírito de Revelação. Revelação é Deus nos falar aquilo eu não sabemos e precisamos saber para vencer. Precisamos dessa revelação que vai falar o que precisamos sabe. No momento de dor que Jesus estava vivendo ele precisava que o Espírito revelasse qual era o próximo nível, já que chegamos até aqui. E assim é conosco: Qual é o próximo nível Senhor, já que estamos aqui?
E ai está. Sem amor, sem fé e sem revelação fica mais difícil fazer a obra. Amor, fé e revelação são o resumo do que é o Novo Testamento. E o Novo Testamento deve ter, principalmente, par ser feito: amor, fé e revelação. Amor ao próximo, conforme ensinado por Jesus, fé em Deus a revelação do Espírito.
O que é amor? Amor é querer tanto o bem do outro, mais do eu o seu. O que é fé? É acreditar em Quem falou. O que é revelação? Revelação é Deus nos falar aquilo que não sabemos e precisamos saber, para termos a vitória.
Amém.
Fique na paz.
Mensagem pregada no Ministério Nação Santa, no dia 08/12/2019