Quando nos autoconhecemos, amamos mais e julgamos menos.
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! (Mat 23:27). Este versículo faz parte do sermão final onde Jesus admoesta os ortodoxos da época.
Ele o faz tendo em mente a imagem comum das cercanias. Sabemos que qualquer pessoa que entrasse em contato com uma tumba automaticamente se convertia em impuro, e não poderia participar da festividade da pascoa. Então para que um viajante desatento não viesse a tocar em um sepulcro eles os branqueavam durante todo o mês de Adar.
Portanto, ao viajar pelos caminhos da Palestina nos dias de sol da primavera esses sepulcros brilhavam com a luz do Sol e até pareciam belos, mas por dentro estavam cheios de ossos e corpos em estado de putrefação. Segundo Jesus, isso era exatamente o que acontecia com os fariseus e os escribas. Suas atitudes externas correspondiam a homens intensamente religiosos, mas seus corações estavam sujos e podres, cheirando a morte e ao desamor.
Isso pode acontecer ainda hoje conosco, Shakespeare disse: O homem pode sorrir e ser um criminoso. Qualquer um pode caminhar de cabeça baixa, passos respeitosos, as mãos entrelaçadas em uma posição muito humilde, mas ao mesmo tempo pode sentir um frio desprezo por àqueles que considera inferior ou pecador.
A nossa própria humildade pode ser a pose do orgulho; e enquanto caminhamos com humildade podemos pensar com prazer na imagem de piedade que apresentamos perante aqueles que nos observa. Devemos observar cada ato para vermos se este se faz bom somente por ser bom, pois o ato bom perde a sua essência quando se é feito para saciar o nosso ego. Desaparecendo sua bondade, embora aqueles que o veem de fora pensem o contrário.
O professor André Berthiaume disse: Todos nós usamos mascaras e chega uma hora em que não podemos tira-las sem arrancar a nossa propria pele. Mas quando observamos a vida vemos que muitos de nós se tivessem que tirar as máscaras teriam que arrancar a alma. Cabe a cada um de nós se autoanalisar para que se mostre os seus atos sem máscaras.
Aqui começamos a entender o que Jesus disse: Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mat 16:26). Então mesmo que custe os aplausos, as bajulações e a efêmera fama, andemos sem máscaras usando apenas a brilhosa vestidura do amor. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).