O amor é luz viva para a vida o ódio é a escuridão e morte. (Parte final– A ação do amor e do ódio sobre nós).
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos (1Jo 2:9-11). Aqui mais uma vez João retorna à dualidade, entre a escuridão do ódio e a luz do amor ao próximo.
Chegamos a terceira e última parte de nosso estudo, aqui trataremos da ação do amor e do ódio sobre nós. João segue com seu raciocínio sobre o amor e o ódio na vida humana. Segundo ele, nossa atitude para com o próximo age não somente sobre ele, mas também sobre nós mesmos.
Ele diz: Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço (1Jo 2:10). A palavra do grego traduzida para tropeço é (σκανδαλον skandalon), que entre seus significados tem o de: Armadilha, cilada, ou seja, aquele que ama o próximo jamais nutrirá dentro de si sentimentos que não coadunam com o amor. Porque o egoísmo nos leva a tramar armadilhas, onde a desconfiança e a ganancia disfarçadas de estratégias, nos fará tropeçar e sair do caminho do amor.
Pois o amor é a única coisa que nos capacita a progredir na vida espiritual, e o ódio é a única coisa que faz impossível o progresso. Quando pensamos bem, é óbvio que praticaremos o bem. Se Deus é amor, e se o novo mandamento de Cristo é amar, então o amor é a única coisa que nos aproxima do próximo e de Deus, e o ódio a única coisa que causa a separação de ambos.
Sendo assim o ódio impede o nosso crescimento espiritual, porque se interpõe entre o nosso relacionamento entre Deus e o próximo. Devemos sempre lembrar que quem tem ódio, amargura, ressentimento, que não está disposto a perdoar, não pode crescer na vida espiritual. E começa a morrer de dentro para fora, tornando-se verdadeiros zumbis, ou seja, sepulcros caiados.
João continua dizendo: Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos (1Jo 2:11). E segue pela vida sem saber aonde vai, porque as trevas o cegaram pois o ódio nos cega.
Quando guardamos ódio e amargura em nossos corações, evidentemente que o nosso raciocínio fica obscurecido. E as nossas decisões e ações seguem baseadas na desconfiança e não no amor. E já não vivemos e não vemos a vida como realmente ela é, mas sim com a lente doentia do desamor. É bastante comum observarmos em qualquer grupo, quando uma pessoa se opõe a uma proposta boa e útil, é porque sente aversão ou está inimizado com aquele que a fez, e este sentir trabalha contra o bem-estar comum.
Várias vezes o progresso em algum projeto na Igreja ou associação é detido por causa de animosidades pessoais. Jamais estaremos aptos a dar um veredicto sobre algo enquanto tenhamos ódio e rancor em nossos corações, e ninguém pode conduzir corretamente sua própria vida quando o ódio o domina. O amor nos capacita a andarmos na luz; o ódio nos leva às trevas e a destruição, mesmo que seja inconscientemente.
Então que neste dia nos autoanalisemos para saber o que reina em nosso interior. E que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).