Comunhão é a luz que vai além das confraternizações.
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1Jo 1:7). Este versículo faz parte da exortação que João faz aos Cristãos da época, e ela chega até nós com a mesma força e necessidade daquela época.
A palavra do grego para comunhão é, (κοινωνια koinonia), que tem entre seus significados: Ter a mesma direção de pensamento, uma fraternidade reunida por meio de um ensinamento de um mestre, que no caso aqui é o Nosso Senhor Jesus Cristo.
O pensamento central aqui, é que o Cristão deve se portar diferente do mundo que o rodeia. Pois no mundo comum não há outra coisa senão desacordo, desarmonia e desunião. Ou seja, o ser humano anda na escuridão dos seus eitos preceitos e preconceitos. E mais o mundo só defende o que lhe interessa, num individualismo que mais gera morte do que vida.
No mundo comum vemos nação se levantar contra nação, gente contra gente, classe contra classe e religiões contra religiões. E dentro do próprio ser humano se trava uma incessante batalha interior entre a parte inferior e a superior de sua natureza.
Mas é o desígnio e a vontade de Deus que todas estas desuniões e desarmonias se transformem, ante a união do amor de Cristo; que todos os seres humanos e todas as nações sejam uma em amor e verdade, na viva luta para o bem-estar e um bem viver comum; que no amor exemplar de Cristo as diferenças sejam abolidas e os muros divisórios jogados por terra, e o amor mutuo e fraterno (φιλοστοργος philostorgos), seja a força maior.
Jesus orou pela unidade de seus discípulos, e está oração chega até nós enquanto Cristãos. Orou para que fossemos um como o Ele e seu Pai são Um. Ou seja, Ele orou para que não nos portássemos como unidades, mas sim como uma unidade. Para que não houvesse as divisões, exclusivismos, competição entre os Cristão e as Igrejas.
Pois a desunião e as lutas internas, obstaculizam e fazem mal, impedindo que o amor de Deus se faça presente em nossos corações. Pois os mestres e os pregadores que competem entre si não podem evangelizar o mundo, porque não coadunam com a oração de Jesus. Jesus orou para que seus discípulos fossem um no sentido profundo em que o eram Ele e o Pai: e não há nenhuma outra oração que tenha encontrado tantos obstáculos como esta da parte dos crentes devido ao individualismo que visa somente os seus ideais.
Aqui entendemos que comunhão em Cristo vai muito além das confraternizações, onde somente um grupo participa, pois comunhão é o vivo sentir e o vivo vivenciar do evangelho do amor que muda a tudo e a todos. Então que neste dia sejamos capazes de pormos em prática o amor fraternal, num vivo observar da amorosa comunhão que tem como primícias o bem-estar de outras pessoas e de toda a vida que permeia o nosso universo. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).