SÉRIE: TEOLOGIA SISTEMATICA “JESUS” parte 2 de 2

SENDO AUTO-DIDATA

Existem muitos livros bons de Teologia Sistemática de graça, em formato pdf, na Internet. Uma das melhores é a de Louis Berkhof. Mas a maior característica do livro é que ele é grande. Esse livro tem 840 páginas. O teólogo analisa minuciosamente muitas facetas do Evangelho. Como nós chamamos quando a pessoa quer falar de todos os assuntos envolvidos: “de forma quase exaustiva”. Por exemplo ao falar da doutrina de Cristo: Cristologia, ele fala da doutrina, ou das ideias da doutrina, antes do concilio da Calcedônia. Ele fala a partir do concilio da Calcedônia e fala das mudanças na doutrina a partir da Reforma Protestante. Louis Berkhof não é resumido. Se você quiser se aprofundar na Bíblia, da maneira da Teologia Sistemática, que é o ajuntamento dos grandes temas bíblicos, como Deus, o homem, o Espírito Santo, essa é uma boa indicação.

A Teologia Sistemática é apenas uma maneira de se estudar a Bíblia, temos entre outras Teologia Histórica, o estudo de livro a livro, A Teologia Bíblica, que junto com a hermeneutica e a homiletica, estudam de perto o texto bíblico. Temos as introduções dos livros bíblicos, o estudo das Doutrinas Bíblicas, Comentário Histórico Cultural da Bíblia, Teologia Dogmatica, ou o estudo por assuntos. Enfim, existem mutias maneira de se estudar a Bíblia. Além disso tudo, temos na Internet, nos canais de videos: Vevo, Youtube e muitos outros, milhares de pregações e estudos bíblicos. Uma duvida hoje é sanada em minutos.

Mas se você quiser mesmo se aperfeiçoar no entendimento e compreensão da Bíblia, é necessário ser um auto-didata. E acrescento, um auto-didata sério. Pra mim esse negócio de dizer que é pregador e nunca ter lido a Bíblia, já começou mau. Como alguém que diz que é estudante de Bíblia nunca leu a Bíblia? O Espírito Santo nos ajuda a compreender a Bíblia, mas isso se você tiver o que apresentar a Ele. Dependendo da sua pergunta bíblica Ele vai responder, mas se a pessoa não estuda, não tem o que pensar e apresentar ao Espírito Santo para Ele ajudar. Uma pessoa fazia de Bíblia não cresce espiritualmente e é um menino na fé.

Para esses estudos de Teologia Sistemática tenho usado três livros básicos, um é essa Teologia do Berkhof, exaustiva, a outra é a de Vincente Cheung, reformada e a outra é o livro Conhecendo as Doutrinas Bíblicas de Myer Perlman, que é resumido. Para o estudo de hoje vamos ficar com o ultimo livro. Porém entenda que o que estou fazendo aqui é um resumo, para melhor compreensão leia o livro.

O SENHOR JESUS CRISTO

O pastor Myer Perlman divide a doutrina de Cristo da seguinte forma:

1. A NATUREZA DE CRISTO

2. OS OFICIOS DE CRISTO

3. A OBRA DE CRISTO

I A NATUREZA DE CRISTO

Num dia de crise Jesus perguntou: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Ele se referia a ele mesmo. Pedro responde essa que é uma duvida dos homens até hoje: Quem é Jesus? Pedro fala: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ninguém melhor para falar de Jesus a não ser os apóstolos que viveram com Ele na época dos Evangelhos.

A pergunta: Quem é Cristo? Tem uma melhor resposta na definição de seus nomes, ou títulos, nos quais ele é conhecido.

1. FILHO DE DEUS – Da mesma forma que filho do homem quer dizer um nascido do homem, Filho de Deus significa ser nascido de Deus. Para isso vamos pensar o seguinte:

a. Jesus tinha consciência de si mesmo, da sua divindade.

b. As reinvindicações de Jesus. Ele se colocou muitas vezes ladao a lado com a atividade divina.

c. A autoridade de Cristo. Ele não falava coisas como “essa é a minha opinião, eu penso assim”, ou coisas do tipo. Jesus quando falava afirmava.

d. A impecabilidade de Cristo.

e. O testemunho dos díscipulos. Jamais nenhum judeu pensou que Moisés fosse divino, mas os evangelistas afirmavam isso de Jesus.

2. O VERBO (PRÉ-EXISTÊNCIA E ATIVIDADES ETERNAS)

A palavra do homem é aquela por meio da qual ele se expressa e por meio da qual ele se comunica com os seus semelhantes. Por sua palavra ele dá a conhecer seus pensamentos e sentimentos, e por sua palavra ele manda e executa a sua vontade. A palavra com que se expressa está impregnada de seu pensamento e de seu caráter.

Pela expressão verbal de um homem até um cego pode conhecê-lo perfeitamente. Embora se veja uma pessoa e dela se tenha informações, não se conhecerá bastante enquanto ela não falar. A palavra do homem é a expressão de seu caráter. Da mesma maneira, a "Palavra de Deus" é o veiculo mediante o qual Deus se comunica com outros seres, e é o meio pelo qual Deus expressa o seu poder, a sua inteligência e a sua vontade.

3. SENHOR (DIVINDADE)

Uma ligeira consulta a uma concordância bíblica revelará o fato de que "Senhor" é um dos títulos mais comuns dados a Jesus. Este título indica a sua deidade, exaltação e soberania.

a) Deidade. O título "Senhor", ao ser usado como prefixo antes de um nome, transmitia, tanto a judeus como a gentios, o pensamento de deidade. A palavra "Senhor" no grego ("Kurios") era equivalente a "Jeová " na tradução grega do Antigo Testamento; portanto, para os judeus "o Senhor Jesus" era claramente uma imputação de deidade.

b) Exaltação. Na eternidade Cristo possui o título "Filho de Deus" em virtude da sua relação com Deus. (Fil. 2:9); na história Ele ganhou o título "Senhor", por haver morrido e ressuscitado para a salvação dos homens.

c) Soberania. No Egito, Jeová se revelou a Israel como Redentor e Salvador; no Sinai, como Senhor e Rei. As duas coisas se justapõem, porque ele, que se tomou Salvador deles, tinha direito de ser o seu Soberano. É por isso que os Dez Mandamentos iniciam com a declaração: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Êxo. 20:2). Em outras palavras, "Eu, o Senhor, que vos redimi, tenho o direito de governar sobre vós." E assim aconteceu com Cristo e seu povo. Os cristãos primitivos reconheceram instintivamente — como todos os verdadeiros discípulos — que aquele que os redimiu do pecado e da destruição, tem o direito de ser o Senhor de suas vidas. Comprados por bom preço, não pertencem a si mesmos (1 Cor. 6:20), mas, sim, a quem morreu e ressuscitou por eles. (2 Cor. 5:15.)

4 FILHO DO HOMEM (HUMANIDADE)

a) Quem? De acordo com o hebraico a expressão "filho de" denota relação e participação.

b) Como? Por qual ato, ou meio, o Filho de Deus veio a ser Filho do homem? Que milagre pôde trazer ao mundo "o segundo homem" que é o "Senhor do céu"? (1 Cor. 15:47.) A resposta é que o Filho de Deus veio ao mundo como Filho do homem sendo concebido no ventre de Maria pelo Espírito Santo, e não por um pai humano. E a qualidade da vida inteira de Jesus está em conformidade com a maneira do seu nascimento. Ele que veio através de um nascimento virginal, viveu uma vida virginal (inteiramente sem pecado) — sendo essa última característica um milagre tão grande como o primeiro. Ele que nasceu milagrosamente, viveu milagrosamente, ressuscitou dentre os mortos milagrosamente e deixou o mundo milagrosamente. Sobre o ato do nascimento virginal está baseada a doutrina da encarnação. (João 1:14.)

c) Por que o Filho de Deus se fez Filho do homem, ou quais foram os propósitos da encarnação?

1) O Filho de Deus veio ao mundo para ser o Revelador de Deus.

2) Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorificá-la e desta maneira adaptá-la a um destino celestial.

3) Porém, o obstáculo a impedir a perfeição da humanidade era o pecado — o qual, ao princípio, privou Adão da glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do pecado e de seu poder, o Filho de Deus morreu como sacrifício expiatório.

5 CRISTO (TÍTULO OFICIAL E MISSÃO)

a) A profecia. "Cristo" é a forma grega da palavra hebraica "Messias", que literalmente significa, "o ungido". O Antigo Testamento está caregado de profecias de que umdia Deus mandaria um salvador.

b) O Cumprimento. O testemunho constante do Novo Testamento é que Jesus se declarou o Messias, ou Cristo, prometido no Antigo Testamento.

6 FILHO DE DAVI (LINHAGEM REAL)

Esse título é equivalente a "Messias", pois uma qualidade importante do Messias era sua descendência davídica.

7 JESUS (OBRA SALVADORA)

O Antigo Testamento ensina que Deus mesmo é a Fonte da salvação: Ele é o Salvador e Libertador de Israel. "A salvação vem de Deus." Ele livrou o seu povo da servidão do Egito, e daquele tempo em diante Israel soube, por experiência, que ele era o Salvador. (Sal. 106:21; Isa. 43:3, 11; 45:15, 22; Jer. 14:48.) Mas Deus age por meio de seus instrumentos; portanto, lemos que ele salvou Israel por meio do misterioso "anjo da sua face" (Isa. 63:9). Às vezes foram usados instrumentos humanos; Moisés foi enviado para libertar Israel da servidão; de tempos em tempos foram levantados juízes para socorrer Israel. "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos" (Gál. 4:4,5). Ao entrar no mundo, ao Redentor foi dado o expressivo nome da sua missão suprema: "E chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mat. 1:21). Os primeiros pregadores do Evangelho não precisaram explicar aos judeus o significado do nome "Salvador"; já tinham aprendido o fato pela sua própria história. (Atos 3:26; 13:23.) Eles entenderam a mensagem, mas recusaram-se a crer. Crucificado, Cristo cumpriu a missão indicada pelo seu nome, Jesus, pois salvar o povo dos seus pecados implica expiação, e expiação implica morte. Como na sua morte, assim também durante a vida, ele viveu à altura do seu nome. Foi sempre o Salvador.

II OS OFICIOS DE CRISTO

Na época do Antigo Testamento havia três classes de mediadores entre Deus e seu povo: o profeta, o sacerdote, e o rei. Como perfeito Mediador (1 Tim. 2:5), Cristo reúne em si mesmo os três ofícios. Jesus é o Cristo-Profeta que ilumina as nações; o Cristo-Sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelas nações; o Cristo-Rei que reinará sobre as nações.

1. Profeta. O profeta é o representante deDeus na terra. Ser profeta é falar inspirado por Deus.

a. Como profeta Jesus pregou a salvação, que foi palavra revelada pelo Espírito Santo. Não se esqueça do estudo anterior que fala da União Hipostática de Jesus.

b. Como profeta Jesus anunciou o reino. Muitas pessoas não compreendem o Reino de Deus. Reino é a maneira de governar, o plano de governo. Todo governante, rei, presidente, tem que apresentar um plano, uma maneira de governar. A maneira de Deus, ou o Reino de Deus é o como está nos Evangelhos, ou na Bíblia. Reino de Deus é a maneir do Deus-Rei governar. E o plano de governo é o Sermão do Monte.

c. Como profeta predisse o futuro.

2. Sacerdote. Sacerdote, no sentido bíblico, é uma pessoa divinamente consagrada para representar o homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurarão o favor divino. Cristo além de poder interceder pelo povo, se tornou o sacrificio pela humanidade.

3. Rei. O Cristo-Sacerdote é também o Cristo-Rei. O plano de Deus para o Governante perfeito foi o de que ambos os ofícios fossem investidos na mesma pessoa.

III A OBRA DE CRISTO

Cristo realizou muitas obras, porém a obra suprema que ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo. (Mat. 1:21; João 1:29.) Incluídas nessa obra expiatória figuram a sua morte, ressurreição, e ascensão. Não somente devia ele morrer por nós, mas também viver por nós. Não somente devia ressuscitar por nós, mas também ascender para interceder por nós diante de Deus. (Rom. 8:34; 4:25; 5:10.)

1. Sua morte.

a) Sua importância. O evento mais importante e a doutrina central do Novo Testamento resumem-se nas seguintes palavras: "Cristo morreu (o evento) por nossos pecados (a doutrina)" (1 Cor. 15:3).

b) Seu significado. Havia certa relação verdadeira entre o homem e seu Criador. Algo sucedeu que interrompeu essa relação. Não somente está o homem distanciado de Deus, tendo seu caráter manchado, mas existe um obstáculo tão grande no caminho que o homem não pode removê-lo pelos seus próprios esforços. Esse obstáculo é o pecado, ou melhor, a culpa. O homem não pode remover esse obstáculo; a libertação terá que vir da parte de Deus. Para isso Deus teria que tomar a iniciativa de salvar o homem. O testemunho das Escrituras é este: que Deus assim fez. Ele enviou seu Filho do céu à terra para remover esse obstáculo e dessa maneira reconciliou os homens com Deus. Ao morrer por nossos pecados, Jesus removeu a barreira; levou o que devíamos ter levado; realizou por nós o que estávamos impossibilitados de fazer por nós mesmos; isso ele fez porque era a vontade do Pai. Essa é a essência da expiação de Cristo.

2. Sua ressurreição.

a) O fato. A ressurreição de Cristo é o grande milagre do Cristianismo. Uma vez que é estabelecida a realidade desse evento, torna-se desnecessário procurar provar os demais milagres dos Evangelhos. Ademais, é o milagre com o qual a fé cristã está em pé ou cai, isso em razão de ser o Cristianismo uma religião histórica que baseia seus ensinos em eventos definidos que ocorreram na Palestina há mais de mil e novecentos anos. Esses eventos, são: o nascimento e o ministério de Jesus Cristo, culminando na sua morte, sepultamento e ressurreição. Desses, a ressurreição é a pedra angular, pois se Cristo não tivesse ressuscitado, então não seria o que ele próprio afirmou ser; e sua morte não seria expiatória. De todos os demais profetas que vieram posteriormente, como Maomé, nenhum foi capaz de resusscitar, a não ser Cristo.

b) A evidência. A Bíblia é uma compilação, um ajuntamento de vários livros, onde muitos deles no Novo Testamento afirmam que Jesus ressuscitou. Se aceitarmos a Bíblia, temos que aceitar a ressurreição. O significado. A ressurreição. Ela significa que Jesus é tudo quanto ele afirmou ser: Filho de Deus, Salvador, e Senhor (Rom. 1:4).

3 - A ASCENÇÃO

A Ascensão foi um evento na vida de Jesus relatado no Novo Testamento de que Jesus ressuscitado foi elevado ao céu com seu corpo físico, na presença de onze de seus apóstolos, ocorrendo no quadragésimo dia da ressurreição.

A ascensão de Jesus marcou o fim de seu ministério na terra. Jesus subiu ao Céu para estar junto do Pai e interceder por nós. Mas ele não nos deixou sozinhos. Ele enviou o Espírito Santo para estar conosco para sempre.

No Céu Jesus intercede por nós e é o cabeça da Igreja (Efésios 1).

CONCLUSÃO

Jesus é um enigma. A Teologia Sistemática é uma tentativa pálida de compreender o nosso Salvador. Para compreender melhor Jesus eu aconselharia você ler e reler os Evangelhos, observando as falas de Jesus, os gestos, os atos, as situações onde ele estava envolvido, suas pregações, seus ensinos e tudo o mais que você for despertado.

Paulo apresenta nas suas cartas Jesus como um homem que viveu e morreu no Espírito Santo. Jesus é o nosso exemplo de vida completa no Espírito. Ler os Evangelhos nos da a ideia do que Jesus fez ou falou, mas a interpretação de Jesus vem pelos livros do Novo Testamento. Para compreender Jesus leia muitas vezes, anotando, prestando atenção, comparando, com introduções aos livros, com calma, em oração.

Jesus é Deus feito homem. O entendimento de quem é Jesus, vai nos dar o entendimento de Deus no Antigo Testamento e de Deus Espírito Santo. A compreensão de Jesus vai nos revelar a Trindade. Então vá com calma e se aprofunde nesse conhecimento. Jesus estava com o Pai e o Espírito na criação do Universo, na expulsão de Satanas do Céu, e vai voltar novamente para buscar a sua Igreja.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 07/10/2019
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