SÉRIE: TEOLOGIA SISTEMATICA “JESUS” parte 1 de 2
A CONTA NÃO FECHAVA
Durante muitos anos sofri muito com perguntas que a Igreja não conseguia responder. A conta não fechava de forma alguma, em respeito a várias doutrinas e situações bíblicas. Jesus não fechava. O Jesus dos Evangelhos não fechava de forma alguma. Se Jesus era cem por cento Deus, por que foi levado ao deserto para receber a doutrina do Reino de Deus? Se ele era cem por cento homem, como poderia ser cem por cento Deus? A conta não fechava, de forma alguma.
Mas não era só a conta de Jesus nos Evangelhos que não fechava. Não fechava, ou, eu não conseguia engolir, a doutrina Pentecostal do Batismo da Igreja, que quer forçar a Bíblia a dizer que Batismo da Igreja é falar em línguas. Se fosse assim, como é que Paulo disse que nem todo mundo fala em línguas? Esses que não falam em línguas não são Igreja? Outra conta que absolutamente não fechava e que eu não entendia porque era assim, era sobre a volta de Jesus. Apocalipse é muito claro e diz que Jesus vai voltar no capítulo 19, mas criaram toda uma doutrina, onde o Jesus dos Evangelhos volta de forma invisivel, opela segunda vez, leva a Igreja para o Céu e volta de novo e vai embora de novo e isso não fazem a segunda volta de Cristo, mas esse sob e desce fazem quatro vindas de Cristo. Essa conta não bate. Essa conta não fecha.
Esses são apenas alguns pequenos exemplos que estou dando das duvidas que eu tinha a respeiuto da Bíblia. Eu tentei mais de uma vez fazer Teologia em alguma escola, ou Igreja, mas a fomra que fazem o curso, não é feito de forma a ensinar, mas a ter o diploma, a passar de ano. Uma das piores que tive contato, nos davam um questionário faltando palavras nas frases que deveríamos preencher e isso fazia o questionário teológico. Por exemplo uma frase: Jesus usou ---------- e o seu irmão Arão, para libertar----------, do Egito. Isso beira o rídiculo.
Com menos de um ano eu tinha superado o conhecimento da minha primeira Igreja: Assembléia de Deus e dos irmãos que não conseguiam nem entender o que é que eue estava perguntado a eles a respeito do Evangelho. Comecei a ler livros teológicos, Teologias Sistematicas e Teologias Bíblicas, assim como vários outros livros cristãos. Eu nunca li para ter dipoloma, mas eu lia para compreender as perguntas que tinha. No inicio tudo eram muitas e muitas perguntas sem resposta. Mas a Bíblia garantia que o outro Consolador viria e a gente iria orar e Ele iria nos ensinar a Palavra. Os livros foram aparecendo, os estudos na Internet, os vídeos no Youtube e os muitos MP3 de pregação que fui ouvindo de muitas Igrejas. Com isso foi firmando algumas coisas na minha mente. A doutrina Pentecostal atual é muito fraca e não sabe quase nada de Bíblia. Essa Igreja Pentecostal de hoje nem se parece a Igreja Pentecostal que nasceu na Reforma Protestante. A Igreja Pentecostal decaiu demais até chegarmos na Igreja Neo Pentecostal, que é um resumo, ruim, das Doutrinas Pentecostais de pouco antes do século XX. A Igreja da Reforma tem muitas coisas boas e outras tantas discutíveis, com o Calvinismo. Po exemplo o livro texto, quase que básico atualmente sobre o Calvinismo, de Abraham Kuyper quer nos dizer que o Calvinismo é o avanço do Cristianismo e de certa forma até o ultrapassa. E isso, não pode ser.
Os muitos livros que li, foram me dando bases para que eu compreendesse melhor as pequenas duvidas e podia agora focar nas grandes duvidas, como a volta de Cristo, o que era de verdade o batismo da Igreja e o Jesus dos Evangelhos.
Um dia, depois de maisde dez anos no Evangelho, baixei vários livros em pdf. No meio veio a Teologia Sistematica de Vincent Cheung. O livro é umatentativa reformada de falar sobre Teologia Sistemática. Ou seja, é uma maneira reformada de tentar ordenar os fatos bíblicos.
A GRANDE FALHA DA TEOLOGIA DE VINCENT CHEUNG
Quase que instantaneamente notei que o Evangleho Sistematico Reformado tem uma grande lacuna: Não havia um capítulo falando sobreo Espírito Santo. Se estamos no Ministério do Espírito, como é que não se fala do Espírito Santo? Isso é uma falha gritante, mas era a ideia que havia na Reforma. Conhecimentos melhores sobre o Espírito Santo só vieram depois disso. Apesar de que o Espírito Santo fora derramado em Pnetecostes, demorou-se séculos até que os homens começassem a compreender o que aconteceu e ainda hoje, vinte séculos depois a maioria dos crentes não compreende o Ministério do Espírito Santo. Eu compreendi que a Teologia do Cheung era reformada e extremamente teológica.
Ler a Teologia do Vincente Cheung foi esclarecedor e libertador. A partir desse livro, comecei a entender O Jesus dos Evangelhos. No Capítulo sobre Jesus na sua Teologia, o pastor e teólogo Cheung, dedica grande parte dele para esclarecer como era possível Jesus ser Deus e homem ao mesmo tempo. Lendo o livro eu entendi o quão pouco eu sabia sobre Jesus: quase nada. E entendi o quão pouco a Igreja sabe de Jesus. A partir da doutrina da União Hipostática de Cristo, muitas perguntas me fiz e a doutrina conseguiu sanar a todas. Através dessa doutrina consegui entender até o Jesus eterno, ou as aparições de Jesus no Antigo Testamento, as curas, os milagres e por que Jesus orava. E é sobre isso que vamos falar aqui.
UNIÃO HIPOSTÁTICA
O que um pregador deve fazer, sempre, é interpretar a Bíblia, sobretudo. Mais da metade das casas no mundo tem Bíblia. As pessoas leem a Bíblia e compreendem muita coisa. Quando vamos para a Igreja o uqe a gente quer é que o pregador nos explique o que não sabemos, o que não compreendemos, e isso se possível de maneira fácil. Um pregador que toma o pulpito e faz qualquer outra coisa que não seja explicar a Bíblia, já errou. Quando começa a dar testemunhos, ou avisos, ou le um texto e fala outra coisa, está errando feio. Nossos pulpitos brasileiros estão carentes de pregadores que preguem a Bíblia e só a Bíblia. Pra ir à frente e falar o que todo mundo sabe, não precisamos desse pregador. Precisamos de quem nos faça andar para frente. E se possível que fale de maneira simples, mesmo os conceitos mais dificeis e complicados.
A União Hipostática é um termo técnico teológico que explica as duas naturezas de Jesus. A definição de Deus são os seus atributos, onisciência, onipotência etc. Se retirarmos esses atributos exclusivos de Deus, Deus deixa de ser Deus. Então quando falamos que Cristo é Deus, estamos dizendo que ele tem atributos de Deus Pai. Por outro lado o que caracteriza o homem é a razão, a inteligência e o pensamento. O que difere o homem dos outros seres do planeta é que o homem pensa, sabe que pensa e interpreta o que pensa. E isso não é gratuíto, pois a Bpíblia diz que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26). Como é isso? Deus fez uma imagem, parecida com ele e lhe deu alguns atributos – ou Deus emprestou -, como amor e moral.
A União Hipostática é a união de Deus com o homem na pessoa de Cristo. O homem e Deus estão separados eternamente, para usar um termo que a gente possa ao menos de leve compreender. A barreira entre Deus e o homem é infinita, intrasponível. Só em Cristo, é que o homem pode se aproximar de Deus. Por isso que qualquer esforço da humanidade para chegar a Deus é vão. O homem não consegue chegar a Deus pelos seus meios naturais. Há uma distância infinita, um abismo intrasponível. Se Deus viesse ao homem, a Sua Glória destruíria o homem. O homem seria diluido em Deus. Deus então resolveu o problema se fazendo homem, em Cristo.
Mas, porém, entretanto, aqui chegamos ao que causa confusão nas pessoas e faz da humanidade e da divindade de Cristo confusão. Como é que Cristo pode ser homem e pode ser Deus? Essa pergunta, já feita numa Escola Dominical, não é a pergunta correta. O que essa pergunta quer de verdade perguntar é: Como é que Cristo age em muitos momentos nos Evangelhos como se não fosse Deu? E como é que ele sendo Deus pode ser homem?
Mesmo quando estudei a Doutrina no livro de Vincent Cheung, algumas outras perguntas importantes surgiram. Mas o que tinha descoberto até então? Deus que é uma Trindade, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, mandou seu filho à Terra para nascer homem e através do seu sacrificio pagar o preço do pecado cometido pelo homem, morrendo no lugar do homem, como um homem. Então Jesus é um homem representativo de toda a raça humana. Sabemos disso pois o primeiro homem representativo foi Adão e agora temos um novo homem, que Paulo chamou de novo Adão. Cristo é o novo Adão. Ou o novo homem representativo.
Cristo nasceu de mulher exatamente como nós. Tomou leite, aprendeu a falar, a andar, foi para a escola. Tudo igualzinho a nós. Cristo não tinha manifestado dom algum até o seu batismo nas águas. A transformação da água em vinho foi o primeiro milagre de Jesus. A partir dai ele vai demonstrando ter poder igual a Deus. Ele começou a falar como o Cristo, o Slavador esperado e profetizado no Antigo Testamento e a demonstrar o que João chamou de sinais, que eram curas exclusivas de Deus, ou daquele que seria o Cristo, o Salvador.
Acabei de ouvir uma mensagem do pastor Caio Fabio, onde um menino de treze anos está lendo a Bíblia e perguntou ao pastor como é possível que Jesus na Cruz tenha dito que Deus o abandonou. A pergunta do menino era: Se Jesus era Deus, porque disse que Deus o abandonou? Esse e outros equivocos acontecem porque as pessoas não entenderam que Cristo foi descobrindo que era Deus. Isso acontece pela falta de ler a Bíblia de forma continuada. O cristão médio, comum, é um ser estranho. Nunca ninguém, a não ser o cristão lê um livro, o seu livro: a Bíblia, de forma pulada, lê um versículo aqui, um outro lá e meio que advinha a Bíblia. Não é assim que deve ser nem o pregador e nem o estudante sérios de Bíblia.
Uma forma de interpretar a Bíblia é lendo ela do começo ao fim e observando que a Bíblia vai gerando outros níveis de entendimento dela mesma. A Bíblia começa em Gênesis numa conversa da Trindade no Céu, passa ao Universo, no planeta Terra – ou como deveria ser chamado, igual à Bíblia o chama: Eden – a um jardim. Depois temos a narração de homens das cavernas, que aprenderam a andar em bando, em familias, num pratriarcado, até que aquela linhagem virou uma nação: Israel. Há progressões até na Trindade. Primeiro temos o Deus do Antigo Testamento, Depois temos Jesus e agora estamos na Era do Espírito Santo. De uma religião sangrenta, que era o Sistema Sacrificial, com suas pmortes de animais, veio o Cristianismo. Por essas e tantas outras, que o estudante sério de Bíblia e o pregador sério, deveria ler sua Bíblia e observar esses progressos.
Sendo assim, ao lermos os Evangelhos, um por vez, com calma, observando tudo, notamos ao pensarmos só em Jesus nos evangelhos, principalmente o que ele disse, que a principio ele não nos parece ter ideia que era Deus. Ele sabia que era filho de Deus, como todo Israel assim entendia também. Mas não parece que ele entendia que era O Filho de Deus. Mas isso é no inicio do seu ministério, pois lá pela metade ele já vem falando e demonstrando com poder e sinais e uma mensagem do Reino de Deus, que ele era também Deus. Até aqui fica meio incompreensível saber da Trindade, pois só havia o Deus do Antigo Testamento e Jesus. O Espíri oTSanto era um eniogma a ser desvendado e manifestado ainda. Quem explicou o Espírito Santo e por tabela a Trindade foi Paulo em suas cartas.
A impressão que temos ao lermos os Evangelhos é que Jesus vai descobrindo que tinha atributos de Deus. E ele acaba entendendo tanto isso que chamou Deus de Pai. Então o Deus do Antigo Testamento, virou o Deus Pai e Jesus virou o Filho de Deus, primogênito e unico da sua espécie até então. Jesus é uma nova criação da raça humana. Em Cristo o homem é uma nova raça, uma nova criatura. Quam aceita Jesus é transformado em sua natureza e vi se tornar outra pessoa, outra criatura. Em alguns casos pode demorar um pouco, outros são mais rápidos e outros ainda vão lutar com a velha natureza a vida toda.
Surgiu aqui, nas minhas pesquisas duas duvidas: Como Jesus foi descobrindo quem era? e Jesus não se lembrava da sua divindade? E o que exatamente une a divindade e a humanidade em Jesus que está faltando, são uma coisa só ou coisas diferentes que estão faltando?
Primeiro, eu descobri, lendo a Bíblia que Jesus é o homem no Espírito por excelência. Jesus deveria ser o nosso exemplo maior de um homem em Deus, para podermossermos salvos. Jesus veio para nos salvar, mas se ele não tivesse demonstrado isso, ficaríamos na mesma. A humanidade de Cristo, que é calaramente limitadora, foi ajudada, ou seu ministério foi ajudado, pelo Espírito Santo que foi lhe revelando as coisas conforme ele avançava. Assim é conosco. Conforme avançamos na obra é revelado a nós o próximo passo, ou o proximo nível. Amuitos não sairam até hoje do básico e não entendem isso, porque não recorrem ao Espírito Santo em oração, até que aconteça a revelação. Uma coisa é orar, mas a oração tem um propósito maior que é Deus falar com quem ora. Mas as pessoas param de orar antes que Deus fale, ou através de uma impressão no nosso espírito humano, ou uma mensagem na nossa mente, ou um direcionamento claro a respeito de algo. As pessoas não sabem orar, elas param de orar antes que Deus fale e perdem o melhor da oração. O Espírio Santo tratou com o ministério de Jesus exatamente como quer tratar com o nosso. É necessário afinco e disposição para buscar andar e receber do Espírito Santo. Infelizmente, hoje as pessoas tem pressa e perder o melhor de Deus.
O segundo ponto, muito importante, que descobri é sobre a mente de Cristo. A união hipostática, ou essa união do humano com o divino em Jesus, não exclui que Cristo tinha uma mente humana e uma mente divina. Ou seja, ele tinha conhecimentos adquiridos como humano e tinha conhecimentos como Deus. Esses conhecimentos divinos, a meu ver foram esqucidos quando Jesus veio como um homem. Isso, sobretudo, me fez compreender que Jesus é divino, mas veio como homem que não se lembrava que era divino, mas que conforme seu ministério avançava ia-lhe sendo revelado o que ele lhe tinha sido apagado da mente. Jesus é o unico ser que tem duas mentes: a mente humana, ou as lembranças e conhecimentos humanos e a mente divina, ou as lembranças e experiências divinas. Na pessoa de Jesus, a sua mente comporta o conhecimento humano e o conhecimento divino.
Pensando que Jesus esqueceu-se, numa espécie de amnésia, da sua divindade, fica mais fácil explicar os Evangelhos. Agora ficou fácil compreender porque Deus falou que era o seu Pai, no ato do batismo nas águas, que era o inicio do seu ministério. Ou porque o Diabo lhe tentou colocando duvidas se ele era filho mesmo de Deus, como filho unico. Aliás tentação essa que persistiu até na Cruz, onde alguém emprestou a boca ao diabo e disse uqe se Jesus fosse Filho de Deus, que descesse da Cruz. Isso era o Diabo colocando duvidas em Jesus. Para que ele iria fazer isso se não precisasse.
O primeiro “Eu sou” de Jesus, foi em João 6.35, onde ele disse que é o pão da vida. Aqui Jesus começou a se comparar a Deus, diendo que era Deus. Eu sou foi a palavra, o nome que Deus deu a Moisés, quando ele perguntou qual era o nome de Deus que ele diria aos israelitas escravizados no Egito e Deus respondeu: Eu sou, que significa que Eu sou tudo o que você precisar. Os sete Eu sou de Jesus são um avanço no Eu sou do Antigo Testamento.
Os “Eu sou”, no Evangelho de João:
O pão da vida – 6.35,51
A luz do mundo – 8.12;9.5
A porta das ovelhas – 10.7,9
O bom pastor – 10.11,14
A ressurreição e a vida – 11.25-26
O caminho, a verdade e a vida – 14.6-7
A videira verdadeira – 145.1,5
O avanço do entendimento de Deus como Eu sou no Antigo Testamento, se dá em Jesus, nas suas descrições e entendimentos.
O estudo de Cristo se chama Cristologia. Temos ali muita coisa importante, mas me parece que eles esqueceram de estudar os livros Reformados e observar essa doutrina da União Hipostática. Muitos livros de Teologia Sistemática nem falam do assunto e acredito que isso não poderia ser esqucido jamais. Se não entendermos isso, o restante de Cristo fica complicado.
Segue a parte dois...
Amém
Fique na paz