A lei do amor excede a toda lei.
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus. (Mat 5:20). Aqui vemos Jesus dizer algo de grande relevância para vida de um Cristão que realmente deseja entrar no reino dos céus. Ou seja, viver na plenitude da vida onde o amor é a base de tudo.
Quando entendemos o que Jesus nos ensinou compreendemos que a nossa existência aqui na terra nada mais é que o preparo para uma vida além da vida como a conhecemos. Jesus nos ensina que a nossa justiça deve exceder a dos ortodoxos da época. A justiça deles consistia em uma simples conformidade de observação, exterior, e carnal, ao código mosaico, ainda que escrupulosamente observado.
Mas a justiça de um discípulo de Cristo se baseia na justiça de Cristo que lhe foi ensinada de forma vívida e vivida. Ou seja, Jesus viveu o que ensinou para que, os seus seguidores entendessem que se é possível vivencia-las também.
E como se excede a justiça comum? Jesus ensinou que não era suficiente não cometer assassinato, era necessário nem sequer ter desejado jamais a morte de outrem. Ele ensinou que não era suficiente não cometer adultério; era necessário nem sequer ter desejado adulterar. É possível que jamais tenhamos batido em alguém; mas quem pode dizer que jamais desejou bater em alguém?
O ensino de Jesus era que, aquilo que habita em nosso interior um dia virá a dirigir as nossas atitudes. Ou seja, não basta não errar, pois o orgulho por não errar um dia nos levara ao erro. O ensino de Jesus era que o ser humano não será julgado apenas por suas ações, mas sim, por aquilo que habita em nossos corações, embora jamais tenhamos praticado tais coisas.
Segundo as pautas morais do mundo uma pessoa é boa se não cometer ações proibidas; o mundo não tem interesse em julgar o que ela leva no profundo do seu ser. Jesus nos ensina que devemos: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois, de um lado, o espírito está pronto, mas, por outro lado, a carne é fraca (Mar 14:38). Ou seja, devemos atentar para como anda os nossos sentimentos com a vida e para com os outros.
Devemos nos autoconhecer para saber onde estão os nossos defeitos e as nossas qualidades, os defeitos devemos pedir em oração ao Espirito Santo para transformá-los e as qualidades para aprimoralas.
Paulo lutou contra o si mesmo para que o amor de Cristo florescesse em seu interior, e por fim pôde dizer: Fui crucificado juntamente com Cristo. E, desse modo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E essa nova vida que agora vivo no corpo, vivo-a exclusivamente pela fé no Filho de Deus, que me amou e se sacrificou por mim. (Gálatas 2:20). A nova pauta moral elimina toda possibilidade de orgulho, e nos conduz a Jesus, o único que pode nos elevar até a altura do vivo amor.
Assim quando nos abrimos ao Espirito para que Ele nos transforme aos moldes do amor de Cristo, nos tornamos capazes de exceder as leis das ortodoxias meramente religiosas. E então realmente amaremos a Deus e ao próximo e o mundo se encherá de vivas vidas tornando-se melhor. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).