Uma vida permeada pela amorosa misericórdia. (Parte 3; a real misericórdia).
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (Mat 5:7). Aqui Jesus nos ensina como deve ser a vida de um Cristão, ou seja, o amor e a misericórdia devem permear o nosso existir. E por tratar-se de um primoroso ensinamento dividiremos em três partes. Aqui trataremos da bondade equivocada e a misericórdia em amor.
Devemos nos atentar para não sermos mal tentando praticar o bem. Pois há um tipo de bondade que se mostra má em sua ação.
A real misericórdia baseada no amor nos liberta de todas as formas falsas de bondade. Há um tipo de bondade que é mais perniciosa e má do que realmente boa, pois carece de amor e de misericórdia. Muitos de nós praticamos a bondade em benefício próprio, prevendo lucro, fama ou ainda benefícios fiscais, ou seja, é uma bondade que tenta burlar as leis divina e humana. Essa falsa bondade carrega a corrupção e com ela a morte, pois advém da ganancia egoísta e não do amor e do respeito.
Há também a bondade equivocada, quando fazemos o bem a outro para preencher o nosso ego com o sentimento de bondade, ou seja, fazemos o bem que queremos e não o que o outro necessita. No Novo Testamento há um exemplo deste tipo de bondade equivocada, na visita de Jesus à casa de Marta e Maria, em Betânia (Lucas 10:38-42).
Jesus nesta visita queria um lugar para conversar e se acalmar, pois o peso da rude cruz estava próximo. Maria entendeu isso, Marta não. Lembremos que o costume da região era de servir bem o visitante, em suas necessidades materiais. Marta estava cumprindo à risca este costume, pensando ser bondosa com Jesus, mas ao deixar fluir o sentimento de ira por fazer o serviço sozinha, o que fez foi trazer tribulação quando o mestre queria aquietação.
Mas Maria compreendeu que a única coisa que Jesus queria era um momento de paz e de atenção. Ocorre que muitas vezes, quando queremos ser bondosos a única bondade que somos capazes de oferecer é a que nós pensamos ser mais adequadas, e a outra pessoa tem que aguentar isso goste ou não.
Nossa bondade seria muito melhor, e estaria livre de tanta crueldade involuntária, se apenas pudéssemos fazer o esforço para ver e sentir as coisas do ponto de vista da outra pessoa. E dar a ela o que ela precisa e não o que queremos pois assim fez Jesus para conosco.
E então seremos misericordiosos, pois as vezes o outro precisa apenas de um abraço, ou de uma voz amiga, ou de um conselho, ou de um prato de comida, só de um sorriso, de uma oração e as vezes só de ouvidos movidos dum sentir livre dos eitos, preceitos ou preconceitos, isso é misericórdia e amor. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).