Uma vida permeada pela amorosa misericórdia. (Parte 2; o teor vivo da misericórdia).

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (Mat 5:7). Aqui Jesus nos ensina como deve ser a vida de um Cristão, ou seja, o amor e a misericórdia devem permear o nosso existir. E por tratar-se de um primoroso ensinamento dividiremos em três partes. Aqui trataremos do teor vivo da misericórdia.

O ensino desta bem-aventurança vai além de dar esmolas ou de dizer vou orar por você. Hoje é muito comum vermos atitudes que mais nos enche de orgulho do que realmente é um ato misericordioso. Ou seja, Jesus nos ensinou que o nosso dever é cuidar do bem-estar do próximo, mas nós continuamos a cumprir atos exteriores e de corações vazios. Uns dão esmolas que mais ofende ou vicia o necessitado, outros falam com o peito inflado, vou orar por você, e se vai. Quem pensa assim deveria ler (Mat 25:31-46).

Quando na realidade o necessitado precisa de uma presença amiga, de um abraço, ou de um tempo de atenção. É certo que cada caso pede uma atitude diferente, mas o princípio é o mesmo. Como já vimos a palavra grega que significa misericordioso é (ελεημων eleemon). Mas como é sabido o grego do Novo Testamento é, por sua vez, a tradução de originais (escritos ou verbais) do hebreu e aramaico. E a palavra hebraica que quer dizer misericórdia é chesedh.

Segundo os linguistas esta é uma daquelas palavras que não se podem traduzir ao pé da letra, pois o seu significado é indizível, porque é para ser vivenciado. Não significa somente simpatizar com alguém no sentido corrente do termo; não significa somente sentir-se triste pela desgraça de outros. Mas sim de nos ocuparmos com a dor de outros, ou seja, dedicar um tempo de vida, como tempo é vida isso é dar um pouco de nossa vida a outrem.

Chesedh é a augusta empatia de um sentir em amor, é ter a capacidade mesmo que virtualmente de entrar em outra pessoa, de ver com os olhos dela, pensar com amente dela e sentir com seu coração. Evidentemente isto é muito mais que sentir piedade pelo outro. É empatia, ou seja, é sofrer junto com o sofredor. E na história ninguém fez isso melhor que Jesus Cristo que não só sofreu a nossa dor como sofreu por nós.

Isto é precisamente o que a maioria de nós jamais pensou ou pensa em fazer. Nós seguimos pela vida preocupados com os nossos próprios sentimentos. Ocupados com as nossas ambições que não sobra tempo nem energia disponível para nos ocuparmos com os sofrimentos alheios.

E aqui entendemos que ser misericordioso é, fazer um superesforço deliberado para identificar-se em mente e coração com a outra pessoa, até sermos capazes de ver e sentir as coisas tal como as vê e as sente o outro. Se fizéssemos este intento deliberado, e se chegássemos a esta forma de identificação com o outro, nossas vidas, e as de outros, seriam muito diferentes. E o amor realmente reinaria entre nós.

E a misericórdia seria algo fluente em todas as vidas fazendo do misericordioso um recebedor da misericórdia viva. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 28/08/2019
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