Amar a Deus e ao próximo, a suprema e eterna Lei.

Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para anular, mas para cumprir. (Mat 5:17). Este versículo faz parte do sermão do monte, aqui Jesus esclarece que Ele veio cumprir a lei, ou seja, todo o evangelho é a parte cumprimentar da lei de Deus.

Cumprir (πληροω pleroo), esta palavra no grego está ligada a preencher todas as lacunas tornar completo. Numa leitura de soslaio esta afirmação de Jesus pode soar estranha. Pois aqui Ele estabelece um caráter eterno da Lei; mas ao estudarmos o evangelho vemos Jesus por várias vezes quebrantar aquilo que os ortodoxos tinham como lei. E lá na frente veremos Paulo dizer: "Porque o fim da lei é Cristo" (Romanos 10:4).

Então de que lei Jesus está afirmando que jamais pode ser quebrantada? Os hebreus usavam o termo a Lei em quatro acepções diferentes: Usavam para designar aos Dez Mandamentos; Usavam para designar os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco; Usavam na expressão A Lei e os Profetas para denotar a totalidade das Escrituras, para nós o Antigo Testamento.

E aqui vem a lei que Jesus desobedecia e que Paulo não levava em conta: Os ortodoxos também a usavam para descrever a lei oral, ou a dos escribas. E, é precisamente esta lei dos escribas a que tanto Jesus como Paulo condenavam de maneira radical. Ou seja, uma lei carregada de superstições e obrigações externa que nada acrescentava a alma ou ao espirito humano, pelo contrário os tornavam frios e sem amor ao próximo.

É certo que o ser humano não pode viver sem regras ou leis, mas o excesso de leis torna o ser humano desregrado e insensível. A que se referia Jesus, então, quando falava de "a Lei"? Disse que não tinha vindo para destruir a lei e sim para cumpri-la. Quer dizer, veio para pôr de manifesto o verdadeiro significado da Lei.

Qual era o verdadeiro significado da Lei? Mesmo por trás da lei oral dos escribas e fariseus, havia algo de verdadeiro quando o intuito era fazer a vontade de Deus. Os dez mandamentos foram o principal pois neles continham tudo que um povo precisava para fazer a vontade do Pai, mas tiveram que ter outros tantos e mesmo assim o povo seguia sem entender a vontade de Deus.

E então veio Jesus e num primoroso resumo Ele revela qual era a vontade de Deus como vemos em (Mat 22:34-40), e neste resumo destaca-se a frase que diz: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mat 22:40). Jesus nos ensinou que fazer a vontade do Pai está no equilíbrio do amor a Deus e ao próximo.

Sendo assim entendemos que fazer a vontade do Pai não é somente, gritar orações, pregar, dar esmolas ou frequentar assiduamente uma igreja até porque tudo isso os religiosos faziam, mas o faziam sem amor. Aqui entendemos que todo ato que fizermos em nossa vida tem que ser feito com amor e respeito a Deus e ao próximo.

Aqui não se fala sobre um amor ilusório advindo de nossas paixões e desejos, mas sim do amor vontade (αγαπη ágape), amor que advém do orar ao Espirito Santo, amor que Ele faz frutificar dentro de nós. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 16/08/2019
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