Os quatro amores presentes na cena da rude crucificação.

E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. (João 19:25). Ao pé da cruz estavam as quatro mulheres que amavam a Jesus. Alguns comentaristas e teólogos tentam justificar a presença delas, dizendo que nesta época as mulheres tinham tão pouca importância que ninguém levaria em conta as discípulas, ou seja, que elas não corriam nenhum risco ao estar perto da cruz.

Mas tal explicação se faz fraca diante da história, pois era arriscado estar perto de alguém que era um criminoso tão perigoso para o governo romano para merecer a cruz. Sempre é perigoso demonstrar nosso amor por alguém a quem a ortodoxia olha como pecador e herege. Mas há uma verdade eterna; aquele que cultiva o amor sempre terá em mente que, o amor perfeito afugenta o temor.

E a algo mais que espero não ser interpretado de maneira errônea ou cheia de eitos e preconceitos, por alguns leitores. Porque ao lermos esta passagem com um olhar espiritual vemos que ao pé da cruz estavam representados os três princípios do amor, sendo coroado pelo amor ágape que estava na cruz.

Primeiro vemos que ali estava Maria, a mãe de Jesus. Ela não podia entender o que estava acontecendo, mas podia amar. Sua presença ali era a coisa mais natural do mundo para uma mãe. O amor (στοργη Storge), aos olhos da lei Jesus podia ser um criminoso, mas era seu filho, um pequenino que ela viu chorar, dar os primeiros passos e pronunciar as primeiras frases, e nada neste mundo poderia mudar isso.

Segundo ali estava Maria Madalena. Tudo o que sabemos dela é que Jesus expulsou dela sete demônios (Marcos 16:9; Lucas 8:2). Maria Madalena não podia esquecer nunca o que Jesus fez por ela. O seu amor a salvou e o amor que ela sentia não podia morrer jamais. Eis o amor ("ἔρως eros), o amor que embeleza a alma, e contribui para uma compreensão da verdade espiritual. Um amor que fica gravado no coração em letras vivas e eterna.

Ali também estava a irmã da mãe de Jesus. No Evangelho de João não a cita por nome, mas ao estudar as passagens paralelas (Mar. 15:40; Mat. 27:56) entendemos de que se trata de Salomé, a mãe de Tiago e João. A que recebera de Jesus a observação muito severa, quando pediu um lugar de honra para seus filhos. Ela recebeu a admoestação e compreendeu e estava ali porque o amava, eis o amor (φιλεω phileo). O amor amigo que vence a todos os dissabores.

E na cruz coroando os três amores acima citados, estava a coroa de todos os amores representada na pessoa de Jesus, o amor (αγαπη ágape). O amor que deve coroar todo o nosso sentir. E somente o Espirito Santo pode nos capacitar a praticar o amor ágape. Então que em nossas orações peçamos para que este amor cresça e floresça e nosso viver, e no mundo será feita a vontade do Pai. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 11/08/2019
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