O desconhecimento nos torna alimento de lobos.
Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. (Mat 7:15). Este versículo faz parte do sermão do monte, e nesta passagem que se estende até o versículo vinte, Ele nos orienta sobre os falsos profetas e seus frutos.
As expressões e frases deste texto poderiam evocar, nos ortodoxos da época e em alguns deste tempo, coisas que lhes são bem familiares. Os ortodoxos conheciam muito bem a atitude dos falsos profetas. O profeta Jeremias que levava a real mensagem de Deus ao povo, sofreu perante ao falsos profetas, exemplo: porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. (Jer 6:13,14).
Também vemos em todo o capitulo vinte dois do livro do profeta Ezequiel, Deus através do profeta gritar, que os falsos profetas e os falsos governantes eram lobos: "Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa para derramarem o sangue, para destruírem as almas e ganharem lucro desonesto" (Eze. 22:27). O triste que ainda hoje temos muitos lobos no seio da igreja.
Jesus faz um questionamento interessante aqui: Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? (Mat 7:16). Este questionamento tem algo bem mais profundo do que se pensa um leitor superficial. E, é por isso que um Cristão enquanto discípulo deve sempre estudar com mais acuidade o evangelho. Pois só assim podemos seguir o amor sabendo como o amor age nas vidas humanas ou não.
Segundo os historiadores havia na Palestina uma planta espinhosa que tinha um fruto preto, redondo e pequeno, muito parecido com pequenas uvas. Jesus também pergunta se os abrolhos dão figos. Havia um tipo de cardo cujo fruto, pelo menos a certa distância, podia confundir-se com um figo. E o que aprendemos aqui?
Aprendemos que nem tudo é o que parece, que nem todo bem traz um bem real a humanidade. É possível que haja uma similitude superficial entre o verdadeiro e o falso. Entre o que aparenta fazer o amor é o que realmente tem compromisso com o amor de Cristo Jesus. Paulo em sua carta aos coríntios alerta: E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. (2Co 11:14,15).
E mais uma vez cabe um questionamento; por que dissertar e aprender sobre este assunto? A resposta é clara e viva, primeiro não o fazemos para julgar a religião alheia ou as atitudes de outros, mas sim para auto avaliar-nos afim de vermos se não estamos agindo iguais a lobos em meio a ovelhas famintas. E segundo para não nos tornarmos ovelhas famintas que servem de alimento para lobos famintos.
O discernimento sobre os ensinamentos nos torna discípulos de Cristo, o desconhecimento sobre o real ensinamento nos torna religiosos, o primeiro nos leva ao aprimoramento do praticar do amor, o segundo ao fanatismo supersticioso cheio de eitos, preceitos e preconceitos. Jesus Cristo nos chamou e nos chama para um discipulado do amor. E a vida se fará real ao atendermos este rico chamado. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).