Um reino de um amor de outro mundo. (Parte 3)
Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou disseram outros a meu respeito? (João 18:33,34). Estes versículos fazem parte do julgamento de Jesus ante as autoridades da época. Por ser algo extenso de se desvelar gastaremos alguns estudos para isto.
E continuando o estudo da condenação de Jesus, começaremos a nos ocupar das autoridades Romanas da época. Como foi dito antes para levar Jesus a um segundo julgamento, eram preciso novas acusações. Acusações políticas de: sedição, declarar-se rei e incitar o povo a não pagar impostos à César. Eram falsas, mas os ouvidos humanos sempre ouvem a notícia que lhe agrada mais.
Para entender a parte que desempenhou Pilatos neste drama devemos analisar o contexto histórico. Para começar, que fazia um governador romano na Judéia? Após a morte de Herodes o grande, o reino local fora dividido em três, mas esta divisão era de sub-reinos, pois quem imperava era Roma. E ela designava o comando dependendo da problemática local.
A Palestina, como é evidente, era uma região rebelde. Precisava de tropas e, portanto, estava controlada pelo imperador. Augusto designou um procurador para controlar os problemas da Palestina, Pilatos assumiu suas funções no ano 26 d.C. e permaneceu ali até o 35 d.C., enfim deixemos de lado a parte administrativas.
Pilatos era uma figura antipopular e corria perigo de ser denunciado ao imperador. Pois três incidentes levavam a sua fama antipopular entre o povo dali, a saber: o caso do busto do imperador em Jerusalém; o caso do sequestro do tesouro do templo para construção do aqueduto; e por fim os escudos votivos com a inscrição do nome de Tibério o imperador no palácio de Herodes.
Mas a atitude de Pilatos, ao longo de todo o juízo do julgamento de Cristo é quase incompreensível. Quando lemos com atenção vemos que Pilatos sabia que as acusações dos ortodoxos eram uma série de mentiras e que Jesus era absolutamente inocente. E ele demonstra até uma certa admiração por Ele, e não desejava condená-lo à morte, mas mesmo assim ele o fez.
E o fez para não se tornar mais impopular ainda. Hoje ainda devido as pressões do diário viver, por várias vezes levamos Cristo a cruz, e o fazemos quando deixamos de ouvir a voz do amor, que grita para que deixemos de lado o ódio, o preconceito, os sentimentos egoístas e populistas, que nos leva a agir fora da direção e dos ensinamentos de Cristo Jesus.
Pois o amor sempre preservou e, há de preservar a vida, mesmo que em detrimento aos bens materiais. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
“Continua”
(Molivars).