A ÚLTIMA PÁSCOA E, A INSTITUIÇÃO DA CEIA DO SENHOR

No primeiro mês do calendário judaico "março-abril", dia 10 conforme (Êx 12.3) e provavelmente em 1462 a.C., quando Moisés e Arão estavam no Egito, Deus falou com eles sobre os preparativos para a festa da Páscoa que se iniciaria ao entardecer do décimo quinto dia do primeiro mês do ano (Lv 23.5). Tal celebração era a oportunidade em que cada família em Israel tinha para oferecer o sacrifício de um cordeiro sem manha e, asssim comemorar a libertação da escravidão do Egito (Dt 16.1-3), e, o livramento da décima praga, quando Yahweh (o SENHOR) passou por cima da casa dos judeus no Egito, e não entrou em nenhuma delas para matar os primogênitos porque os israelitas haviam sacrificado um cordeiro por ordem de Moisés e aspergido o sangue nos umbrais e soleiras das portas (Êx 12.13). Naquela mesma noite os israelitas saíram foram libertos do cativeiro egípcio depois de 430 anos (Êx 12.40). De acordo com as Escrituras, a Páscoa, é uma festa, um [sacramento] judaico que deveria ser celebrada por Israel todos os anos como um memorial. (Êx 12.14). D
epois do Êxodo, os judeus celebraram a Páscoa pelo menos mais cinco vezes no Antigo Testamento: No deserto do Sinai (Nm 9.1-5); na terra de Canaã (Js 5.10); e nos reinados de Ezequias (2Cr 30.13-15); Josias (2Rs 23.21); e, Zorobabel (Ed 6.19).

 

Os elementos da Páscoa Judaica

 

As Escrituras revelam que a Páscoa é uma festa "estritamente" judaica, ou seja, somente para Israel e alguns escravos comprados, e imigrantes estrangeiros que deveriam ser circuncidados antes de participarem desta festa com os judeus. A "circuncisão" era apenas um dos elementos exigidos na Lei para celebração da Páscoa (Gn 17.9-14; Lv 12.3). Também eram usados como elementos da Páscoa, "ervas amargas" que representam os tenebrosos anos de escravidão; e, os pães asmos [sem fermento] que apontavam para fuga repentina, além do cordeiro assado. Essas eram as exigênicas de Deus aos judeus para a comemoração da Páscoa! Pergunto: Os cristãos que insistem em comemorar a Páscoa judaica, não deveriam cumprir estes mínimos requisitos exigidos pela Lei? Evidentimente que sim, pois, se os cristãos de hoje querem realmente comemorar uma festa que é somente para Israel, então eles também deveriam cumprir o pacto da circuncisão e comer ervas amargas e pão sem fermento, ao invés de chocolates! Não foi em vão que Deus disse ao profeta Oseias: "O meu povo está sendo arruinado porque lhe falta conhecimento da Palavra"... (Os 4.6).

 

A Páscoa foi substituída pela Santa Ceia

 

Conforme podemos notar no esnino das Escrituras, é um erro os cristãos comemorarem a Páscoa, pois não temos absolutamente nada a ver com essa celebração exclusiva dos judeus. Os evangelhos relatam que, na noite antes de ser traído, preso e crucificado, Jesus ordenou aos Seus discípulos que fossem à cidade de Jerusalém a fim de que, pudessem realizar os preparativos para a "última" Páscoa. De acordo com o evangelista Lucas, finalmente, havia chegado o Dia dos Pães sem fermento, uma festa judaica que era celebrada antes da Páscoa (Lv 23.6), no qual devia ser sacrificado o cordeiro pascal (Lc 22.7), onde toda a assembleia da congregação de Israel se reunia para degolar o cordeiro à tarde (Êx 12.6), e comer a noite (Êx 12.8). Assim, o Senhor Jesus fez, conforme todas as exigências da Lei, e os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a Páscoa. "A tarde" então tendo chegado reclinou-se a mesa com os doze. (Mt 26.19,20). Conforme a Lei, quando a noite chegava o cordeiro era assado com os pães sem fermento, vinho e ervas amargas, então a refeição era comida (Êx 12.8; Lc 22.17). 

Quando chegou o momento da celebração da Páscoa, o Senhor Jesus revelou aos discípulos Seu intenso desejo por comer com eles aquela "última" Páscoa, antes da hora de Seu sofrimento. Após ter comido a Páscoa com os doze, Jesus lhes ordenou que não mais [celebrassem] a Páscoa como os israelitas no passado. “Pois vos afirmo que não a comerei novamente até que ela se cumpra no Reino de Deus”. (Lc 22.16).

 

A partir daquele momento, Jesus ordenou aos discípulos que comessem o pão (símbolo de Seu Corpo) e bebessem o vinho (símbolo de Seu sangue), porque Ele (Jesus) seria o Cordeiro Pascal a ser imolado (preparado) para ser crucificado. Naquela ocasião, Jesus estava substituindo a Páscoa pela Santa Ceia do Senhor. Portanto, OS CRISTÃOS PROTESTANTES NÃO CELEBRAM A PÁSCOA – uma festa judaica da Antiga Aliança que apontava para o sacrifício perfeito de Jesus o Cordeiro de Deus – cujo Sangue nos impede que o destruidor (o inimigo) nos separe de Deus eternamente.

 

As únicas festas, ordenanças, ou sacramentos que os cristãos protestantes devem observar, [comemorar] é, o Batismo e, a Santa Ceia. Depois que o Senhor Jesus, substituiu a Páscoa pela Santa Ceia, não vemos em nenhum lugar do Novo Testamento os discípulos e, a Igreja Primitiva celebrando a Páscoa. Isso significa que a festa da Páscoa não teve continuidade, mas sim, a Ceia do Senhor, como celebração característica do Novo Pacto.

 

Os elementos da Santa Ceia e, o valor espiritual que ela representa para os cristãos


Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e, o deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai, comei; isto é o meu corpo”. Em seguida tomou um cálice, deu graças e o entregou aos seus discípulos, proclamando: “Bebei dele todos vós. (Mt 26.26,27). O dois elementos que o Senhor Jesus usou para a instituição da Santa Ceia, em substituição a Páscoa, foram: O "pão" símbolo do Seu Corpo e o "vinho" símbolo de Seu sangue. Com isso, Jesus estabeleceu uma Nova Aliança, um Novo Pacto, superior ao antigo e com base em melhores promessas (Hb 8.6). Ele disse: Isso é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que "por muitos" é derramado. (Mc 14.24).

 

No Antigo Testamento o pacto dependia inteiramente de Israel guardar a Lei. A quebra da Lei implicava diretamente na quebra do pacto entre Deus e o povo hebreu. No entanto, ninguém seria capaz de guardar a Lei. Os judeus sempre tropeçavam e estavam continuamente em débito com Deus. Mas, Jesus veio para estabelecer e confirmar um Novo Pacto, uma [Nova Aliança], um novo padrão de relacionamento entre Deus e o homem que, não depende da Lei, mas do precioso sangue que Jesus derramou. O Antigo pacto era confirmado com o sangue de animais, mas o Novo Pacto é confirmado no poderoso e precioso sangue de Jesus.

 

Sobre o altíssimo valor espiritual que a Santa Ceia representa para os cristãos, João Calvino explica que "o pão e o vinho são sinais de uma realidade espiritual". Calvino diz que, antes de tudo, os sinais são o pão e o vinho; os quais representam o mantimento espiritual que recebemos do corpo e sangue de Cristo. Porque como no Batismo, ao regenerar-nos, Deus , nos incorpora a Sua Igreja e nos faz Seus por adoção, assim também temos dito que com este desempenha o papel de um zeloso pai de família proporcionando-nos continuamente o alimento com o qual nos conserva e mantém naquela vida que nos gerou com Sua Palavra. Agora, o único sustento de nossas almas é Cristo, e por isso nosso Pai Celestial, nos convida para que venhamos a Ele, para que alimentados com este sustento possuamos dia após dia maior vigor até chegar pôr fim à imortalidade no céu.

 

Diferentes opiniões sobre a Santa Ceia

A questão que envolve a Santa Ceia do Senhor tem sido motivo de muitos debates na história da Igreja. A igreja romana por exemplo, crê que o pão e vinho na hora da consagração dos elementos se transformam em corpo, sangue, nervos, ossos e divindade de Cristo. Essa interpretação é chamada de "transubstanciação". Todavia, essa interpretação é muito forçada, não passa de heresia, pois não tem amparo nas Escrituras.

A igreja luterana crê que os elementos da Ceia, o pão e o vinho não mudam de substância, mas Cristo está presente fisicamente nos elementos e sob os elementos. Esse tipo de interpretação é chamado "consubstanciação" mas, também carece de respaldo bíblico.

O reformador suíço Zwinglio entendia que os elementos da Santa Ceia são apenas símbolos e que ela é apenas um "memorial" para trazer-nos à lembrança do sacrifício de Cristo. Hoje a maioria das igrejas pentecostais estão de acordo com essa interpretação!

 

Já o calvinismo entende que a Santa Ceia é mais que um memorial, é também "um meio da graça divina", de tal forma que aqueles que participam da mesa do Senhor são edificados. Particularmente acredido que a visão de João Calvino sobre a Santa Ceia, ser não apenas um memorial, mas também um meio da graça divina está amplamente correto, pois, a Ceia é o meio devidamente designado para fortalecer a fé exercida pelos crentes. O corpo de Jesus foi traspassado e morto naquela rude cruz por causa dos nossos pecados, Seu precioso sangue foi derramado pelos eleitos a fim de nos purificar de todos os nossos pecados para que nos possa servir de comida e bebida perpetuamente. "Tomai, comei; isto é o meu corpo que é dado por vós". "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim". (Mt 26.26,27; Mc 14.22,23; Lc 22.19,20; 1Co 11.24,25).

JESUS FAZ A DIFERENÇA.
 

Pastor Jose Junior
Enviado por Pastor Jose Junior em 03/08/2019
Reeditado em 21/04/2024
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