Um reino de um amor de outro mundo. (Parte 1)
Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou disseram outros a meu respeito? (João 18:33,34). Estes versículos fazem parte do julgamento de Jesus ante as autoridades da época. Por ser algo extenso de se desvelar gastaremos alguns estudos para isto.
Primeiro veremos a legalidade de tal julgamento. Esta passagem radica no choque da inter-relação entre as personalidades e autoridades da época. De maneira que a melhor forma é estudar a ação de cada um, e a reação dela em cada um, e como ela ainda hoje age dentro de nós. Quando nos deparamos com Jesus e seus revolucionários ensinamentos, que até hoje milhares de anos depois, ainda é novo, ou seja, ainda é uma boa nova.
Começaremos por analisar os ortodoxos. Na época de Jesus estes faziam parte de um povo que estava sob o domínio dos romanos. Roma lhes permitia exercer uma boa medida de autogoverno, mas não tinham direito de aplicar a pena de morte. A iuz gladii, o direito da espada não cabia a eles. Ou seja, a pena de morte não podia ser aplicada pelos ortodoxos.
E aqui faz-se bem lembrar que a tempos atrás tentaram fazer com que Jesus incorresse neste erro. No caso da mulher adultera (João 8:3-11), mas Jesus em sua suprema sabedoria manteve-se reto ao devolver aos acusadores a obrigação de aplicar a lei, e estes sabendo que estavam errados saíram. Se Jesus naquela época tivesse aplicado a lei, teria infligido duas leis, a local, ou seja, a dos homens; e a divina, ou seja, a do perdão do misericordioso amor.
E voltando para o tema do atual estudo, vemos que Jesus era uma ameaça ao poderio da época. Pois tanto o poder terreno como o poder religioso ficavam aturdido com os ensinamentos revolucionários de Jesus. Para os poderosos da época, ele passou a significar uma ameaça, a ordem social. Pois Jesus movia multidões, com suas inúmeras mensagens de sabedoria, perdão e amor ao próximo.
Se faz belo saber que tais ensinamentos chegam até nós, nos dias de hoje, mas se faz triste ver que ainda são uma incógnita para muitos que insistem e viver sob uma religiosidade supersticiosa cheio de eitos, preceito e preconceitos. Pois o Cristão se guia pela sabedoria que o Espirito Santo lhe fornece a cada instante para o praticar do amor.
E jamais julga o próximo, até porque não nos foi dado o martelo de juiz e sim a taça da misericórdia que leva vida a tudo e a todos sem olhar a quem. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
“Continua”
(Molivars).