APRENDENDO COM AS AVES

Várias culturas do mundo tem na águia seu símbolo nacional, isso porque, a águia simboliza a força, a independência e a coragem. Em vários textos bíblicos temos a figura de aves que nos direcionam em determinadas situações. Apesar das suas fragilidades elas nos ensinam muitas coisas e aprendemos muito com elas. "Pergunta, pois, aos animais e eles te ensinarão; às aves do céu e elas te instruirão" (Jó, 12,7).

A Bíblia relata que no Templo de Salomão até os pássaros encontravam abrigo e as andorinhas faziam ninhos nos telhados para criar seus filhotes. O livro de Salmos 84, que foi escrito pelos filhos de Corá relata a grandiosidade do tabernáculo e o desejo do salmista em ser como as andorinhas para habitar na morada de Deus: "Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo. Até o pássaro encontra um abrigo, e a andorinha faz um ninho para pôr seus filhos. Ah, vossos altares, Senhor dos exércitos, meu rei e meu Deus! Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor: aí eles vos louvam para sempre"

(Salmos 83,2-5). Sim, aprendemos também com os pássaros e as andorinhas que tem sua morada na casa de Deus. Esse desejo forte descrito pelo salmista de habitar na casa de Deus seria também o nosso? Devemos ter um desejo intenso de nos reunirmos com o povo de Deus, porém, muitas coisas e afazeres domésticos atrapalham a vida das pessoas que insistem e colocam em primeiro plano as coisas do mundo, e adotando essa postura, no dia a dia, se distanciam cada vez mais das coisas do Senhor.

"Até a cegonha pelo ar reconhece a estação, e as rolas e as andorinhas são fieis à migração. O meu povo, porém, não conhece a lei do Senhor" (Jeremias 8,7). Naquela região dava para se observar a migração das cegonhas. Noticiários relataram que, durante uma primavera, mais de 300 mil cegonhas-brancas migraram da África para o norte da Europa, passando pelo vale do Jordão. Elas conhecem perfeitamente o tempo de seu retorno para o próximo verão. Impressionante né? Elas possuem uma sabedoria natural e conhecem as estações por puro instinto. Assim como as cegonhas, também possuímos sabedoria para discernir o tempo em que vivemos: "... Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Aí vem chuva. E assim sucede. Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: Haverá calor. E assim acontece. Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?" (Lucas 12,54-56). Diferentemente das cegonhas, não reconhecemos o tempo por instinto; para reconhecermos o tempo em que estamos vivendo precisamos do conhecimento da palavra de Deus. "Os sábios consternados e confundidos ficarão cobertos de vergonha, por haverem repelido a palavra do Senhor; qual seria então a sabedoria deles?" (Jeremias 8,9). Os israelitas não conseguiram discernir o tempo nos dias de Jeremias, porque rejeitaram a palavra do Senhor, faltou sabedoria. A lição da cegonha nos remete ao tempo em que vivenciamos agora. Há muitas evidências de que estamos vivendo o tempo do fim.

Há várias passagens bíblicas em torno da águia voando nos céus, inclusive da terra prometida. Ela faz seu ninho em lugares muito altos e seus olhos enxergam longe, do alto procura alimento: "É por tua ordem que a águia levanta o voo, e faz seu ninho nas alturas? Ela habita o rochedo, e nele passa a noite, sobre a ponta rochosa e o cimo escarpado. De lá espia sua presa, seus olhos penetram as distâncias" (Jó 39,27-29). É impressionante como a águia consegue enxergar uma presa a um quilômetro de distância. Da mesma forma que a águia vê longe, Deus nos mostra por meio dos livros sagrados as coisas que estão próximas a acontecer, basta prestar atenção nas escrituras e reconhecer os sinais através do tempo, como nos ensina a lição da cegonha. "Desde o princípio eu predisse o futuro, anuncio antecipadamente o que ainda não se cumpriu. Meu plano realizar-se-á, executarei todas as minhas vontades" (Isaías 46,10), portanto, assim como Deus nos deu sabedoria e inteligência devemos manter essa proximidade dele e ser obediente "Ah! Se tivesses sido atento às minhas ordens! Teu bem-estar assemelhar-se-ia a um rio, e tua felicidade às ondas do mar; tua posteridade seria como a areia, e teus descendentes, como os grãos de areia; nada poderia apagar nem abolir teu nome de diante de mim" (Isaías 48,17-18).

A Bíblia compara as pessoas que confiam em Deus como águias: "Mas aqueles que contam com o Senhor renovam suas forças; ele dá-lhes asas de águia. Correm sem se cansar, vão para a frente sem se fatigar" (Isaias 40,31). Para voar alto a águia procura uma coluna de ar quente e abre suas asas voando em circulo dentro dessa coluna e dessa forma, consegue subir cada vez mais, pairar e voar a longas distâncias, sem usar suas próprias forças. Assim, somos comparados às aguias que recuperam as forças e alçam voos altos. "Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós. Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos" (2 Coríntios 4,7-8)

Dias antes de sua morte Jesus com profunda tristeza pronunciou: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos debaixo de suas asas... e tu não quiseste!" (Mateus 23,37). O modo como as aves protegem seus filhotes descrevem o sentimento de Jesus ao querer proteger e reunir o seu povo debaixo de suas asas, porém, o povo desviou-se. A galinha faz seu ninho em terra, e por isso, deve estar muito atenta; quando se vê ameaçada por um gavião ela cacareja muito alto alertando os pintinhos do perigo e assim, eles se escondem debaixo de suas asas que também os protegem do calor do sol e da chuva forte. Assim, a lição da galinha ensina que devemos nos proteger debaixo das asas do Senhor que nos oferece proteção, alívio das dores e dos problemas, e principalmente a Salvação! "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas" (Mateus 11,28-29).

Apreciando a natureza e a criação sabemos que nada foi criado em vão, tudo tem seu propósito. A partir de agora ao observar as aves, lembre-se das lições aprendidas através das comparações bíblicas. A andorinha nos ensina a valorizar o local onde adoramos ao Senhor. A lição da águia nos ensina a alçar altos voos. A proteção sob as asas do Senhor que tanto buscamos está na comparação dos pintinhos que buscam proteção debaixo das asas da galinha. E da cegonha aprendemos a discernir o tempo em que vivemos e sabemos que estamos vivendo o fim.

“Os que esperam em Deus recuperarão as forças e voarão alto como as águias.”