Os três ais de um amor que nos chama para vida.
Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar. Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas. (Luc 6:24-26). Aqui Jesus cita os três ais.
Talvez por ouvir ou ler frequentemente tenhamos esquecido do caráter revolucionário que aqui se faz visto. As afirmações de Jesus são bem adversas as leis que daria qualquer filósofo ou sábio. Pois cada uma das Bem-aventuranças é um desafio. Para aquele que busca praticar o amor.
Como disse Adolf Deissmann, o teólogo que demonstrou que o idioma do NT é o koiné: " As afirmações de Jesus foram feitas em uma atmosfera carregada de eletricidade. Não se trata de um lume rápido de estrelas cadentes e silenciosas, mas sim de relâmpagos seguidos por um trovão de surpresa e admiração." Ou seja, são ideias que confrontam os ideais de um povo, que se guia pela materialidade.
Jesus chamou de felizes àqueles que o mundo considerava desgraçados, e desgraçados aos considerados felizes. Ele aqui põe um fim a todos os valores que mundo ama e tem como meta, esquecendo-se que a vida vai além da materialidade. Jesus nos chama para o equilíbrio de uma vida que usa a materialidade para aprimorar a espiritualidade.
A palavra traduzida por (tendes), vem do grego (απεχω apecho), que aqui ela toma um significado interessante, pois Jesus utiliza o verbo que se usava quando se saldava uma conta. É uma palavra de negócios, que um comerciante escrevia sobre sua conta quando estava saldada, e não restava resíduo algum.
Parafraseando o que Jesus disse: "Se entregarmos o nosso coração e empenharmos toda a nossa energia de vida para obter o que o mundo valoriza, teremos o que o mundo oferece, efemeridade que morre ao fim de um círculo." Um carro quando sai da linha de montagem, ao sair começa a corroer, ou seja, morrer, pois só o amor tem em si a eternidade e se faz novo a cada momento.
Há três verdade que se fazem vivas no Evangelho, Jesus prometeu três coisas a seus discípulos: Que venceriam o medo paralisante, que teriam vida plena na plenitude da felicidade, que teriam dificuldades, mas a paz o seguiria. E estas promessas chegam até nós de forma viva, basta que abramos o nosso coração ao seu gracioso amor.
E a verdade do amor nos libertará dos grilhões dos eitos, preceitos e preconceitos. Fazendo a vida florescer diante dos nossos olhos, vida que antes não víamos, mas ela estava ali na nossa frente. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).