Que o amor fraternal nos leve a acudir os que tropeçam. (Parte final)
Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo. (Gál 6:1,2). Aqui Paulo ensina os da igreja como lidar com aqueles que tropeçam na caminhada Cristã.
E ainda vemos Paulo citar por duas vezes para que levemos as cargas de outrem. Há um tipo de carga que provém das oportunidades e das mudanças da vida; sua origem é externa; a pessoa aguenta uma crise, uma situação de emergência ou uma tristeza. Cumpre-se a lei de Cristo ajudando a este alguém que está acossado, nesta emergência.
E também há outro tipo de carga que nós colocamos sobre os ombros de outrem. As vezes por sairmos ou resistirmos com melhor eficácia nas coisas da vida, pensamos que os outros devem ser iguais a nós. Mas cada um tem sua força e seus pontos fracos, cabendo a cada um de nós ajudar o outro a vencer a sua fraqueza. Pois quando assim o fazemos deixamos de colocar cargas sobre os ombros de outrem, e praticamos o amor que Cristo nos ensinou.
E ainda há uma carga que é nossa: Porque cada um levará o seu próprio fardo. (Gál 6:5). A palavra que Paulo usa é (φορτιον phortion). Que está relacionada as fraquezas da consciência que oprimem a alma. Aqui entendemos que as ingratidões, as traições e o desamor sempre estarão a nossa volta, cabe a cada um de nós buscar forças na oração junto ao Espirito Santo, fortalecendo assim a nossa alma, e nos abastecendo de amor para amar.
E também segundo os linguistas esta palavra aplica-se à mochila do soldado. Há um dever que ninguém pode cumprir por nós e uma tarefa da qual somos pessoalmente responsáveis. Jesus disse: Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. (Luc 9:23). Pois ao erguemos a nossa cruz entendemos o quanto o outro precisa de nossa ajuda.
Isso nos ensina que todo dia devemos levantar prontos para servir, tal qual soldados que jamais deixa a sua mochila de lado, em nosso caso a cruz. E mais na caminhada haverá momentos que deveremos ajudar o próximo a levar a sua mochila emocional. Mesmo que a nossa mochila esteja emocionalmente carregada, pois aquele que age assim tem como ajudador o Espírito Santo.
Então que neste dia, que cada um de nós se auto avalie para reconhecer a sua carga, e que nesta autoavaliação busquemos entender que sobrecarregar o próximo com as cargas da culpa, da vergonha e da punição não é atitude de um irmão que pratica o amor fraternal. Então ergamos a nossa mochila onde as munições do amor, da compreensão e do perdão estão guardadas e sigamos prontos para ajudar a levantar os que tropeçam. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).