O dogma é necessário
O DOGMA É NECESSÁRIO
Miguel Carqueija
Volta e meia nós, católicos, somos acusados de ser “dogmáticos”. A Igreja Católica é condenada na mídia por causa de seus dogmas.
Nisso tudo o irônico é que a Igreja é “condenada”, acusada, justamente por aquilo que é seu apanágio: o dogma! Só não digo que nós nos orgulhamos dos dogmas porque São Paulo advertiu que só devemos nos gloriar na Cruz (Gálatas 6,14).
E não é verdade que a Fé é uma crença cega nos dogmas, pois existem os seus fundamentos racionais, como tão bem os expõe o Padre Duvivier no “Curso de Apologética Cristã”. Afinal o que há de errado em que uma religião tenha doutrina dogmática? O contrário disso seria viver na areia movediça. Você quer viver na areia movediça? O grande Papa Bento XVI alertou sobre a “ditadura do relativismo” que destrói a noção de realidade. Se tudo é relativo então nada é certo, nenhuma certeza pode então existir — nem a de que existimos. Além disso, pelo princípio de identidade das coisas, uma religião é o que ela é, ou seja, a sua doutrina. Você pode até duvidar que Jesus seja Deus — mas então a sua fé não é católica, pois ser católico equivale, entre outras coisas, a crer na divindade de Cristo. Sem o dogma uma religião não tem identidade. Ora, como já coloquei no meu artigo “A Igreja Católica e a identidade do hipopótamo”, até o hipopótamo tem sua identidade, não estaria regulando bem quem quisesse sustentar que um hipopótamo não é um hipopótamo.
E notem bem, todo mundo crê em dogmas no fim das contas. Vejam o matemático: ninguém é mais dogmático. Tente convencer um matemático que dois mais dois não dá quatro ou que 3x5 nem sempre dará 15. Ele é capaz de te mandar para a tonga da mironga do kabuletê.
Os nossos irmãos ateus, em sua religião, também são muito dogmáticos. Entre os mais importantes dogmas do Ateísmo citamos desde já: “Deus não existe” e “não há vida após a morte do corpo”.
Já enxergo nossos irmãos ateus, se vierem a ler este texto, a saltar: “Mas isso não são dogmas! São apenas proposições, postulados...”
Ora, podem chamar do que quiserem mas, é questão de semântica, mas é claro que estamos diante de dogmas, no caso dogmas ateus. Como no caso anterior são dogmas matemáticos.
Para nós católicos o dogma de Fé é a nossa segurança, a segurança que a Palavra de Deus nos traz pela Revelação. E podem crer, é altamente gratificante a nossa Fé. E nela queremos viver e morrer.
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2019.
imagem pixabay: a Praça de São Pedro em Roma
O DOGMA É NECESSÁRIO
Miguel Carqueija
Volta e meia nós, católicos, somos acusados de ser “dogmáticos”. A Igreja Católica é condenada na mídia por causa de seus dogmas.
Nisso tudo o irônico é que a Igreja é “condenada”, acusada, justamente por aquilo que é seu apanágio: o dogma! Só não digo que nós nos orgulhamos dos dogmas porque São Paulo advertiu que só devemos nos gloriar na Cruz (Gálatas 6,14).
E não é verdade que a Fé é uma crença cega nos dogmas, pois existem os seus fundamentos racionais, como tão bem os expõe o Padre Duvivier no “Curso de Apologética Cristã”. Afinal o que há de errado em que uma religião tenha doutrina dogmática? O contrário disso seria viver na areia movediça. Você quer viver na areia movediça? O grande Papa Bento XVI alertou sobre a “ditadura do relativismo” que destrói a noção de realidade. Se tudo é relativo então nada é certo, nenhuma certeza pode então existir — nem a de que existimos. Além disso, pelo princípio de identidade das coisas, uma religião é o que ela é, ou seja, a sua doutrina. Você pode até duvidar que Jesus seja Deus — mas então a sua fé não é católica, pois ser católico equivale, entre outras coisas, a crer na divindade de Cristo. Sem o dogma uma religião não tem identidade. Ora, como já coloquei no meu artigo “A Igreja Católica e a identidade do hipopótamo”, até o hipopótamo tem sua identidade, não estaria regulando bem quem quisesse sustentar que um hipopótamo não é um hipopótamo.
E notem bem, todo mundo crê em dogmas no fim das contas. Vejam o matemático: ninguém é mais dogmático. Tente convencer um matemático que dois mais dois não dá quatro ou que 3x5 nem sempre dará 15. Ele é capaz de te mandar para a tonga da mironga do kabuletê.
Os nossos irmãos ateus, em sua religião, também são muito dogmáticos. Entre os mais importantes dogmas do Ateísmo citamos desde já: “Deus não existe” e “não há vida após a morte do corpo”.
Já enxergo nossos irmãos ateus, se vierem a ler este texto, a saltar: “Mas isso não são dogmas! São apenas proposições, postulados...”
Ora, podem chamar do que quiserem mas, é questão de semântica, mas é claro que estamos diante de dogmas, no caso dogmas ateus. Como no caso anterior são dogmas matemáticos.
Para nós católicos o dogma de Fé é a nossa segurança, a segurança que a Palavra de Deus nos traz pela Revelação. E podem crer, é altamente gratificante a nossa Fé. E nela queremos viver e morrer.
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2019.
imagem pixabay: a Praça de São Pedro em Roma