Deus eleva os humildes
Padre Geovane Saraiva*
No confronto do dia a dia dos cristãos, ao longo da caminhada espiritual – sem se separar do que é duro e penoso –, suave é a presença de Maria, Mãe de Deus. Junto de Maria tudo se torna mais complacente e acessível. O coração que tende ao desânimo, decorrente do cansaço, num mundo agitado pelas fortes marés, tempestades, encontra conforto e consolo, novo vigor e nova esperança, que, segundo o Livro Sagrado, encontra a vida e alcança a ternura do Senhor (cf. Pv 8, 35).
A Santa Mãe de Deus foi a primeira a se colocar diante das ondas inevitáveis, das tentações e do caminho estreito e exíguo, indicadores da santidade de Deus. Maria, entre todas as criaturas, iniciou o sagrado caminho da cruz, na mais profunda experiência da elevação através do sofrimento. Que a piedade do mês mariano nos ajude no sentido de nos convencer a ter o olhar voltado para Deus, ao invocá-la com o título de Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira, Mãe do Perpétuo Socorro, etc. Vindo ao nosso encontro, que ela nos conduza, assim, ao seu Filho, Jesus, facilitando a nossa busca da vontade de Deus, no ingresso ao segredo da vida interior, da vida de oração.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, nos fala de Maria como uma mulher que atingiu a perfeição, límpida, sem ruga e sem lisura, resplandecendo como modelo de virtude a todas as comunidades dos eleitos, que se dispõem a seguir os passos de seu Mestre e Senhor. Assim é que nas ações dos seguidores de Jesus de Nazaré no mês de maio deveria se cumprir e considerar sempre e cada vez mais a verdadeira piedade a Maria Santíssima, vendo-a como modelo ideal na caminhada espiritual, a partir da profundeza de sua alma, ao se encantar com a palavra de seu Filho: “Uma só coisa é necessária!” (cf. Lc 10, 41). Ela viveu acima de todo ser vivente.
Que Deus dê a todos a graça da compreensão daquilo que é único e necessário à vida dos cristãos: viver o Evangelho de Jesus. Assim descreve a jornalista Mirticeli Dias de Medeiros sobre o Papa Francisco, com seu jeito de se voltar para Maria: “Um líder que não tem medo de driblar as barreiras linguísticas para atingir o coração – de todos, sem exceção. Seus gestos calam o grito dos desesperados. Seu governo derruba do trono os poderosos e exalta os humildes. É um verdadeiro magnificat”. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza