A áureas condições do ser Cristão.
Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. (Luc 9:23). Aqui Jesus estabelece as condições e o dever daqueles que o seguem. Ou seja, aqui fica evidente que um religiosismo sem uma atitude firma de nada vale. Hoje trataremos de duas das condições.
A primeira condição vai de encontro com o que o mundo hodierno tem como verdade. “Negar-se a si mesmo.” Mas o que significa isto? Quando estudamos o Evangelho vemos que Pedro numa feita negou a Jesus quando ele disse: Mas Pedro negava, dizendo: Mulher, não o conheço. (Luc 22:57). Ou seja, não tenho nada a ver com esta pessoa e a sua vontade não faz parte de minha vida.
Então entendemos que negar a nós mesmos quer dizer: Não conheço o mim mesmo. Não tenho intimidade com os meus desejos nem com minhas ambições egoicas. Ou seja, negar a si mesmo é por de lado o desejo de vingança, o ódio, as magoas advindas do amor-próprio ferido. Negar a si mesmo é entender que o bem-estar alheio é mais importante do que o nosso. Mas quase sempre tratamos a nós mesmos como se nosso eu fosse o mais importante do mundo, como se fossemos o centro do universo. Mas Jesus não agiu assim e nem nos ensinou a ser assim.
A segunda é: Tomar sua cruz. Mas o que significa isto? Jesus sabia muito bem o que significava a crucificação. Segundo os historiadores, quando ele era menino de uns onze anos, Judas o Galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao exército real em Seforis, que estava a uns seis quilômetros de Nazaré.
A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram a cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois mil rebeldes foram crucificados a beira do caminho para que fossem uma terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo. Jesus sabia o terror que era crucificação, e nem por isso fugiu dela, e foi o amor que o manteve firme.
Então entendemos que tomar nossa cruz significa estar preparados para enfrentar coisas da maneira que elas vierem. Não porque isto nos fará bem ou nos trará algum ganho, mas sim por amor, gratidão e fidelidade a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que o mundo possa nos apresentar, e fazê-lo porque o amor e respeito ao próximo nos impulsiona a fazer.
Usar o nosso tempo de vida para levar vida a outras vidas. Ei aqui a diferença visão Cristã e de todas as pautas terrestres. Pois o Cristão que é guidado pelo amor, jamais pergunta: “Quanto poderei obter?”, e sim: “Quanto posso dar?” Não se importa com o questionamento: “O que é seguro?” Mas sim: “Com o que é correto!” Não se pauta: “No mínimo esforço?” Mas sim: “Ora para pôr em ação um superesforço!”
O Cristão deve dar-se conta de que a vida lhe é dada, não para que a guarde para si, mas sim para utilizá-la para outros; não para poupar sua chama, e sim para consumir-se por Cristo e para o próximo, até porque a vida só é vida quando podemos contemplar a beleza da vida que nos cercam, seja na singela flor, nas animálias, em toda a beleza da natureza, no lindo sorriso do ser amado ou na graça de uma criança. Pois só e vida quando o amor vence o ego. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).