Domingo do Bom Pastor

Padre Geovane Saraiva*

O povo de Deus é chamado a pensar, de alma e coração elevado, a partir da compaixão do Pai, mas em conformidade com os ensinamentos do Bom Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, em estreitos laços de comunhão com as ovelhas ou rebanho do Senhor. A dinâmica aqui tem por base o Evangelho de Jesus, segundo São João, o do Bom Pastor, que conhece suas ovelhas, uma a uma, sem esquecer-se de nenhuma delas, mesmo aquela que parece ser a última. Tal dinâmica nos leva à certeza de que o Pai deu as ovelhas ao Filho e as confiou, sendo, imensuravelmente, infinito e maior.

Alegra-nos fazer parte do rebanho do Senhor, hoje estando à frente do referido rebanho o Papa Francisco, por quem suplicamos orações aos seguidores do Bom Pastor, na Igreja Católica e nas demais confissões, ao se sentirem responsáveis também pelo mundo, feito para todos. É sempre bom entrar mais na lógica do vasto mistério do Bom Pastor, não pensando em tirar proveitos e vantagens, mas, sim, graça e dom dadivosamente oferecidos, indistintamente, às mulheres e aos homens de boa vontade, dispondo-se a acolhê-lo, do íntimo do coração.

Como é indispensável tal proposta! Ela está abrigada como desígnio de Deus, a partir das primícias do Evangelho, as quais foram reservadas em primeiro lugar ao povo hebreu, que no seu meio o Bom Pastor desenvolveu o sagrado ministério que o Pai lhe confiou. Percebe-se, muito claro, que depois da ressurreição Ele mesmo ordenou aos seus discípulos pregar a boa-nova a todos os povos (cf. Lc 24, 47). Hoje, o Bom Pastor, na voz do Papa Francisco, quer o mesmo rebanho traduzindo-se em ternura e compaixão, quer um rebanho em saída, inclusivo e que anuncie e faça chegar esperança a todos os povos.

Cabe a nós, aos olhos da fé, acolher a proposta irrecusável do nosso Mestre e Pastor, de passar pela porta estreita, numa consciência de que o Bom Pastor, aquele que ofereceu sua vida por todas as pessoas, não excluiu ninguém do seu rebanho. Rejeitar conscientemente sua mensagem de salvação é autoexclusão de dons, graças e da própria vida a nós oferecida, numa rejeição e num virar as costas ao Pastor do Rebanho, lastimavelmente nos reconhecendo “indignos da vida eterna”.

Convencidos de que “nós somos, Senhor, seu povo e seu rebanho” (Sl 110), como o Padre Charles de Foucauld, digamos: “As ovelhas estão unidas ao seu pastor, porque o olham, seguem-no e obedecem-lhe. A exemplo delas, que eu vos siga e vos ame, ó meu divino Pastor! Que eu vos olhe pela contemplação, siga-vos pela imitação, em total obediência”. Amém!

*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 11/05/2019
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