A ÁRVORE DA VIDA (Gn 2.9, 16-17; 3.2-3, 22-24)

A proibição inicial ordenada por Deus, no Éden, atingiu somente a “árvore do conhecimento” ou também a “árvore da vida”?

Há quem diga que sim. Que só foi para a primeira! Eu entendo que não, abrangeu também a segunda!

Os que dizem que sim, baseiam-se no fato de Deus só, no entender deles, estar proibindo Adão e Eva de comerem da árvore do conhecimento (“do bem e do mal”), mas não da “árvore da vida”! (Gn 2.16-17; 3.2-3)

Meus raciocínios favoráveis a que Deus estava também proibindo o comer tanto uma quanto a outra das mencionadas árvores, a do “conhecimento” e a “da vida”, são os seguintes:

Primeiro, porque Ele põe em relevo e em “pé de igualdade” (v 9) ambas as árvores!

Segundo, porque não haveria sentido o texto de Gn 3.22-24, que levou Deus a lançar o casal para fora do Éden, “para guardar o caminho da árvore da vida”, que era uma das intocáveis.

Terceiro, porque Eva, tendo sido o instrumento do Diabo (com seus pensamentos sugeridos, intenções aguçadas e ações concretizadas), por Ele (Diabo), já estando seduzida, numa fase de concupiscência (Tiago 1.14, 15), para receber suas “instruções” diferentes do que Deus lhe havia passado e a seu marido. Ela (Gn 3.3), ao repetir para o Diabo as “proibições de Deus”, omitiu uma das árvores – a da vida – daí porque muitos entendem que a proibição de comer se deu apenas à do “conhecimento do bem e do mal”, entendo eu. Veja no verso 2, de Gênesis 3, que o próprio Diabo também omite essa árvore. Ele não fala nela também!

Mas, podemos perceber que foi mesmo uma omissão, pois Eva usa os termos “no meio do jardim” (3.3) idênticos aos que Deus havia dito (2.9). Ora, qual árvore se continha no “meio do jardim”? A árvore da vida! Ela usa a fraseologia de Deus, mas omite um dos objetos de proibição, tal como já sugerido pelo seu interlocutor de eisegese – ou seja, um exegeta torcedor de sentido de textos – o Arquiinimigo das almas! Ele vem com uma frase pronta para Eva, pondo as palavras em sua boca, inocente e enganada!

Se ela tocasse na “árvore da vida” – símbolo da vida eterna - com seu corpo corruptível estaria fadada e viver eternamente com um corpo corruptível. O que seria um contrassenso e fora dos planos de Deus! A vida eterna só se a obtém, pela graça, mediante a fé em Cristo, que nos chega à mente e coração por meio de Sua Palavra, principalmente a “palavra da cruz”, ou seja, os ensinos (Doutrinas) que versam sobre o acontecimento ocorrido no Calvário – a crucificação de Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que nos livra da pena e da culpa do pecado, que, no tempo de Adão, AINDA NÃO HAVIA OCORRIDO. Para o casal edênico, isto (o Calvário) era fato não presente em suas vidas. Era fato futuro, daí, porque entendo que estava implícita também a “proibição de Deus” para que o casal do Éden terrestre não comesse da “árvore da vida”! (Para Deus, teoricamente, o cordeiro foi conhecido antes da fundação do mundo – 1ª Pd 1.20, mas para Adão e Eva, ainda não!)

Quarto: porque o acesso à “árvore da vida” dar-se-ia só com a morte de Cristo, conforme o proto evangelho de Gênesis 3.15, que Deus já ensinava a Adão (Gn 3.21), de que só os lavados no sangue do Cordeiro é que teriam acesso à VIDA ETERNA (simbolizada na “árvore da vida”, em Gênesis) apontada também no Apocalipse (Ap 22.14).

Bíblia utilizada: versão ARA (Almeida Revista e Atualizada), 2ª edição 1999 - SBB

Rive (ES), 21 de abril de 2019