Na transformação do eu, a essência se aviva. (Parte 2)
Quem ama a sua vida a perderá, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, a guardará para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. (Joã 12:25,26). Jesus disse que a Vida só chega por meio de uma morte. O grão de trigo era inútil e não dava fruto enquanto se conservava inteiro, por assim dizer, seguro e a salvo. Mas o mesmo dava frutos quando era moído para servir de alimento a vida, ou quando era enterrado no solo, como em uma tumba dá frutos maiores. E aqui fica declarado duas verdades que deve permear a vida de um Cristão.
Desta feita estudaremos a segunda parte que se refere ao que nasce quando morre algo.
Como foi dito o estudo conjunto desta passagem com o que Paulo ensina no capítulo cinco de sua carta aos Gálatas nos leva a entender que qual tipo de vda Jesus se refere. Se as dua primeiras menções sobre vida é (ψυχη psuche), a terceira é: ( ζωη zoe). Que entre seus significados têm o de: A absoluta plenitude da vida, tanto em essência como eticamente, que pertence ao amor Deus e, por meio dele, ao “logos” hipostático e a Cristo, vida real e genuína, vida ativa e vigorosa, abençoada. Ou seja, a vida na plenitude do sempiterno amor e Deus que em parte já se faz verdade aqui neste mundo.
Paulo fala do fruto do Espírito: Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. (Gál 5:22,23). Sendo assim entendemos que ao buscarmos a ajuda do Espírito Santo para transformar o baixo sentir, a real essência do ser se avivará em nós. E a nossa alma na medida em que é transformada por Deus; o pecado de errar o alvo (αμαρτια hamartia), se transforma no acerto. Que nos levará a alcançar o seu mais alto fim e eterna e segura bem-aventurança, e a real designação que é a vida eterna.
E aqui vemos que Jesus chegou aos ortodoxos da época com uma nova visão da vida. Eles viam a glória da vida como uma conquista, como uma aquisição de poder e do direito a governar. Jesus via a glória como uma cruz. Ensinou que a vida só chega por meio da morte; que era preciso morrer o velho para que nasça o novo. Que ao entregarmos a vida por amor ganharemos vida; que a grandeza só chega pelo serviço. Que era e, é preciso purgar-nos do mal sentir para que a essência do Pai brilhe e viva vida em nós.
E o mais extraordinário é que quando nos pomos a pensar, o paradoxo de Cristo não está em odiar a vida, mas sim em relegar e transformar aquilo que destrói a vida. Ou seja, limpar a nossa alma de todo egoismo. Pois só uma alma limpa é solo fértil para o fruto do Espírito, e somente o fruto do Espírito nos capacita a entender o amor, que é vida sobre a vida, pois Deus é vida e, é O Amor. Que cada um faça uso do seu livre arbítrio, pois se escolhermos o ego e seu efêmero poder findaremos com a efemeridade, mas quando escolhemos sempiternidade do vivo amor que serve escolhemos vida e vida eterna no Amor.
(Molivars).