O EVANGELHO DE PONTA CABEÇA - QUANTOS VÃO SER ARREBATADOS?

Eu iniciei essa série: O Evangelho de Ponta Cabeça, tentando mostrar que existem outras maneiras de se observar o Evangelho, além daquelas que são as maneiras mais comuns e difundidas pelas Igrejas.

Existe uma grande parcela de pessoas, inclusive eu, que não acreditam de maneira alguma num Arrebatamento secreto pré-tribulacional, ou seja: Existem muitas pessoas que não acreditam que Deus vai arrebatar a Igreja antes da Tribulação, período em que veremos um inimigo muito poderoso da Igreja, chamado de Anticristo.

Eu não acredito num Arrebatamento Secreto, anterior à Tribulação, mas o Arrebatamento é algo predito nas Escrituras e ocorrerá, porém nem no dia e nem na hora que estamos acostumados ao que nos ensinaram, e digo com todas as letras: nos ensinaram errado.

QUANTOS SERÃO ARREBATADOS?

Mas esse artigo não é para discutir sobre se o Arrebatamento será antes, durante ou depois da Tribulação. Antes quero aqui pensar com vocês sobre quantos vão ser arrebatados. E já respondo logo que eu não sei quantos exatamente serão arrebatados. E a questão nem é essa, mas a questão é que milhares e milhões no mundo todo estão aparentemente preocupados em ser encontrados vivos espiritualmente naquele momento e pautam as suas vidas por isso, porém existem milhares e milhões que estão em processo e que não estão propriamente convertidos e diria, nem prontos a serem arrebatados agora. Estão em processo. Processo de aprendizado. Processo de entenderem que tem pecados que precisam serem tratados por Deus. Processo em se conhecer. Processo em conhecer a Igreja pelo lado de fora. Processo de se decepcionar com a vida, consigo mesmo, com os familiares, com a Igreja, com Deus, com tudo.

O aprendizado exige em alguns momentos o afastamento do Espírito, para que as nossas trevas se manifestem, pois existem muitos que acreditam que assim que entram na Igreja, se iludem imaginando – errado – que já estão prontos para entrarem no Céu e não estão. Alguns só vão cair em si depois de muitos anos. Outros Deus já trata logo e assim que entra na Igreja os problemas já vem, para quebrá-lo, até que ele, que ela, compreenda que ser crente é ser dependente de Deus até para respirar. Enquanto houver uma autosuficiência em nós, um apontar o dedo, que demonstra que o outro tem pecados e que eu, o apontador de dedos não tenho, então eu, e não o outro, precisa ser tatado por Deus.

Isso não significa que Deus nos abandonou, mas que estamos em processo. Processo de aprendizado. Processo de sofrimento. Processo de deserto. Processo de banco. Processo de preterido, que quer dizer: desprezado, escanteado na Igreja, na vida, jogado de lado, abandonado, não consultado.

Alguns não compreendem como Deus pensa. Quando um pregador está pregando bem e cada vez melhor e coisas estão acontecendo, Para Deus usá-lo melhor, sem que egoísmos e entranhamentos estranhos e carnais não interfiram, Deus o quebra, o humilha, o permite passar por provações duras, onde as lágrimas serão derramadas e vão doer enormemente.

Muitos estão pautando as suas vidas no Arrebatamento pré-Tribulacional. E se não for assim? Metade da Igreja no mundo não crê mais num Arrebatamento antes da Tribulação. Isso é uma tendência mundial, é o Espírito Santo nos abrindo os olhos para a verdade do Evangelho.

A minha preocupação não é com os que serão arrebatados, pois alguém será literalmente arrebatado. Mas não serão todos arrebatados. Ninguém sabe quando ocorrerá o Arrebatamento, se nessa geração, ou daqui a cinqüenta gerações. Todas as épocas tinham elementos que faziam crer que aquela geração veria o Arrebatamento, assim como veria também a Tribulação. Porém até hoje isso ainda não aconteceu.

Os arrebatados serão poucos, em comparação à quantidade total dos cristãos em todos os tempos. Todos os crentes serão arrebatados? É claro que não. Os que vão ser arrebatados serão apenas amostragem da Igreja na presença de Deus. Amostragem. Sabe aquelas pequenas amostras de perfume? Os arrebatados serão amostra do que Deus tem para todos os crentes.

O CÉU NA TERRA – O UNIVERSO A NOVA MORADA DE DEUS?

O que nos faz olhar para uma outra questão importante. Todos vão para o Céu? Apesar de altamente difundida essa idéia no meio gospel, uma leitura mesmo que apressada de Apocalipse, nos seus últimos capítulos nos dão mais duvidas do que respostas.

Jesus disse que ele iria para o Pai e iria nos preparar lugar. Isso nos dá a impressão nítida que todos os crentes irão morar no Céu para sempre. Em outros lugares diz-se que o Céu tem ruas de ouro e cristal. Ai no fim de Apocalipse uma cidade quadrada vai pairar (eternamente?) sobre o Israel terreno e a Terra será mudada, sendo que os mares vão deixar de existir, a Terra será toda ela aplainada e Cristo estará conosco para sempre... na Terra, lugar do novo endereço de Deus. Deus vai mudar de endereço e irá morar no Universo, hoje ele está além do Universo, num outro lugar chamado Céu? Onde é o Céu? Se o Céu engloba o Universo, o Universo está contido dentro do Céu, porque então Deus vai mudar de endereço e porque o Céu vai mudar de endereço. O Universo, o vasto Universo será a nova morada não do homem, mas de Deus? O Universo que até aqui era a nossa morada, será que era mesmo a nossa morada? Será que o Universo não é a morada de Deus? Se for ai se explica melhor o tamanho, os mistérios e tudo o mais que tem e que sabemos existir e tudo o mais que tem e a gente nem tem a idéia que existe. O Céu era provisório?

Quem vai ser arrebatado vai morar no Céu, ou vai morar na cidade quadrada acima de Apocalipse? Quem for para a cidade poderá vir à terra?

A ESPERANÇA DO QUE NÃO ESTÁ ESPERANDO O CÉU

Como diz o Pastor Luciano da Vale de Bençãos - Brasilandia, agora eu cheguei onde queria.

Esse artigo foi criado para dar esperanças ao cristão que está em processo, o crente que não se imaginava pecador, mas que foi provado “ipsis litteris” (assim como está escrito) que o pecado é o problema do ser-humano. O pecado é o meu problema e o pecado é o seu problema, assim como é o problema de todos os seres humanos. O mais é conseqüência do pecado, mas o problema é o pecado.

Me causa tristeza olhar para os crentes que não se desviaram, mas foram desviados. Situações ocorreram e o forçaram a ir caminhos que não o de Deus, mas ele sabe que errou e quer voltar, mas o pecado o atacou, derrubou no chão e o venceu. Hoje o crente tem uma mancha, um nódulo, uma sujeira, que não existia antes. O provado, sabe que tem uma tendência pecadora feia, suja, que o leva para longe de Deus. E como tenho o costume de dizer: pecado que é pecado mesmo tem que ser feio, sujo, separador de famílias, tem que envergonhar, tem que marcar para sempre. Pecado bom é o que nos humilha, nos quebra, nos derruba e nos faz enxergar que o perdão de Deus é algo impressionante. O perdão de Deus é maior do que se pode achar, imaginar, ou querer. O perdão de Deus é um perdão misericórdia.

Desculpa é quando eu posso arrumar a situação, como chegar atrasado no culto, é só calibrar o relógio corretamente. Perdão é quando se faz algo que não tem desculpa. Perdão é para o namorado que traiu a namorada e ela descobriu. Não tem desculpa, mas pode ter perdão. O agravado pode escolher esquecer, se o pecador se retratar e não fazer mais. Há esperança para o traidor. Há esperança para a esposa que engravidou de outro que não o seu marido. Há esperança para quem praticou algo inominável. Há esperança em Deus. Só em Deus. Só Deus. Deus.

AFLITOS PELOS EM PROCESSO DE CURA

Posso dizer que tem bastante tempo que estou aflito pelos que estão em processo de restauração. Aqueles que estão na Igreja, mesmo que crendo num Arrebatamento Secreto, pré-tribulacional, ou não, eles estão pautados num Arrebatamento. Porém e os que estão afastados, desviados, escanteados, no fundo, como aquele homem da mão mirrada (Marcos 3), que estava no fundo da Igreja? Como fica aquela irmã que está passando um processo tão doloroso que aparenta que não tem solução?

Ontem numa Palavra sobre Páscoa, no culto no nosso lar, tive um insight, uma revelação de Deus. A situação dos que estavam no Egito, momentos antes de lá saírem, em Êxodo 12, quando o Anjo da Morte passou para matar os primogênitos dos Egípcios, era desalentadora. Não parecia que veriam novos dias, um novo tempo, uma solução, uma libertação.

Eu tenho me afligido não pelos que se desviaram porque não quiseram andar com Deus, os que não eram filhos e foram para não mais voltar, mas pelos que são filhos e pecaram porque foram enrolados pelo Diabo e sofrem horrivelmente, com dores na alma diariamente, pelo que aconteceu, e não vêem uma solução viável, pratica, para a solução do seu problema, que parece não ter fim e nem solução alguma.

Às vésperas da libertação, Israel parecia que iria morrer. Quando Moisés profetizou que ocorreria a morte dos primogênitos, em Gênesis 11, de certo que os Egípcios estavam imaginando que haveria uma revolta e os israelitas se levantariam para matar os filhos dos Egípcios. Haveria de estarem atentos com armas nas suas casas, que estavam fechadas e com guardas do lado de dentro. Porém morreram os primogênitos pelas mãos do Anjo da Morte, provavelmente um demônio com autorização de Deus para matar os primogênitos.

Mas a manhã chegou com novidades e a libertação chegou. Talvez você imagine que a sua libertação nunca virá. Talvez possamos sofrer ainda um pouco mais, imaginando que seremos destruídos e não há solução para a nossa vida. Mas eu tenho uma boa noticia para você. Eu tenho um evangelho, uma boa nova. Deus tem solução para você e para mim.

Se fomos humilhados, quando imaginávamos sermos exaltados. Se fomos derrubados, quando Deus disse que a gente iria se levantar, então Deus está trabalhando em nós. É inegável que tem muita gente desviada que está sendo mais crente do que muitos que estão dentro das Igrejas. O Espírito Santo está preocupado com os desviados, os em processo, os que sofrem por pecados que não queria ter cometido, mas cometeu.

Muitos estão pautados num Arrebatamento que pode ser que nunca veja, pode não ser para essa geração. Muitos se desesperam por acharem que não estão mais aptos a irem estar com Jesus, pois pecaram.

Ontem surgiu a questão da Ceia, enquanto falávamos sobre a Páscoa no Culto no Lar. Quem merece participar da Ceia? A resposta seria os convertidos. Mas quantos são realmente convertidos na Igreja? Meia dúzia, e olhe lá? E o restante? E mesmo os convertidos, eles podem mesmo participar do sangue e do corpo de Cristo? Desconfio que não. Ninguém merece. E todos merecem. Se Jesus veio para os doentes e não para os sãos, então podemos observar os elementos da Ceia como remédio para os doentes, sendo assim o doente é quem mais tem que tomar, até ficar curado. A Palavra de Paulo em 1 Coríntios não era se havia algum pecador no meio deles, pois todos somos pecadores. Mas antes que a Ceia era para ser dividida para os menos favorecidos. A Ceia era uma alimentação, um grande almoço. A Ceia é remédio para o doente. Quem merece tomar a Ceia? Ao pé da letra, o mais necessitado. Ceia não é para o que se acha o santo, o bom, o perfeito, mas para o que sabe que precisa comer do pão para ser corpo. Ceia é para o que precisa beber do vinho, para ter o sangue de Cristo, espiritualmente correndo em suas veias.

Quem mais precisa de Cristo é o doente. Então há esperanças para nós. Pra mim e para você. Fique na paz.

Amém.

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 07/04/2019
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