A REFORMA PROTESTANTE

Caro leitor do escriba,

O princípio da história da Igreja de Cristo foi glorioso, com sinais, prodígios e milhares de conversões, como lemos em Atos dos Apóstolos. Ao mesmo tempo, as perseguições se multiplicavam contra os cristãos, primeiro por parte dos judeus e depois pelos romanos.

E assim continuou durante os três primeiros séculos da nossa era, quando muitos irmãos foram lançados aos leões.

No século IV, a suposta conversão do imperador Constantino encerrou a perseguição, dando lugar à permissão ao cristianismo e depois seu estabelecimento como religião oficial do Império.

O que se viu na sequência foi a banalização da fé cristã através da multiplicação de “conversões” compulsórias ou por conveniência. Nesse contexto, nasceu o catolicismo romano.

Nos séculos seguintes, os papas criaram inúmeras regras de fé e prática, conhecidas como dogmas, sem fundamento na Palavra de Deus.

Por sua força política, a igreja católica dominou todos os setores da sociedade, fazendo o mundo ocidental mergulhar na idade das trevas.

Por volta do século XV, o declínio da igreja romana havia alcançado níveis degradantes, com a corrupção do clero e o forte comércio de cargos e relíquias sagradas.

A inquisição tinha marcado com sangue a história cristã. Além disso, a venda do perdão vinha sendo praticada há muito tempo. O povo foi proibido de ler a Bíblia, e as missas eram rezadas em latim, ou seja, quase ninguém entendia o que se falava.

Nessa época, havia um monge alemão chamado Martinho Lutero, que, como membro do clero, tinha acesso à palavra de Deus, e esse conhecimento provocou em seu coração uma grande revolta contra o estado geral da cristandade. No intuito de promover mudanças na igreja, Lutero escreveu suas 95 teses e as fixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517. Assim começou a Reforma que seria o berço de inúmeras igrejas protestantes. O movimento iniciado por Lutero caracterizou-se pela valorização das Escrituras. Sua principal ênfase teológica foi a justificação pela fé. Seu esforço foi no sentido de restaurar os valores da igreja primitiva.

Dia 31 de outubro é o aniversário da Reforma, o exemplo de Lutero ainda nos inspira. Não podemos ser indiferentes à heresia ou insensíveis aos males que se multiplicam em nossa nação. Assim como Ló, que se angustiava pelos pecados de Sodoma, precisamos sentir o que acontece à nossa volta. Precisamos orar e agir. Sejamos sal e luz para que mudanças aconteçam ao nosso redor. Sobretudo, cada um de nós deve ser inconformado com seus próprios pecados e buscar uma transformação constante para a glória de Deus.

EM CRISTO,