O CRESCIMENTO ESPETACULAR DA IGREJA
Caro leitor do escriba,
O livro de Atos registra o crescimento da igreja primitiva. Não apenas fala dos números robustos, mas, também, das estratégias de crescimento. Oração e pregação foram os dois vetores do crescimento da igreja. Uma igreja que ora e prega no poder do Espírito Santo cresce. Destaco, aqui, dois pontos vitais:
Em primeiro lugar, o expressivo crescimento numérico da igreja. O livro de Atos começa falando dos cento e vinte discípulos reunidos no cenáculo, perseverando unânimes em oração, aguardando a promessa do revestimento de poder (Lc 24.49; At 1.8; 1.14,15).
Depois do derramamento do Espírito, o apóstolo Pedro pregou uma mensagem Cristocêntrica, e a igreja recebeu cerca de três mil novos convertidos (At 2.41). Vieram as perseguições, mas estas não calaram a voz dos apóstolos. A igreja deu mais um salto de crescimento, subindo o número de homens, além de mulheres e crianças a quase cinco mil (At 4.4).
O historiador Lucas deixa de falar de números específicos, para dizer que crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor (At 5.14). Lucas registra, ainda, a multiplicação do número dos discípulos (At 6.1).
O crescimento exponencial da igreja foi resultado do crescimento da palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6.7). Não apenas os convertidos estavam entre o povo, mas, também, muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé (At 6.7b).
A igreja de Jerusalém viu tanto o martírio de Estêvão como a conversão de seu carrasco, Saulo de Tarso. Mesmo passando por lutas, a igreja tinha paz, edificando-se e caminhando no temor do Senhor e no conforto do Espírito Santo. A igreja crescia em números (At 9.31).
Mesmo fora de Jerusalém, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número (At 16.5). A igreja que começara com cento e vinte membros em Jerusalém espalha-se para Samaria, Damasco e Cesareia. Chega às cidades das províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Em menos de cinquenta anos, o evangelho chegou até Roma, a capital do império, num colossal e vertiginoso crescimento.
Em segundo lugar, os instrumentos para o crescimento saudável da igreja. Hoje a igreja oscila entre a numerolatria e a numerofobia. Há igrejas que buscam o crescimento a qualquer custo e comprometem a integridade da pregação. Há outras que se conformam com a ausência de crescimento e comprometem a urgência da pregação.
A igreja primitiva cresceu como resultado da oração, pregação e revestimento do poder do Espírito Santo. A igreja primitiva cresceu porque, em vez de criar conflitos raciais ou culturais, pavimentou o caminho da comunhão do evangelho. Os odiados samaritanos foram evangelizados. Os rejeitados gentios foram aceitos na igreja como irmãos. A igreja tinha doutrina e vida, ortodoxia e piedade, credo e conduta.
Os crentes não negociavam a verdade nem abriam mão da comunhão (At 2.42). A igreja era fiel à doutrina, mas também perseverava nas orações (At 2.42b). Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum (At 2.43).
Havia um profundo senso da presença de Deus entre eles, a ponto de em cada alma haver temor. Naquela igreja o poder de Deus não era apenas um artigo de fé, mas uma experiência diária (At 2.43b).
Estar na casa de Deus não era um peso. Unanimemente os crentes estavam na casa de Deus e, isso, diariamente (At 2.46). O louvor da igreja agradava a Deus, e a vida dos crentes impactava os que estavam fora da igreja (At 2.47).
O resultado desse estilo de vida foi o crescimento diário da igreja. O próprio Deus acrescentava-lhes, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2.47b).
Se o nosso alvo é o crescimento saudável da igreja, não devemos ir atrás das técnicas modernas engendradas pelos homens. Devemos, sim, voltarmo-nos para o livro de Atos dos apóstolos. Ali está a receita para o verdadeiro crescimento da igreja.
EM CRISTO.