O limite da mente e os ilimitados mistérios do amor de Deus.
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? (Rom 11:33-35). Aqui Paulo abre seu coração a doce adoração, e em forma de questionamento ele transforma discurso teológico em uma adoração ao amoroso Deus que sempre doou vida a tudo e todos generosamente.
Aqui a busca da mente se transforma em adoração do coração. No final, tudo ocorre misteriosamente e o homem não pode compreender, mas é um mistério em cujo coração se encontra o amor. Se podemos dizer que todas as coisas provêm de Deus, que todas as coisas têm seu ser em Deus e que todas as coisas terminam em Deus, que mais podemos dizer? Se a nossa vida é uma dadiva de Deus como pode Ele nos dever algo?
Mas há também um certo paradoxo na situação humana. Deus entregou ao ser humano quatro dons naturais, raciocínio, discernimento, fé e livre arbítrio e uma mente, e é um dever humano usar esses dons com uma mente sã, para entender a vida e protegê-la até o limite da capacidade humana. Pois quando usamos estes dons com sabedoria e livre dos eitos, preceitos e preconceitos a vida se abre como realmente ela é e a verdade nos liberta das cadeias dos vícios, e dos males psicológicos. Males tão comuns nos dias de hoje.
Mas também é verdade que há certas circunstâncias que o limite de nossa mente só pode alcançar um ponto, e, quando isso acontece nos resta parar e esperar que o Espírito nos revele e nos capacite ao próximo passo. Paulo lutou com um problema desanimador, com todos os recursos que lhe proporciona sua mente privilegiada. E não o resolveu, como alguém que resolve com a exatidão de um problema geométrico; mas o que dependeu dele ele fez todo o possível num contentar com o amor e o poder de Deus.
Muitas vezes na vida só resta render-se a Deus e dizer: Meditei, orei e não posso ver a razão e o caminho. Não consigo captar sua intenção, mas creio em seu amor com todo meu coração. E então em uma amorosa fé dizer: “Seja feita sua vontade!” (Porque dEle, e por meio dEle, e para Ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! Rom 11:36)
Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).