Homilia do 1°Dom da Quaresma (Lc 4,1-13)(10.03.19)
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Caríssimos, a tentação é uma ação do maligno que, como vimos, não poupa ninguém nem mesmo Jesus Cristo, o Filho de Deus. Mas, por que o maligno detem esse poder? Porque não tem nada à perder, uma vez que já foi julgado e condenado eternamente (cf. Jo 16,11), por isso, faz de tudo para distilar seu ódio contra Deus, atirando-se contra as suas criaturas; porém, seu tempo já está se esgotando e lhe resta muito pouco. De fato, se ele pudesse já haveria destruído a criação e todas as hostes celestiais.
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Não resta dúvida que estamos na batalha final contra os poderes do mal; de certo, esses poderes não suportam a verdade, o amor, a humildade, a misericórdia, a obediência, a santidade e a justiça, porque todos esses valores eternos são atributos divinos que Deus derrama como graças nas almas que lhe obedecem seguindo em tudo o seu Filho nosso Senhor Jesus Cristo.
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No Evangelho de hoje, Jesus, cheio do Espírito Santo foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo; ora, o deserto é sinônimo de morte, pois quase nada natural subexiste nele sem que receba a devida adaptação da lei natural que Deus pôs nas criaturas para resistirem e sobreviverem às intempéries. Se pensamos espiritualmente veremos que as condições adversas das tentações nos levam à total dependência do Senhor para que por seu poder vençamos todo o mal.
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A narrativa de São Lucas no Evangelho de hoje apresenta três tipos de tentações mais frequentes, são elas: a tentação do prazer; a tentação do poder; e a tentação da idolatria, ou seja, contra nós mesmos, contra o próximo, e contra Deus. Em todas essas tentações Jesus nos ensinou que a arma invencível contra o maligno é a Palavra de Deus, obedecida e praticada fielmente.
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Portanto, escutemos, então, esta exortação de São Tiago sobre a utilidade das tentações, sabendo que quanto mais tentados mais amados e protegidos por Deus para não sucumbirmos à elas: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.