A diferença entre respeito e obediência.
Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. A saudação, escrevo-a eu, Paulo, de próprio punho. Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata! A graça do Senhor Jesus seja convosco. O meu amor seja com todos vós, em Cristo Jesus.(Co 16:20-24). Aqui lemos os versículos finais da primeira carta de Paulo aos Coríntios. E aqui se destacam duas palavras:
1 – A primeira é, Anátema. Paulo toma a pena da mão do seu copista e escreve ele mesmo as palavras finais, e a primeira declaração soa como um trovão. Anátema, (αναθεμα), que entre seus significados têm o de: Uma pessoa ou algo destinado à destruição, uma pessoa ou algo amaldiçoado, destinado a mais terrível das tristezas e angústias. Ou seja, que toda a atitude que não coadune com os ensinamentos e atitudes que Cristo nos tenha deixado, seja para a própria destruição daqueles que as praticam. Porque todo ensinamento de Cristo tem como base o amor gracioso que caminha irmanado com o respeito. E, se faz bem saber que existe uma diferença entre obediência e respeito.
Pode-se ser obediente sem se ter respeito. Exemplo: um motorista obediente trafega 80 km em uma via cuja a velocidade máxima permitida é de 60 km e ao ver um radar ele diminui para a velocidade permitida, isso é obediente. Mas aquele que tem em si o respeito sempre respeitara a velocidade máxima. Ou seja, o respeito independe do olhar ou da presença de um fiscalizador, porque o amor e o respeita a vida impera em seu coração. Quem respeita jamais trai, adultera, rouba ou age em detrimento a vida, isso é amor em ação.
2 – A outra palavra é: (μαραν αθα) maran atha; palavra de origem aramaica (que significa “nosso Senhor veio ou virá; se é possível parafrasear está frase ficaria assim:” O Senhor está perto." Paulo usa uma frase em aramaico numa carta escrita em grego para uma igreja grega. E o porquê disto é que essa frase segundo os historiadores se converteu num lema e numa contrassenha das igrejas primitivas. Pois resumia a esperança vital da Igreja primitiva, os cristãos a sussurravam uns aos outros, identificavam-se entre si por meio dela, num idioma que os pagãos não podiam compreender. Junto com o ósculo santo era o cumprimento respeitoso de um povo que viva para cultivar e semear a boa nova do amor.
Mas com o tempo e com o crescimento as pequenas casas igrejas, nas quais os amigos se encontravam e estavam muito unidos entre si. Perdeu-se aquele quê de unidade em amor e verdade. Ficando perdido algo, que Jesus na ceia fez em seu respeitoso ato de amor. Até porque quanto mais grande e dispersa é a congregação, mais difícil resulta ser uma comunidade, em que as pessoas realmente se conheçam e se amem entre si. E, a Igreja tornou-se um conjunto de estranhos, ou no melhor dos casos de conhecidos. O triste é que a igreja que devia influenciar o mundo com o praticar de um amor tem respeito como real valor, deixou o mundo influenciá-la com a obediência dos atos externos. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).