OS ESCRITOS DE ELLEN WHITE

Um consulente, no programa “Na mira da verdade”, dos Adventistas do Sétimo Dia, salvo engano, foi ao ar, em 25 – 04 – 2018, no canal 214 (“Novo Tempo”), encaminhou ao teólogo, Doutor LEANDRO QUADROS, a seguinte pergunta: “Os escritos de Ellen White são uma 2ª Bíblia para os da ASD?

O respeitado teólogo Adventista mostrou textos da escritora Ellen White, em que ela exalta a Bíblia e ainda acrescentou, em sua fala inicial, que as acusações contra a escritora são infundadas.

Mas, ocorre que esse teólogo falou do ponto de vista dela, o que ela pensava sobre a Palavra de Deus, mas a pergunta e a realidade são outras, porque a pergunta do consulente queria (tal como muita gente ainda quer) saber se os adeptos da ASD consideram os escritos dela, Ellen White, como inspirados - uma 2 ª Bíblia, portanto!

O teólogo, estendendo seus comentários, fez uma distinção entre “inspiração autoral” e “inspiração funcional” (não tendo eu captado em sua resposta, se tal distinção exposta por ele, é teologia esposada pelos de sua corrente teológica ou de consenso geral das teologias).

Exemplificou ainda o teólogo, dizendo que Ellen White foi autora menor do que os escritores da Bíblia (o que é correto), tal como o profeta Natã foi menos inspirado do que Davi, pois Davi teve escritos bíblicos. Natã não o teve, tais como outros profetas mencionados no Livro Divino, mas que nada escreveram e também não foram considerados canônicos, apenas constam seus nomes no Texto Sagrado!

Acrescentou ainda que, como “inspiração funcional” não se pode comparar com a inspiração da Bíblia. Ela (Ellen White) só teve mesmo a “inspiração autoral”.

Mas, com todo respeito ao eminente teólogo, estas mencionadas “inspiração funcional” e “inspiração autoral” alegadas por ele, não condizem com o que foi dito na apresentação do livro “O grande conflito”, em sua 1ª contracapa, sob o tema “em nosso tempo”, na edição 11ª, de 1972, da Casa Publicadora Brasileira – SANTO ANDRÉ (SP), pois ali não se faz tal distinção, como fez o teólogo da ASD.

Essa anterior edição (11ª), de 1972 circulou um bom tempo (não sei, porém, quanto tempo) e, ao que me parece, só veio a lume, em formato diferente, EM EDIÇÃO POSTERIOR (“edição condensada”), 7ª edição, 16ª impressão, em 2008, pela mesma Casa Publicadora Brasileira, já com SEDE EM TATUÍ (SP), na página 3, com outra apresentação, a saber: “Por que seria bom você ler este livro”. (Não sei a partir de qual edição houve expurgo da parte que a considera como “inspirada por Deus”, sem quaisquer distinções, tal como o faz o eminente teólogo dos Adventistas do Sétimo Dia).

Extraio daquela edição anterior – a 11ª, de 1972, já mencionada, as seguintes notas sobre a referida escritora: “EM NOSSO TEMPO ... ELLEN WHITE (1827 – 1915) ... Esta autora é tida como inspirada por Deus. Muitas de suas profecias sobre acontecimentos mundiais nos dias que correm e a condição de vida do homem moderno têm sido dramaticamente cumpridas” ... (Não extraí toda a apresentação pois não interessa ao caso as outras informações contidas ali).

Posso concluir que, ou estas matérias (“inspiração funcional” e “inspiração autoral”) surgiram posteriormente e tornada a público, só agora, pelo eminente teólogo, no seu programa de respostas ou, existindo em todo o tempo, não eram conhecidas pelos autores da mencionada 11ª edição de 1972, da Casa Publicadora Brasileira – Santo André (SP).

A explicação ou distinção exposta pelo teólogo da ASD de “inspiração funcional” e “inspiração autoral” só apareceu, explicativamente 36 anos após ao que fora dito a respeito da citada escritora por alguns (editores) representantes de sua denominação: que ela “é tida como inspirada por Deus” puramente, repita-se, sem nenhuma palavra de distinção daqueles editores de Santo André (SP).

De lá para cá, quantos foram os Adventistas que se fiaram na afirmativa desses editores que publicaram que ela era uma profetisa e inspirada de Deus? Quantos ficaram tão eufóricos a ponto de, tal como um Adventista que me abordou em uma livraria de Cachoeiro - a “Livraria Promessas”, que chegou a afirmar com “todas as letras” que em Apocalipse 19.10, ele via a Ellen White na expressão o “espírito de profecia”! (Tive que lembrá-lo de que o texto nos fala das personagens bíblicas, do anjo e do apóstolo João, autor do livro e de “testemunho” e de “espírito de profecia”, nada, no entanto, nos informa sobre personagens extra-bíblicas!)

Menciono ainda, ipsis literis, a citação da Revista Adventista, de fevereiro de 1984, p. 84, feita pelos escritores Natanael Rinaldi e Paulo Romeiro, no livro “Desmascarando as Seitas”, p. 14, 1ª edição, de 1996, pela CPAD – Rio de Janeiro (RJ), a saber: “Cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os ASD. Negamos que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas”.

Ora, esta citação da Revista dos adeptos da ASD, nega frontalmente a distinção feita pelo nobre e culto teólogo Leandro Quadros, cuja cultura admiramos!

Inspirados foram mesmo, os escritores do VT que conhecemos (com os 39 livros) e os do NT (com 27 livros). Quaisquer pessoas ou outros livros além desses, que denomina-se de “Novíssimo ou 3º Testamento” ou vozes desautorizadas, tornam-se um vasto caminho para a adivinhação, a heresia e até a esculhambação! Principalmente quando se tratar de profetas, cujas profecias não se cumpriram. Passam às fileiras dos “falsos profetas”, que apenas chilreiam. Permanecem sobre eles as sanções de Apocalipse 22.18, 19 (e que se aplicam a todos os livros da Bíblia, caso neles haja acréscimos ou glosas), sejam pertinentes a ensinamentos (Doutrinas), sejam de nomes de pessoas!

Rive (ES), 28 – 04 – 2019

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