A BÍBLIA DE CARREIRINHA – A QUEDA – PARTE 2

Gênesis 2.8-3.24

Até aqui nós vimos que a queda, também chamado de Pecado Original, que foi o primeiro pecado da humanidade, trouxe consequências. Duvida-se agora do caráter de Deus, que segundo o sopro maligno da serpente, quer esconder informações da humanidade.

E conversão é isso: deixar de duvidar do caráter e dos atos de Deus e segui-lo obedecendo-o cegamente, por não haver mais duvidas, em amor.

Vimos que um grande mau acontecido no Jardim foi nos tornarmos auto-referencia. Que é um assunto que fala diretamente comigo, pois era frustrante e incompreensível, notar o quanto alguns irmãos e irmãs se escondem do outro irmão e mesmo sendo irmãos na fé, existem dificuldades enormes em se abrirem ao outro. É estranho notar um toque de desconfiança no olhar do irmão, ou da irmã.

Não adianta falar que quando se disse: maldito homem que acredita em outro homem, a leitura não é desconfiar do outro, do horizontal, mas de nós, do interiorizado. A leitura correta é maldito homem, ou mulher, que acredita em sua força, e não acredita em Deus. A queda nos fez fortes, de uma forma totalmente negativa. Acreditamos agora que podemos fazer escolhas e isso pode até excluir Deus da equação. Não conversão é tentarmos nós fazer, do nosso jeito. Conversão é fazer do jeito de Deus. A queda é desobediência. Conversão é obediência.

A nossa guerra interior é voltar para Deus. Perdemos o Jardim. Fomos expulsos de lá.

Deus quer sempre o nosso bem. Nele não há maldade. Deus é incapaz de nos fazer o mau. Mas queremos ser referência do bem e do mau. O pior é que nós queremos nos enxergar como referência e o outro, para muitos de nós nem existe, ou nem deveria existir.

Conversão é quando a gente deixa de ser a nossa própria referência do bem e do mau. Nós ssendo nossa referência, é um problema, pois muitos de nós viemos de casas desestruturadas, numa familia desestruturada, num mundo desestruturado. Nós não vimos um mundo estruturado para o bem, para criarmos raízes estruturadas e sabermos discernir o que é o bem e o que é o mau.

E vamos lembarar que o olhar de Deus é o de Apocalipse. Deus mostra a Tribulação a João visto do Céu e não da Terra. O olhar de Deus é celeste. O celeste julga o material e não o contrário.

Conversão é devolver a prerrogativa de Deus nos dizer o que é o bem e o que é o mau. E essa é a nossa crise constante: precisamos pedir perdão sem parar, pois o nosso problema foi ser auto-referente. Eu me basto. Eu como do fruto mesmo. Eu me basto. Eu durmo com quem quiser. Eu vou onde quero. Eu faço do meu jeito. Eu vou cultuar Deus na minha casa. Eu não preciso dos irmãos e nem da Igreja pra ser crente. Desconfio que não preciso nem de Deus. Auto-referência que leva à morte. Morte espiritual que leva à morte física.

Quando a gente peca, peca porque? Porque fomos auto-referentes. Nós somos a nossa base do bem e do mau. Acreditamos que sabemos discernir corretamente e ai fazemos más escolhas. Acreditamos que sabemos julgar e apontamos o dedo. Acreditamos que dá pra esperar e não enchemos o vaso de azeite. Nos revoltamos e largamos a casa do Pai e lá na frente, agora transformados em animais, comendo comida de porcos, dormindo com gente porca, desviada, bebendo a bebida dos porcos, fumando o cigarro do capeta, nós nos acreditamos nossa referência. Eu me basto. Não preciso de Deus.

A gente peca por ser auto-referente. Depois vem o Espírito Santo e nos convence que erramos, mas ai já erramos.

Ao invés da gente se submeter a Deus e resistir ao Diabo, ou a gente não resistiu ao Diabo, ou a não se submeteu a Deus. Então nos tornamos auto-referentes e egoístas, sabendo só dos nossos problemas e os problemas dos outros não nos importam, mesmo num mundo globalizado, onde qualquer feito afeta a todos.

Então nos ornamos auto-referentes e ai perdemos o quê? A unidade humana. Adão e Eva romperam um com o outro e romperam com Deus. Pois quando rompemos com Deus rompemos uns com os outros. E rompemos conosco.

Imediatamente eles notaram que estavam nus e tiveram vergonha um do outro e foram se proteger, uns dos outros.

Imediatamente ao pecado, eles notaram que estavam nus.

Tiveram então vergonha um do outro e foram se proteger, um do outro. Passamos então a ter uma ruptura humana na unidade humana. Agora a gente não se expõe ao próximo e o próximo não se expõe mais a nós. A unidade humana acabou. Quando nossos olhos se abriram. Que melhor seria dizer quando se fecharam. E quando os nosso olhos se abriram nós vimos como nunca tínhamos visto e tivemos vergonha do que vimos e nos protegemos uns dos outros. E nos vestimos para o outro não nos ver, não nos enxergar. Criamos barreiras e jeitos e trejeitos e muros, para o outro não nos enxergar e não saber oque penso e nem o que sinto. Criamos barreiras e muros e divisões.

Você já viu um grosso, uma pessoa grossa, má educada? Um dia perguntei a um amigo que é de uma grossura enorme. Mau educado que só ele. Um dia perguntei porque ele era assim, pois quem o conhecia mais de perto sabia que não era tudo isso. Ele me disse que a sua grossura é uma defesa contra abusos dos outros. Então ele já responde com grossura afastando possíveis abusos que possa sofrer. Ele ataca para não ser atacado. Ai ele ataca.

Antes não havia o outro. Cada um se via como extensão um do outro. Não havia o outro. O outro era Deus, que era o ser todo poderoso, triuno, que não era parecido com a gente. Temos a imagem e a semelhança Dele, somos de certa forma parecidos com Ele, mas de outra forma, pois a gente não é igual a Ele. O outro, de outra matéria, é Deus. O outro, com pensamentos transcendentes, é Deus. Deus é o outro. Ele não é igual a nós. Ele é superior, infinito, o Criador. Ele é o outro.

Entre os seres humanos não havia a palavra ele. Tanto é que quando o homem recebe a mulher, ele diz que ela é osso dos seus ossos e carne da sua carne. Essa sou eu. E não tinham o que esconder, era como se fossem a mesma pessoa.

Mas a queda fez a unidade enxergar todos agora como o outro, o diferente, o outro auto-referente, o inimigo. Está formada assim a guerra. A minha guerra interior, oriunda da queda, eu luto nas trincheiras da vida agora com o outro, com a outra, que é meu inimigo, minha inimiga. E qual é a acusação que tenho contra o outro? Ele se fez auto-referente e sabe discernir o bem e o mau, em detrimento à minha pessoa que é auto-referente e sabe discernir entre o bem e o mau.

A minha acusação, a nossa acusação é que o outro sabe discernir melhor do que eu. Mas eu sou um mundo, em mim mesmo. Eu sei o que é melhor pra mim. Tanto é que quando não oro, digo que não oro porque não preciso de Deus me dando opiniões que não quero ouvir.

O pecado me trouxe auto-referência e hoje acredito que eu sei o que é o bem e o mau, acima até de Deus. O Diabo me deu o poder e a fruta, que me abriu a porta da minha auto-referência.

Eu não preciso orar, sou auto-referente. Eu não preciso jejuar, sou auto-referente. Eu não preciso lera Bíblia, sou auto-referente. Eu não preciso obedecer nem a Deus e nem ao outro, sou auto-referente. Eu não preciso pagar as contas, ou dar satisfações, sou auto-referente.

E ai a gente cai. A queda.

Continua...

Amém

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 09/02/2019
Reeditado em 11/02/2019
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