A BÍBLIA DE CARREIRINHA – O QUE É O HOMEM?

GÊNESIS 2-3

“As origens do ser humano têm sido discutidas há séculos e até hoje não existe um consenso sobre a questão. Alguns crêem no criacionismo, outros acreditam na evolução das espécies, já outros buscam as respostas em seres de outros planetas, entre outras teorias.” Info Escola

A primeira coisa que o leitor / estudante de Bíblia deveria ter em mente é que não podemos retirar dos nossos estudos as refutações, onde tentam explicar as verdades bíblicas de outra forma que não a bíblica. A Bíblia é um livro tão consistente, que nenhuma refutação fica de pé. E se ficar, é porque nós ainda não conhecemos a resposta, mas ela existe.

Nesse texto inicial de um estudo escolar, temos já representados as três grandes teorias que justificam o homem no planeta. A mais fraca por falta absoluta de provas é a teoria que acredita que seres de outro planeta vieram povoar a Terra e deixaram um casal de humanos. Não existe a mínima prova disso, então é praticamente perder tempo em falar do assunto.

O segundo ponto é a Evolução das Espécies, teoria iniciada por Charles Darwin, no livro A Origem das Espécies.

“A teoria evolucionista baseia-se nos estudos do cientista inglês Charles Darwin, que propôs o evolucionismo em um de seus livros, “A Origem das Espécies”. De acordo com Darwin, todos os seres vivos tiveram sua evolução a partir um ancestral comum. As mudanças ocorridas e as diferenças entre as espécies deram-se pelo processo de seleção natural, no qual os indivíduos que melhor se adaptam ao meio ambiente sobrevivem, deixando descendentes, que por sua vez também sofrem alterações em seu mecanismo biológico e deixam novos descendentes formando um círculo vicioso.

Estudiosos e defensores da teoria evolucionista pregam que, em dado momento da evolução, os seres humanos e os macacos tiveram um ancestral em comum. Deste ancestral evoluíram dois grupos diferentes: um deles gerou o macaco e o outro gerou os seres humanos.

Esta tese teve forte impacto na sociedade cristã do século XIX. Duramente criticado pelos religiosos, Darwin continuou suas pesquisas. Dentre os aspectos explorados por ele constam:

O processo de evolução das espécies é gradual e contínuo.

Todos os seres vivos descendem, em última instância, de um ancestral comum.

O mecanismo pelo qual os seres vivos mudam e evoluem é a seleção natural: os indivíduos mais adaptados ao meio ambiente conseguem melhores resultados na luta pela sobrevivência.” Info Escola

Entender a Teoria Evolucionista, para nós cristãos é importantíssimo. Se dizem que o homem surgiu na Terra de forma diferente da que a Bíblia ensina, precisamos compreender. O criacionismo diz que Deus criou o homem diretamente de suas mãos. Dizer que foi diferente coloca em xeque a existência de Deus e por tabela todo o cristianismo. Se o homem é fruto do acaso evolucionista e descende do macaco, ele não foi criado por Deus e nem se parece com Deus, não tendo a imagem e a semelhança de Deus.

Porém muitos cientistas refutam a teoria evolucionista, por falta de provas. Como diz o site Lepanto, Frente Universitária e Estudantil, na matéria Evolucionismo: A farsa de Charles Darwin:

“No entanto, um grande número de escolas norte-americanas está excluindo de seus currículos o ensino do darwinismo. O motivo? Um fato certamente de pouca importância – e talvez por isso nunca seja mencionado no Brasil –, a evolução das espécies jamais foi provada cientificamente.”

Então só pode restar o Criacionismo, que diz que Deus criou o homem diretamente de sua vontade, com suas mãos. Há quem diga que ele um dia se encontrou com Elizabeth Hope, hora tida como evangélica, hora como médium, e que ele tenha dito a ela que se arrependeu de ter criado essa teoria contrária á Bíblia. Porém há quem diga que isso não aconteceu. E mesmo que ele tenha se arrependido, os ateus de plantão gostaram de ter uma idéia contrária ao criacionismo.

OS VÁRIOS CRIACIONISMOS

Mas o estudante de Bíblia precisa saber que não existe apenas uma teoria criacionista, mas várias.

“Não há, porém, uma única teoria criacionista, mas várias, conforme a religião e o livro sagrado que se adota. Segundo a mitologia grega, o homem seria produto dos trabalhos de Epimeteu, que teria gerado o Homem repleto de imperfeições, sem vitalidade, a partir de um modelo de barro. Compassivo, seu irmão Prometeu, com o sacrifício próprio, roubou o fogo dos deuses para trazer à Humanidade a vida tão desejada.

O Cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo esta religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a Humanidade foi modelada no barro, mas nesta versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do Homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.

Apesar do Criacionismo ser uma teoria essencialmente religiosa, recentemente ela tem adquirido contornos mais filosóficos, com discussões sobre a independência da matéria imortal, a série de emanações do Ser Divino e a criação.

As explicações sobre a existência humana se iniciam com os mitos, que procuram justificar, através da imaginação, a vida, a história humana, tudo que ocorre á nossa volta e não podemos compreender. Pesquisadores do século XIX acreditavam que a crença em uma entidade divina superior, que criou tudo que existe, era uma conquista do homem em uma fase cultural mais elevada, mas recentemente descobriu-se que povos africanos primitivos, bem como das ilhas do norte do Japão, América, Austrália central e em várias outras partes do mundo, já cultivavam essa mesma fé.

Desconhece-se a natureza dessa entidade, mas geralmente algumas religiões adotam uma visão antropomórfica deste ser – imaginam o Criador à imagem e semelhança do Homem, não só fisicamente, mas também emocionalmente. Geralmente, porém, esta criação se dá através da voz ou do pensamento deste ente. As narrativas, embora diferentes de uma cultura para outra, apresentam sempre traços em comum.

As idéias criacionistas, de modo geral, estendem a interferência divina além do ato criador. Deus, segundo a filosofia judaico-cristã, intervém diretamente no plano da matéria, uma vez que provoca, por exemplo, o dilúvio, assim como inspira Noé a construir sua arca e a conduzir nela diversos pares de animais, que povoarão posteriormente o mundo novo.” Info Escola – Criacionismo.

A criação

A existência dos anjos e a queda de Satanás são anteriores á criação, pois os anjos ("filhos de Deus") cantaram na criação Jó 38:7). Na criação original, Lúcifer era o ser mais alto entre as criaturas criadas por Deus (E z 28:11-19), mas ele quis usurpar o lugar de Deus (Is 14:12-1 7). Em Gênesis 3, já vemos Satanás em cena; portanto, sua queda aconteceu antes disso.

A terra era "sem forma", portanto Deus, nos três primeiros dias, formou o que queria. A terra estava "vazia", portanto Deus encheu-a com o que havia formado. Deus expandiu os céus ("firmamento") e encheu-os de estrelas e de planetas. Ele fez a terra e encheu-a de plantas e animais. Ele fez os mares e encheu-os de peixes e de mamíferos aquáticos. Ele criou a luz antes de iluminar os céus. Observe o princípio de separação ilustrado na criação, pois Deus separou a luz das trevas, e os mares da terra (veja 2 Co 6:14-18). Observe também que todas as coisas vivas devem se reproduzir "segundo a sua espécie"; não há qualquer sugestão de evolução gradual. Podemos criar tipos diferentes de gado, mas a partir de uma vaca não podemos criar uma rena!

O homem é a coroa da criação.

Antes da criação do homem, houve uma "conferência divina" entre as pessoas da Trindade, o que não aconteceu em qualquer outro estágio da criação. Alguns anjos já haviam se rebelado contra Deus, e, com certeza, ele sabia o que o homem faria. Contudo, ele, em sua graça e amor, modelou o primeiro homem à sua "imagem" no que se refere à personalidade do homem — mente, vontade, emoção, liberdade — mais que à aparência física(Ef 4:24; Cl 3:10.) Deu ao homem o domínio sobre a terra, a posição mais alta na criação. Isso explica o ataque de Satanás, pois ele (Lúcifer) já tivera essa posição e quisera outra mais alta ainda! Se Lúcifer não podia ter o lugar de Deus no universo, ele podia-tentar pegar o lugar de Deus na vida do homem. E ele foi bem-sucedido! O homem perdeu o domínio sobre o pecado (SI 8 e Hb 2:5-18); contudo, Cristo, o último Adão, reconquistou esse domínio para nós (veja Rm 5). Jesus, quando esteve na terra, provou que tinha domínio sobre os peixes (Lc 5; Mt 17:24ss), sobre as aves (Mt 26:74-75) e sobre os animais (Mt 21:1-7).

Originalmente, o homem era vegetariano, mas em Génesis 9:3-4. isso muda. Foram dadas restrições alimentares aos judeus (Lv 11), mas hoje não há tais restrições (Mc 7:1 7- 23; At 10:9-16; 1 Tm 4:1-5).

A nova criação.

Em 2 Coríntios 4:3-6 e 5:17, se deixa claro que, em Cristo, Deus tem uma nova criação. Paulo utiliza imagens do relato da criação de Génesis para ilustrar essa nova criação. O homem foi criado perfeito, mas se arruinou por meio do pecado. Ele torna-se pecador, "sem forma e vazio", sua vida é sem propósito, vazia e escura.

O Espírito Santo inicia seu movimento de persuasão no coração dos homens (Gn 1:2). Na verdade, a salvação sempre se inicia com o Senhor Gn 2:9); qualquer pecador é salvo pela graça dele. O Espírito usa a Palavra para trazer luz (SI 119:130), pois não há salvação sem a Palavra de Deus (Jo 5:24). E Hebreus 4:12 declara que a Palavra tem o poder de "separar", trazendo à lembrança a ocasião anterior em que Deus separou a luz das trevas, e os mares da terra.

Os crentes, como os seres criados em Génesis, têm a responsabilidade de ser férteis e multiplicarem- se "segundo a sua espécie". Os crentes, em um paralelo à posição de domínio de Adão, fazem parte da realeza sob o governo de Deus e reinam "em vida" por meio de Cristo (Rm 5:1 7ss).

Exatamente como Adão era o cabeça da antiga criação, Cristo é o cabeça da nova criação; ele é o último Adão (1 Co 1 5:45-49). O Antigo Testamento "é o livro da genealogia de Adão" (Gn 5:1) e termina com uma fala sobre uma maldição (Ml 4:6). O Novo Testamento é o livro "da genealogia de Jesus Cristo" (Mt 1:1) e termina com esta afirmação: "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3). ” Comentário Bíblico Wiersbe.

O QUE É O HOMEM

Em 2011 os cientistas estimaram quantas espécies existem na Terra e chegaram num total de 8,7 milhões, com margem de erro de 1,3 milhão para mais, ou menos. O interessante é que de todas essas espécies, o homem é diferente de todas elas. Nenhum outro ser na Terra se compara ao homem.

Existe uma “dificuldade de compreender a realidade humana que é, em ultima instância, resultado do nosso pensar e do nosso agir cotidiano”. Nos conta a filósofa Caroline Svitras, na matéria: O que é o homem – Internet.

E segue o texto de Caroline Svitras:

“Um animal que é ao mesmo tempo: corpo, alma, espírito; razão e emoção; físico e metafísico; singular e coletivo; objetividade e subjetividade; consciência e inconsciência. Enfim, um animal que é biopsicossocial e que cria, a partir da linguagem, um mundo simbólico, um mundo repleto de significados e signos, onde muitas vezes o fato acaba tendo menor importância do que o sentido e a interpretação dado a ele. Quer um exemplo: enquanto uns morrem por amor, outros matam em nome deste mesmo amor, ou será outro amor? Enquanto uns passam a vida sem entrar num avião por medo, outros viveriam dentro de um avião se fosse possível.

Uma das perguntas centrais da antropologia filosófica permanece muito atual em pleno século XXI: Quem é o homem? ou O que é o homem? Se você fosse cobrado a dar uma definição ou mesmo uma característica, a mais precisa possível sobre o homem, qual você daria? Seria a definição aristotélica, “animal racional”, a definição de Pascal, “caniço pensante”, quem sabe a de Kierkegaard “relação que se relaciona consigo mesma” ou a de Marx, “conjunto de relações sociais” ou ainda, se achar melhor, a definição cristã “imagem e semelhança de Deus”.

Você já tentou convencer alguém que detesta macarrão passar a gostar de macarrão ou vice-versa. Tentou convencer um palmeirense a ser corintiano e vice-versa. Quero partilhar mais um exemplo para ilustrar a complexidade humano. Se colocássemos à nossa frente um filhote de elefante, um filhote de formiga e um bebê e perguntássemos: o que falta para o elefantinho ser um elefante e para a formiguinha ser uma formiga? A resposta seria simplesmente crescer, mas penso que esta resposta não vale para o bebê, pois para ele ser um ser humano, não basta crescer, ou seja, ele irá se constituir conforme seu desenvolvimento culturalque se dá num tempo e num espaço preciso. Além do mais este mesmo bebê é muito mais complexo do que qualquer super computador que faça 1 bilhão de cálculos por segundo ou que seja capaz de armazenar toda informação do mundo. Este bebê traz em sua existência a marca da liberdade e podemos dizer, sem entrar numa discussão fenomenológica, traz o peso da consciência.

Na coletividade este mesmo ser humano constrói uma sociedade também complexa abarcando diversas dimensões como: econômica, política, religiosa, social, estética, ética, lógica, entre outras. Henrique Cláudio de Lima Vaz em sua obra Antropologia Filosófica I chama de pluriversal este encontro no ser de todas estas dimensões, ou seja, é o “ser que, ao interrogar-se a si mesmo, irradia a sua interrogação a todas as dimensões do Ser” (1991, p. 142).

Vou fazer um recorte para encaminhamento de nossa reflexão e vou apresentar de forma sucinta uma resposta antropológica praticamente aceita por todos, entre várias possíveis. O ser humano é um ser de linguagem é ela que constrói o mundo humano, é ela que retira o homem da natureza e o traz para o reino humano. Quando digo que o homem é um ser de linguagem não quero dizer que os demais animais não possuam uma linguagem, isto a ciência tem demonstrado ao longo dos anos. Porém, a linguagem humana é específica e não está presente em nenhum outro animal.

Cassirer (1977) aponta uma tríplice concepção da função e do valor da linguagem: a mitológica, a metafísica e a pragmática. Ele diz que “A invenção da linguagem é a primeira das grandes invenções, a que contém em estado embrionário todas as outras, talvez menos sensacional que a domesticação do fogo, mas mais decisiva. A linguagem apresenta-se como a mais original das técnicas. Constitui uma disciplina original da manipulação das coisas e dos seres. Uma palavra é com frequência mais útil que um utensílio ou uma arma para a tomada de posse do real. De fato, a palavra é estrutura do universo: ela procede a uma reeducação do mundo natural que graças a ela torna-se a sobre-realidade, proporcional à nova existência que a suscitou” (MONDIN, 1980, p. 135).”

Amém

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 05/02/2019
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