Os quatro tipos de pessoas no dia da traição. (Parte 3).
Jesus, porém, lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem? (Lucas 22:48). Este versículo faz parte do desfecho final da traição anunciada na ceia. Numa análise de perfil naquele momento Haviam quatro tipos diferentes de pessoas envoltas no acontecimento, e suas ações e reações são muito significativas. Desta feita nos ocuparemos dos discípulos.
Estavam lá os discípulos. Eram pessoas que, no momento se tinham esquecido de Deus. Seu mundo havia caído e estavam seguros de que o fim tinha chegado. A última coisa que lembravam nesse momento era de Deus; a única coisa em que pensavam era a terrível situação em que tinham caído. Há duas coisas que acontecem a quem se esquece de Deus e o deixa fora da situação. Aterroriza-se totalmente e se desorganiza por completo. Perde o poder de enfrentar a vida e lutar com ela. Nos momentos de prova a vida é impossível sem Deus.
Jesus os havia prevenido sobre este dia, mas eles preferiram não levar em conta tal prevenção. E agora o seu mestre de fato viveria o martírio sobre o qual sempre os alertou. E nada o faria desistir do seu destino, “nem os exércitos dos céus” que ele tem sob seu comando. Então, eles se dispersaram amedrontados e confusos, como ovelhas sem pastor. Exatamente como Jesus havia predito. Jesus havia previsto a dispersão pois do ponto de vista da sua humanidade, Ele analisava o comportamento humano e percebia as dificuldades que o ser humano tem ao lidar com suas emoções nos momentos de tensão.
Ele sabia que quando o mar da emoção está calmo, o ser humano é um bom navegante, cantarola e domina amigavelmente o timão, mas quando o mar se torna agitado, ele perde o controle e o pavor o faz escravo de suas emoções. A bem da verdade, não há gigantes no território da emoção. Pessoas sensatas e lúcidas têm seus limites. Sob um foco de tensão, muitos perdem sua sensatez. Alguns são seguros e eloquentes quando o mar da mente está calmo e nada os contraria, mas quando o mar da mente se faz revolto e sob o calor da ansiedade, se comportam como meninos, que perdeu controle e debatem e esperneiam invés de focar na solução.
Mas Jesus nos conhece no mais profundo de nossas almas e o nosso espírito. A medicina tem médicos para cuidar do corpo e da nossa psique, mas quando se trata do profundo de nossa alma e do nosso espírito somente Jesus pode cuidar e curar. E Ele o faz e ao fazer nos cura por inteiro. Jesus sabia que o medo controlaria a mente dos discípulos, dissipando a lucidez e travando a capacidade de pensar. E o belo disto tudo é que Ele não exigiu nada deles quando ele foi preso, apenas previu que, quando o medo os envolvesse, eles se esqueceriam dEle, fugiriam inseguros.
E aqui aprendemos que o maior erro que podemos cometer é exigir o que as pessoas não podem nos dar. Quase todos os dias, vemos maridos, esposas, pais, filhos e amigos exigirem mais do que dão em uma relação. Pedindo tolerância e sendo intolerantes, pedindo amor sem saber amar, querendo ser servidos sem servir. E quando não recebem ficam magoados, triste e decepcionados uns com os outros. Jesus um dia disse: Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.(Luc 6:31). Ou seja, se faz necessário plantar para depois colher. Então que neste dia plantemos, amor, paz e compaixão para que possamos ter um mundo melhor e se o mar da mente se fizer revolto oremos para a paz que excede a todo entendimento seja conosco. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).